Por que Brittany S. Pierce dormia com tantos travesseiros sobre a cama?
Já de inicio, era justamente isso que Santana Lopez almejava saber dela, através daquele "jogo" de sinceridade em seus aposentos. Foi assim, pá-pum, complicado. Agora, Brittany sentia necessidade de mentir e a conversa mal começara. Nada bom. Ela ouvia seu organismo implorá-la penosamente para correr, não lembrar, não dizer, não sentir, não se abrir.
Mas, percebendo os sinais, a réplica dos olhos castanhos aos azuis foi: não fuja.
Então, ela não o faria. Nunca mais, se fosse capaz. Porque ela queria contar tudo a Santana. Tudo. Independentemente das sensações que brotassem nela mediante a recordação. Aliás, mediante a toda a conversa. Sozinhas, só estavam as duas naquele quarto, naquela casa, naquele exato ponto de Rosefield, com seus corações quase na palma da mão uma da outra. E tudo dependia disso. Da honestidade expressada com qualquer palavra que surgisse nos lábios rosados e depois nos da outra, partindo daquilo. Ela podia arcar com isso. E bom, a verdade era que, nem sempre foram travesseiros ocupando tanto espaço naqueles lençóis.
Com cinco anos de idade...
Brittany foi levada a um lugar. Se perguntassem a ela o caminho percorrido até lá, não saberia dizer. Em contrapartida, com sua estatura na época, ela recordava de tudo que conseguia ver ao entorno da área visitada. Tinham imensas, gigantescas e enormes gôndolas espalhadas por todo lado, todas sem cor, sem vida, sem nada, exceto altura, embora o que mais tivessem sobre elas fossem brinquedos com uma variedade tremenda de pintura, tamanhos, utilidades e preços. Contudo, não a importava. Ela não conseguia enxergar. Logo, não queria estar ali, e também não via sentido em estar ali. Era uma loja qualquer, num dia qualquer, em qualquer canto de Seattle. Mas, a pequena loira só queria estar em seu quarto, junto a seu novo teto de estrelas, a única coisa que lhe fazia sentir-se perto da mãe, realmente, pois a mesma havia se transformado em uma no céu, segundo o seu pai.
— E aí, já pensou no que vai querer levar? – Robert indagou enfim, olhando para a baixinha calada com quem andava de mãos dadas. – Brittany...?
A menina direcionou a visão para cima para poder prestar atenção no homem. Se não estivesse enganada, podia jurar que ele falara algo a ela. Arriscou-se:
— O que?
— Já pensou no que vai querer levar pra casa?
— Ahn...— Ela fitou o corredor em que os dois se encontravam de um lado a outro, concentrada. Vários e vários bichinhos de pelúcia cercavam-nos. Do seu ponto de vista, nenhum interessante. – Papai, eu não quero nada.
Ela só estava sendo franca, e, aquele ambiente tinha tanta luz, mais tanta luz, que, lembrava-a de hospitais, odiava isso.
— Como assim, filha? Dá mais uma olhada.
— Vamos embora?
— Oh, certo. – Ele agachou de frente para a menina. – O que houve? Me conta. Não combinamos que acharíamos amiguinhos pra ficar com você de noite?
— Sim, mas eu não quero mais.
— Por quê?
— Eu... Não sei... Só quero ir pra casa.
Robert respirou fundo e compreendeu, apoiando as mãos nos braços da criança, continuou:
— Olha Brittany, eu não quero mais ter que te dar medicação pra dormir, você sabe. Eu e a doutora Vivian percebemos que você tem mais pesadelos ainda quando toma, e não é sempre que o papai pode ficar com você quando acontece, então, por favor, dê uma chance aos bichinhos. Já estamos aqui, não temos nada a perder, só a ganhar. Tudo bem?
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Destino ou não - Brittana
RomanceBrittany e Santana são duas adolescentes completamente diferentes, que se conhecem por um acaso em um farol abandonado. A verdade é que nenhuma delas queria estar naquela cidadezinha, Rosefield, mas é a partir de lá que um vínculo é criado entre as...