EXTORSIONÁRIO [L.S]

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Denver, Colorado.
Quarta-feira, 13 de dezembro de 2016.

Minha perna treme involuntariamente sobre o banco de madeira enquanto meus olhos ficam atentos ao juiz.

Consegui entrar como espectador na audiência de fiança do Louis, mas Niall já me alertou que não posso mais acompanhá-lo desde que virei parte da acusação ㅡ mesmo sem a minha vontade. A mídia também tem caído em cima e por esse motivo, tenho andado com Jane me acompanhando para evitar qualquer abuso por meio dos repórteres que parecem urubus em cima da carne podre.

Estou ao fundo da sala da corte e por sorte, a promotoria parece não notar a minha presença. De onde estou, mal consigo ver Louis, mas desde que Niall ameaçou delatar os policiais e o delegado pelas agressões, ele não apareceu mais com nenhum hematoma.

Passo as mãos suadas sobre a calça preta social tentando dissipar o meu nervosismo. Sei que Niall já me informou que a chance de conseguir uma liberdade provisória por fiança é impossível, mas de qualquer forma, eu ainda tenho um fio de esperança.

"Louis William Tomlinson está sendo acusado de alguns homicídio conforme os autos do processo, o doutor sabe que esse crime é inafiançável?" O juiz diz olhando para Niall, que permanece sentado ao lado de Louis na mesa à direita.

"Quando há dolo, meritíssimo." Niall diz. "No caso do meu cliente, todos os cinco assassinatos que ele está sendo acusado foram em confronto. Fora a índole duvidosa dos indivíduos em questão, portanto, neste caso, pode ser configurado como homicídio culposo."

O juiz, um senhor mais velho, cruza as mãos em frente a mesa, ainda encarando Niall, passando vez ou outra os olhos por Louis.

"Desculpe-me, doutor Horan, mas se seu cliente anda pelas ruas com uma arma empunhada, ele tem alguma intenção. Fora que ele é considerado um criminoso de média periculosidade, então o que me garante que o seu cliente não voltará a cometer crimes caso eu conceda a liberdade provisória mediante fiança?"

"Meu cliente se deixou ser pego, meritíssimo. Ele não ofereceu resistência à prisão e está ciente que precisa pagar pelos seus erros, colaborando com a justiça."

Mordo os lábios com força porque pelo semblante, sei que juiz já está com um pensamento formado. Seu olhar para Louis não é um olhar de julgamento, é um olhar de condenação.

"Meritíssimo!" A promotora, uma senhora mais velha de cabelos brancos, intervém. "O réu é um indivíduo perigoso que tem cometido uma série de crimes há anos. Nada garante que ele não irá cometer outro quando ficar livre. Sem contar que todo o dinheiro que ele está sendo acusado de roubar nos últimos anos não foi localizado. Ele pode estar fazendo uma reserva para fugir do país."

"Meritíssimo, desculpe insinuar, mas se ele quisesse sair do país, ele já teria saído. Além disso, a promotora já julgou o meu cliente, afirmando que ele cometeu crimes, sendo que estamos em julgamento justamente para validar as acusações. Ele ainda não foi condenado." Niall retruca. "Ele não mostrou resistência à prisão e tem tido um comportamento excelente enquanto está em custódia do Estado."

O juiz fica em silêncio, antes de levar os olhos para a pasta em sua frente ㅡ pasta essa que provavelmente contém todos os crimes pelos quais Louis está sendo acusado. Meu coração bate acelerado e eu aperto os dedos na ponta do banco, aguardando sua sentença.

"Bem…" O juiz começa. "Pela periculosidade dos atos e pelos agravantes em suas ações, além da metade dos crimes serem considerados inafiançáveis, eu não concederei a fiança para o réu Louis William Tomlinson. Assim sendo, ele permanecerá detido e será transferido para o presídio de Denver para aguardar o julgamento."