56. Escolhas

182 21 8
                                    

Há quase quatro meses...

Era madrugada, chuviscava e, supostamente, não deveria haver nenhuma alma viva -tampouco adolescentes- vagando por certas extensões de rua mais desérticas que, existiam em Rosefield, longe de hospitais, delegacias e, bom, movimento algum que pudesse existir no horário num geral. A calmaria, sim, reinava na cidadezinha. Exceto dentro daquele carro preto, turbinado, em alta velocidade.

"Hello... Hello... Hello... How low..."

Santana, sentada num dos bancos de trás do veículo, recebeu outra garrafa de bebida de Puckerman que repousava ao seu lado, muito animado e bêbado por sinal.

— Ainda muito irritada e entediada com a parada de estar presa à Pierce e a Fabray?

A garota olhou para o jogador, debochada, e não respondeu.

— Vamos ficar dando voltas e mais voltas em círculos? Rá-rá. Tinha esquecido como eram sem graça, às vezes.

— Não, não vamos Lopez... – Ryder respondeu da direção e encarou-a pelo retrovisor. – Só tô me certificando do horário que os policias saem da área pra qual vamos, nosso plano inicial tá de pé, fica tranquila.

— Cara, ela tá querendo diversão! Diversão! Mas, não vai dar com essa música aí, tira disso, troca a rádio! Deixa qualquer um pra baixo essa coisa, ninguém merece, por favor...

"Coisa?"

— Isso é Nirvana, Puck.

Bleh! Quem se importa com porra de Nirvana, Lynn? Ninguém aqui! A Santana tá do jeito que tá, e, o Sebastian concorda comigo também, não concorda mano?

O atleta mencionado deu de ombros e Ryder apertou um botão próximo ao painel do automóvel.

— Pronto. Teto aberto. Agora, a Santana e você podem olhar à vontade pra fora Puck, feliz?

— É... – A Lopez disse antes que Noah pudesse abrir a boca, erguendo-se ao teto-solar e tomando mais um gole do álcool em mãos, prévia a devolução do recipiente para o mesmo, que a observava de baixo, calado. – Agora, tá um pouco melhor.

— Que bom, Tana...

Puckerman aproveitou que Ryder, agora, estava com uma mão ocupada do volante e outra com sua própria garrafa de cerveja e se inclinou no meio dos bancos fronteiros para poder alcançar o rádio.

— Falta isso ainda, Lynn.

Ele trocou a estação.

"I got dark, I got evil, that rot inside my DNA..."

Wow, Kendrick Lamar, é disso que eu tô falando!

— Essa DNA é muito boa mesmo... – Smythe concordou com Noah. – Foi mal Ryder, sabe que eu também gosto de Nirvana, mas é bom variar um pouco e escutar coisas mais atuais, sabe...

O motorista foi obrigado a aceitar a melodia/batida/letra, era minoria, todos preferiam aquilo. Apesar de o carro ser seu. A não ser que, talvez, houve um empate:

— Você também pensa assim, Santana?

— Tanto faz, sorriso.

Bom, valeu à tentativa.

"Problem is, all that sucker shit inside your DNA..."

(...)

Enfim, os estudantes tinham chegado à praça que Ryder comentara. Ao centro do lugar, a estátua do primeiro prefeito de Rosefield residia, em perfeito estado. Nenhum tipo de segurança por perto, como ele sabia não haver no horário, já que, hipoteticamente, era para estar tudo em plena pacificidade, não era feriado, apenas um dia útil qualquer da semana. Por que se preocupar? Os adolescentes tinham aula no dia seguinte, não aconteceria nada, pff.

Destino ou não - BrittanaWhere stories live. Discover now