16. Por um triz

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Encaminhar oxigênio aos próprios pulmões passou a ser um árduo obstáculo para a líder de torcida morena, à medida que Spencer Porter prensava a garganta dela, com o antebraço robusto de nadador que dispunha. O corpo pequeno localizava-se unido aos armários atrás de si. Já o do garoto em sua frente, jogando seu peso sobre o dela.

As mãos da menina até tentaram erguer-se para tentar pará-lo, mas, na metade do caminho perderam a vivacidade. Agora, só restava esperar pelo melhor, rezando para os Deuses, ou contentar-se com a possibilidade de algo horrível acontecer. Porque, de fato, coisas ruins são possibilidades quotidianas infelizmente.

Ora, por que Santana Lopez tinha que ser uma pessoa, tão impulsiva, a maior parte de seu tempo? Por que ela tinha que ter acertado aquele soco no babaca do loiro intimidador, sem ao menos pensar nos seus respectivos atos antes? Talvez, seus pais tivessem toda a razão sobre o que achavam e sentiam sobre ela e...

A visão dos olhos castanho-escuros, consequentemente, ficou mais turva do que já se encontrava. Culpa da maldita raspadinha lançada! Os pensamentos confusos. E suas pernas? Começaram a cambalear, sem permissão alguma. Uma droga não ter mais poder sobre o corpo.

Você não é fraca Santana! Mantenha-se de olhos abertos!

Contudo, aquilo sucedeu por pouquíssimos segundos. As pessoas que haviam se estagnado, para assistir a briga, começaram a sair dali afobadamente, de maneira extraordinariamente repentina. Quem sabe, alguém da direção tivesse sido alertada sobre a situação. Ou não.

Testemunhando a mudança de cenário, Madison e Mason McCarthy, acompanhantes e amigos do nadador zangado, no período, o agarraram pelas costas, trazendo-o para longe da latina.

— Chega Spencer! – A menina Madison berrou. – Chega...

Santana caiu de joelhos no chão, livre, levando a mão direita ao busto, sua respiração arfante. O solo rígido girava em sua frente, pisos de cor branca e vermelha misturavam-se.

Rachel situava-se em estado perplexo/petrificado do outro lado do corredor, as mãos no rosto. Cada parte de seu corpo baixinho estava gelado, como um cadáver. Ela não conseguia se mover, não conseguia tomar uma atitude mediante ao incidente. Até enxergar a Lopez no chão.

— Ela é uma garota, cara! – Mason lembrou Spencer, simultaneamente, em que encostava-o ao armário do lado com força. – Uma garota, você entendeu?! Maluco!

O loiro assentiu desnorteado, por conta da dor simbólica de seu nariz recém-quebrado. Bater numa garota o causaria diversos problemas. Logo, deixou-se ser levado para outro lugar pelos amigos, e sumiu do corredor. Rachel atirou-se no chão, enquanto isso, e segurou as mãos de Santana a puxando para levantar.

— Meu Deus! Tá tudo bem?

Santana manteve-se em pé trêmula e logo esfregou os olhos, a Berry lhe lançou um olhar aflito.

— Você...

— Berry! – A latina ainda estava ofegante, piscou, com dificuldade. – Meus olhos, argh...

A garota percebeu a vermelhidão dentro da vista da outra e suspirou, pois sabia a sensação daquilo, ela não desejava a ninguém. Rachel tomou à mão da latina para si, mais uma vez. Elas agora eram mais aliadas do que nunca foram antes.

— Mantenha a calma. Nós vamos resolver isso, Santana. Eu prometo.

Elas entraram no banheiro feminino tão rapidamente que o diretor Figgins, o qual perambulava pelos corredores e que assustou os alunos aglomerados com sua presença inexplicável, nem percebeu que havia ocorrido uma confusão em frações de minutos na instituição de ensino. Ainda mais porque antes de continuar o seu caminho, deu uma olhada na sala do clube musical, onde viu alguns jovens que, aparentemente, deviam estar no meio de, quaisquer que fossem suas aulas do dia, ao invés de estarem vagabundeando por lá.

Destino ou não - BrittanaWhere stories live. Discover now