Denver, Colorado.
Maio de 2019.Às vezes me pego pensando nas probabilidades.
Algumas são realmente plausíveis, outras nem tanto, já algumas, completamente impossíveis. Mas esse é exatamente o problema: elas são apenas probabilidades.
Não passam de possibilidades que podem ou não acontecer.
Eu deveria saber que com a minha carreira, minha fortuna e a minha falta de segurança, a probabilidade de eu ser assaltado era tremenda. Era só uma questão de tempo.
Quando Louis me chantageou com todas as minhas informações na ponta da língua, eu deveria saber que existia uma grande probabilidade de não ser uma vítima isolada; eu fui escolhido a dedo.
Quando ele não apertou o gatilho, mesmo eu dando inúmeros motivos para que ele me matasse, eu deveria ter entendido que essa não era a razão pela qual ele estava ali.
Tudo isso foi milimetricamente arquitetado por ele e estava bem na minha cara, mas pelo meu estado de desespero e devaneio, eu não soube enxergar.
Mas aí é que entram as baixas probabilidades. Por que eu me apaixonei por ele quando eu sempre soube, mesmo que inconscientemente, que ele estava me usando? Por que ele se apaixonou por mim quando ele sabia que eu era apenas uma chave para o seu objetivo final?
Acho que a nossa história de amor acabou sendo contra todas as probabilidades.
E é isso que me assusta e me surpreende.
Eu fui a vítima. Ele o algoz.
Ele me feriu, mentiu, omitiu, me usou, me chantageou, me roubou, me fodeu psicologicamente, usou meu tempo, partiu meu coração.E mesmo diante disso tudo, eu me apaixonei perdidamente.
Quais são as probabilidades de encontrar o amor da sua vida nessa situação?
Quase nulas, eu diria. Mas, bem…eu encontrei. E ele, pelo visto, também.
Às vezes tenho vontade de ir correndo para os seus braços; chegar no restaurante de supetão e declarar todo o meu amor, dizer a ele que eu faria tudo de novo, se fosse necessário. Mas, apesar dos pesares, eu gosto da sensação de vê-lo correr atrás. Eu gosto de sentir que de alguma forma, ele está experimentando exatamente o que eu passei com ele enquanto ele me repelia e eu tentava de tudo.
Sei que é o meu ego sendo massageado, mas eu gosto de experimentar o outro lado da moeda. Eu só não sei por quanto tempo irei resistir.
Os seus e-mails chegam a ser engraçados e eu sei que ele está se esforçando ㅡ apesar de vez ou outra sair um palavrão no meio das suas declarações. Mas esse é o meu Louis, o Louis que eu amo. Eu gosto da maneira como ele fala, eu gosto da forma como ele sempre insere algum palavrão em uma frase simples, eu gosto da sua grosseria adorável, e eu não mudaria absolutamente nada nele. Eu quero ele como eu sempre quis. Foram essas pequenas coisas e pequenos gestos que me fizeram apaixonar.
Eu nunca enxerguei Louis como descartável. Eu nunca o descartei, mesmo tendo motivos para isso. Ele sempre vai valer a pena. Nós dois sempre vamos valer a pena.
Eu só quero e preciso que ele lute por mim agora.
Ajeito meu blazer de cor creme de linho, ajeitando também a regata branca que eu uso por baixo e dou uma última conferida no meu cabelo no espelho retrovisor do carro. Hoje a Styles & Payne faz sete anos de existência, e Liam, como sempre, resolveu alugar um salão para oferecer um coquetel. Dessa vez, só os nossos associados foram chamados. O que praticamente já enche o local.
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EXTORSIONÁRIO [L.S]
FanfictionEXTORSIONÁRIO: aquele que prática extorsão. Extorsão é o ato de obrigar alguém a tomar um determinado comportamento, por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem econômica. Harry Styles, um renomado advogado de Denver, se vê e...