34. Esperança traiçoeira (p.1)

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"Não. Faça. Isso. Brittany."

Ela repetiu custosamente a si mesma, enquanto se encontrava, novamente, por um fio de beijar a sua paixão... Aliás, Santana Lopez, a garota mais deslumbrante, em todos os sentidos, que já conhecera e que, divertia-se sem dó com os seus, mais delicados, sentimentos de dentro do peito. E todo o cenário precário somente localizava-se, se intensificado, à medida que ela se ordenava a não gostar tanto da outra e que, a morena, por outro lado, se aproximava de algum jeito dela. Uma tortura sem fim.

Será que Santana tinha noção disso?

Elas estavam sob o teto acolhedor da torre do farol esquecido de Rosefield, frente a frente, seguras da chuva do lado exterior. A Pierce sabia que tinha forças escondidas em algum lugar de seu físico e mente para evitar que aquilo acontecesse, mais uma vez, entre elas.

"Você tem certeza das suas palavras. Tem sim. Não se deixe levar, ok?"

A mais alta não podia permitir-se cair do topo daquele penhasco de emoções, pois não teria volta. E ela estava na beira. A queda seria bem maior e dolorosa que, se comparado ao penhasco real do farol. Isso que Santana fazia com ela era um jogo. Um jogo longo e viciante. E o jovem coração miserável da Pierce era um simples tabuleiro para as peças cruéis que Santana movia com agilidade sobre.

"Você não vê? É um jogo qualquer. Ela ama jogos. Não você."

A líder de torcida não podia ser tão fraca e boba assim, para chegar ao ponto de deixar a outra dominá-la como se fosse a própria marionete humana da qual já foi, inclusive, chamada pela latina. Suas bocas agora se situavam em uma verdadeira linha tênue cativante de distância. E os olhos castanho-escuros eram pura malícia.

Porcaria, o que aquela folgada estava fazendo com sua sanidade mental?

Fechou os olhos azuis, para não ter que fitar os olhos profundos e marejados à frente, e apertou as pálpebras com força. Ok, agora parecia uma zona mais segura de se pensar. Mesmo que, sentisse a respiração da outra tão perto, entrando nos poros de sua pele, mais e mais. Se afaste, agora! Ela tentava ordenar seu corpo a tal. E falhou. E como falhou.

Ora, ele tinha que obedecê-la, corpo e alma trabalham juntos, não?

Brittany ainda queria saber o porquê Santana começara a chorar subitamente há pouco. Tudo bem que, ela já havia descoberto que, a morena, ficava emocionalmente instável com álcool nas veias. Mas ainda sim, seria bom saber ao certo o que estava se passando agora.

Poderia ser tudo: os beijos, a chantagem, a saída das Cheerios, os seus pais...

Recebeu então, um selinho da ex-líder de torcida, no breu dos seus olhos fechados. Talvez, a textura dos lábios carnudos fosse sua mais nova ideia de riqueza. Todavia, a Pierce lembrava-se muito bem, do que ocorrera das outras vezes em que se beijaram, até porque, tudo aquilo, era recente demais, e por isso era ainda mais confuso. Era intenso demais. Como podia isso? Não podia ser.

Depois de todas às vezes, existia um padrão.

E ele, era facílimo de memorizar. Santana sempre fugia de alguma maneira. E ainda botava a culpa em algo, o que importunava deveras a loura. E era por isso mesmo que ela tinha que parar. Elas tinham que conversar. Sim, conversar. E Brittany não deveria dar abertura alguma para a Lopez voltar a beber, fazendo esses joguinhos. Desse jeito nunca conseguiriam tal coisa.

E outra, ela não estava à venda.

E, também, se sentia culpada pela chantagem em cima da Lopez, afinal, ela beijara a morena, da última vez, em um lugar totalmente exposto aos olhos de qualquer um, tinha toda a culpa disso sobre si. Foi descuidada. Isso não parava de martelar sua cabeça, desde que Santana contara tudo a ela. Culpada, culpada, culpada. Esse era o seu título ideal.

Destino ou não - BrittanaWhere stories live. Discover now