Dragão Coroado

1.5K 245 1.3K
                                    

O anúncio de Dumbledore mudou os planos de muita gente que estava despreocupada com seus pertences apenas meio arrumados. Enquanto a principio o plano da maioria era terminar tudo hoje a noite, agora todos corriam para não ter de se preocupar com nada além do show após o jantar. Isso resultou em um êxodo em massa após o almoço, com mais de noventa por cento dos alunos se encaminhando para sua sala comunal de livre e espontânea vontade como antes nunca visto em uma tarde de sol e férias em Hogwarts. Eu estava inclusa nisso. Mesmo que houvesse muito pouco para arrumar em quesito de roupas era hora de esvaziar o baú na frente de minha cama e o móvel ao lado da cabeceira.

Estavam todas lá quando eu cheguei, atrasada pela lentidão do trânsito de alunos. A mesa da Sonserina tinha a mesa distancia da porta do que a mesa da Grifinória, mas sem os grifinórios, o que lhes dava uma boa eficiência. Assim que passei pela porta, ninguém se preocupou em esconder que esperavam por mim. Quatro pares de olhos (ah, oi Emily) se lançaram na minha pessoa com tanta força que se eu fosse menos do que eu mesma, teria tropeçado para trás como se me acertassem. No entanto, eu era Mal da Sonserina e cairia lutando, então inclinei a cabeça e arqueei uma sobrancelha.

— Boa tarde — cumprimentei, deslizando meus pés em direção à minha cama, ao meu baú. Puxando meu malão do vão embaixo da cama, o abri para vê-lo vazio e me sentei ao lado dele, as pernas cruzadas para tirar o lixo que se acumulava ali ao longo do ano: penas quebradas, frascos de tinta rachados, pergaminhos ressecados ou danificados. Eu havia tentando ao máximo minimizar os danos, com esperança de garantir uma sobra para economizar nas compras do próximo ano. Tive sucesso, mas quem disse que eu agora precisava?

— Ela não vai mesmo vir com "boa tarde", ou vai? — A voz de Pansy veio aguda como vidro fino se rachando, mas não me dignei a virar a cabeça para olhá-la. Continuei raspando o fundo do meu baú com calma.

— Se ela quiser, ela vai — Daphne respondeu, com a voz abafada vindo do banheiro enquanto catava seus produtos pessoais. — Mas não acho que queira. Acho que é um lindo dia de primavera e estamos todas presas nesse quarto pela tarde toda e seria muito doce e compreensivo da parte dela nos entreter, suas amigas, com sua vida pessoal.

— Afinal, Mal, somos suas amigas — Sue insistiu enquanto dobrava suas roupas da forma trouxa, usando suas mãos mesmo que demorasse mais. Um pequeno sorriso torceu meus lábios com isso. — E amigas contam as coisas para as amigas. Principalmente coisas sobre garotos.

— Teoria interessante, Hopkins — cantarolei, enfim juntando o lixo todo fora do baú e fazendo-o desaparecer em um fogo sem fumaça com meio pensamento e o movimento de um pulso. Sabia que esse feitiço ia ser útil. — Gostaria de ser a primeira a testá-la?

— Não vejo por que não — as duas sobrancelhas claras e ruivas da menina se ergueram, desafiadoras, e eu quase senti vontade de rir. Boa, Sue. Continue assim. — Todas sabem que eu e Nott já trocamos alguns beijos... algumas vezes. Ele continua dizendo que gosta de mim. Eu também gosto dele. Mas eu não sei se gostar é o bastante... não no mundo que ele vive.

— Os Nott são uma das famílias mais antigas da Grã-Bretanha — Pansy respondeu, o tom de quem buscava o melhor ângulo para se lançar na garganta de alguém. — Theo é o herdeiro deles. Ele vai ser posto para se casar com alguém de outra família tão antiga e nobre quanto seus pais conseguirem.

— As coisas não são tão decididas assim, Pam, não quanto se trata dos homens — Daphne desprezou seu comentário e suas palavras não ditas de "e você não é uma coisa nem outra". — Theo não seria o primeiro que conseguiria burlar essa regra, se quisesse. Sem falar que ele é o único herdeiro e tem isso ao seu favor. Se seus pais o expulsarem da família, ela acaba.

Corona IITempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang