Busca

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Sakura suspirou, sentindo-se cansada. O sol sequer havia nascido ainda, mas ela já se encontrava sentada próxima a uma fogueira, que erguera para preparar o desjejum. Sasuke estava deitado a poucos metros dela, no entanto também já estava acordado, os olhos voltados para as estrelas que desapareciam conforme clareava.

Aquele era o quarto dia de busca. O quarto dia que precisava afastar com todas as forças o desespero do coração, por ainda não ter conseguido resgatar Naruto de onde quer que estivesse sendo mantido. Cada dia a procura por ele se tornava mais difícil, entretanto nem ela, nem Sasuke estavam dispostos a desistir; aceitariam o fardo que fosse se ele significasse encontrar o Uzumaki.

Pegou a bolsa de couro que Sasuke usava e estava sendo agora compartilhada com ela, observou os suprimentos que ainda tinham e tirou de lá as kunais para afiá-las enquanto o ensopado ficava pronto.

Ela havia conseguido lavar suas roupas em um riacho próximo de onde acordara no dia seguinte à festa e ao sequestro de Naruto, ainda assim teve de apelar para uma senhora para que lhe vendesse uma roupa e sapatos mais confortáveis. A senhora, que vivia em uma casa que encontraram enquanto iam em direção ao capanga que vivia mais próximo da área, negociou um vestido vermelho e um short que pertencia à neta — o vestido ficou um pouco curto e apertado, por isso a médica ninja precisou rasgar as laterais dele.

Pelo pouco que souberam através de mercadores que vinham da cidade, a festa no hotel de luxo do centro comercial havia acabado na noite em que Naruto fora sequestrado. Sakura pensou sobre o assunto e imaginou que, depois de verem que Sasuke havia escapado ileso e com ela, os mafiosos deviam ter se deslocado e levado junto as cargas para terminar o leilão em outro local, com medo que eles retornassem. O problema era descobrir para onde eles tinham ido depois disso.

— Precisamos seguir com o plano — dissera o Uchiha.

Sakura ainda se sentia um pouco fraca por causa do veneno, que ainda não tinha saído por completo de seu sangue, mas manteve-se firme, agradecendo a si mesma por ter sido determinada na hora do desjejum, do contrário estaria fraca demais para conseguir acompanhar o ritmo de corrida ninja de Sasuke.

Nesse primeiro dia de busca, percorreram um longo caminho até uma reserva que ficava do outro lado da cidade. Segundo Sasuke, fora lá onde ele encontrara as primeiras pistas sobre o local onde a reunião estava acontecendo. Como ele já tinha certa noção do que poderiam enfrentar, Sakura já estava preparada quando viu quatro homens fortemente armados com armas ninja protegendo uma casa afastada da comunidade mais próxima, poucos metros da represa.

Com rapidez, os dois ninjas de Konoha se separaram. Sasuke havia se deslocado para a lateral da casa, que fazia divisa com a pequena represa local, e Sakura havia ido se esconder atrás de uma árvore velha, baixa e grande que havia na área da frente. De onde estava, ela conseguia avistar o Uchiha, e esperou pelo sinal dele para que pudessem atacar juntos.

A médica conseguia ouvir três dos quatro capangas conversando e rindo, mas a preocupação dela estava na casa e no que encontrariam ou não dentro dela. Segundo Sasuke, eles precisavam encontrar um contrabandista local que trabalhava para a organização criminosa de Yasu e Kiichi. Pelo que ela entendeu, ele tratava de negócios diretamente com os clientes e por isso era um cara difícil de encontrar, o que significava que ele poderia estar ali tanto quanto poderia estar em outro país ou até mesmo em Konoha.

Respirou fundo, determinada, ao ver a mão de Sasuke se erguer ao longe. Aparentemente, os guardas musculosos só tinham isso mesmo, os músculos, porque não foram capazes de perceber a aproximação dela e de Sasuke nem de presumir os pontos cegos que a posição deles deixavam. Ficou contente por isso, afinal de contas, a burrice deles facilitaria as coisas. Sasuke enfim apontou para o local onde os guardas se encontravam, e Sakura juntou chakra nas mãos e saiu detrás da árvore.

EpifaniaWhere stories live. Discover now