1. O farol de Rosefield

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Tal paisagem era sem dúvidas uma das coisas mais fantásticas que Brittany Susan Pierce já havia visto em toda a sua vida, depois de longos meses morando na pequena cidade "Rosefield", aquela era a primeira vez que ela visitava o espaço em que se encontrava.

Como esquecer a forma que ela havia ido parar ali? Bom...

Era uma magnífica tarde de sábado, e ao invés de Brittany estar lá fora batendo perna pelas futurísticas ruas de Seattle com os amigos, ela estava dentro de casa tentando lembrar-se o que exatamente ela havia ido fazer em frente à geladeira branca e espaçosa de sua cozinha.

Ah sim, pensou sozinha recuperando seus pensamentos.

A loira abriu a geladeira, ficando em dúvida entre iogurte ou algo mais natural, como aquele morango fresco, que flertava com os seus belos olhos azuis, deitado junto a tantos outros em uma vasilha transparente, para saciar a sua fome da tarde.

Brittany, no fundo, estava com uma quedinha pelo morango, como sempre. Porém, na realidade, sua minha boca e estômago gritavam por sorvete. Um maravilhoso sorvete de chocolate, o que poderia ser melhor que isso?

Mais alguns segundos se passaram até ela ser retirada de sua concentração por uma voz masculina.

— Brittany, você pode se sentar? – Pediu seu pai, com calma. – Preciso conversar sobre uma coisa muito importante pra mim e pra você, filha.

Os olhos azuis dirigiram-se aos do homem engravatado, que abaixava delicadamente a tela do notebook repousado na mesa.

Robert Pierce, um homem de negócios, nunca tinha tempo para a filha, o que ele queria, afinal? Pensou Brittany.

— Nem percebi que estava ai. – Comentou a loira ao mesmo tempo em que se voltava à geladeira para pegar a vasilha de morangos. – Pode falar.

— Sente, por favor, Brittany. – Sibilou o grisalho.

Aquele mistério no ar foi o primeiro sinal indicando que alguma coisa estranha estava acontecendo. Algo como mudança de vida.

Logo, com a vasilha nas mãos, Brittany resolveu juntar-se ao pai.

— O que aconteceu? – Perguntou tranquilamente tentando encontrar uma posição confortável na cadeira.

— Então filha... – Começou a falar Robert, ele fez uma pausa para engolir a saliva presa na garganta. – É que estou tão feliz...

Robert afrouxou sua gravata, seus olhos em Brittany.

— Eu consegui alguns investimentos muito, muito bons, não é ótimo?

— Sim pai... – Assentiu a garota em tom desconfiado. – E qual é o problema?

— O problema? – Ele riu levemente. – Bom, não é um problema...

— Pai, fala logo, por favor. – Pediu Brittany enquanto mordia o morango. – Ah, eu amo a Cida! Ela escolhe as melhores frutas.

— Essa é a vantagem de se ter empregados, não? – O homem concluiu rindo. – Voltando ao assunto, é que esses investimentos... Eles ficam em outra cidade, uma cidade pequena especificamente.

— Sim, sim. – Disse a garota sem paciência. – O que está tentando me dizer?

— Nós vamos nos mudar daqui uma semana pra lá.

— O que?! – Ela indagou engasgando com um morango.

Seu corpo enrijeceu-se inteiro sobre a cadeira e ela continuou tossindo.

— Tá tudo bem, Brittany? – Seu pai perguntou com os olhos arregalados de preocupação. – Tenha cuidado!

A loira precisava urgentemente de um minuto para processar toda a informação... E também, para o morango descer corretamente goela abaixo.

Destino ou não - BrittanaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant