49. O nascer do sol

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"Eu te amo, Jack."

E era nesse ponto de Titanic que o choro -que já acontecia sutilmente, ou não- conquistava a fatalidade.

"Não faça isso... Não diga adeus... Ainda não. Está me entendendo?"

Tantas palavras, tantos sentimentos, emoções. Agora, uma promessa estava sendo feita na ficção entre Jack e Rose. Quanto à Pierce e a Lopez? Situavam-se lado a lado no quarto da loira, com um notebook repousado no colchão em frente a elas, e um pacote de salgadinho (aclamado) esquecido num canto, pois, toda a atenção recebida ali, dava-se obviamente ao filme que rodava no computador portátil.

"Jack... Jack... É um bote, Jack."

Porém, era tarde demais. Pobre, Jack. Sempre que Brittany assistia a este momento exato do longa-metragem, ela imediatamente se afundava em uma série de questionamentos. Ou melhor, normalmente. Porque, desta vez, ela resolveu capturar a imagem de Santana, no silêncio, para tudo o que ocorria na obra cinematográfica.

Para sua surpresa, lágrimas fluíam por olhos castanhos puxadinhos.

Brittany ficou perplexa por um instante. Para quem achava que Titanic era superável, Santana estava emocionada demais para seu gosto. A loira havia a pegado.

— Eu... Ganhei.

— Oi? – A Lopez perguntou passando as mãos pelos olhos enquanto se virava para o lado, intrigada. – Ganhou o que, coração?

— Você tá chorando, Sant... — Ela disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, porque era. – Esqueceu?

— Quê? E daí que eu tô chorando? Você também tá.

— É, mas... – A mais alta deu uma leve risada e enxugou as gotinhas escorridas pelas bochechas rosadas. – A questão é que você disse anteontem que esse filme era coisa de gente sentimental, e está chorando com ele, em outras palavras, você...

— Ah, cala a boca, Brittany! – Santana apanhou um dos travesseiros da cama, como um raio, e atacou na cara da estudante, emudecendo-a. – Já pode tirar isso aí, eu não quero mais ver, obrigada.

A garota riu da outra que, encontrava-se levantando às pressas de seus lençóis, após pedir a retirada do filme.

— Ué, por quê?

— Porque, praticamente, já acabou e eu preciso ir pra casa daqui a pouco.

— É mesmo. – Brittany suspirou. As despedidas, ela sem dúvidas detestava essa parte de seus dias. A líder de torcida fechou o notebook, largou ele num criado-mudo e correu para se pôr de pé, chegando até a Lopez. – Hey, Sannie, você não precisa ficar brava por causa do que eu te falei agora. Tá tudo bem se emocionar com...

"With a taste of your lips, I'm on a ride, you're toxic, I'm slipping under..."

Aquele adorável som, era o toque do celular da Pierce, pondo fim na conversa.

— Não vai atender?

— É, vou...

Brittany olhou para os lados e apossou-se do aparelho-escandaloso que, se localizava guardado na gaveta de um dos criados-mudo, ao lado da cama.

— Alô?

— Oi, Britt! – Quinn exclamou do outro lado da linha de forma contagiante, estava empolgada, evidentemente. – Tenho boas notícias, pra variar.

Destino ou não - BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora