• Capítulo 89 - Reta Final.

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Agus: deixa elas- ele as defende sorrindo.
Valu: bom, está muito legal ficar relembrando das coisas que passamos, mas não estamos aqui só para ficar de papo né? Irei dançar- ela diz e eu e Lina nos levantamos logo depois.
Kah: também e vou procurar algo para comer.- falo e todos assentem enquanto nos afastamos da mesa. Hoje quero aproveitar, não quero ficar triste ou chorando. Por mais que o pressentimento ruim que sumiu enquanto dávamos risadas e conversávamos a alguns minutos atrás tenha voltado, acho que é coisa da minha cabeça! Eu e as meninas vamos em direção ao bar e comemos alguns petiscos. Logo após nos direcionamos a pista de dança e começamos a dançar de acordo com o ritmo da música alta que tocava. Depois de alguns minutos Chiara apareceu para dançar com a gente e me deu um copo de refrigerante. Não sei como ela conseguiu já que esse lugar só tem bebidas alcoólicas, mas não pergunto e nem protesto, apenas bebo tudo em um gole só depois de agradecê-la e volto a mexer meus quadris logo após que coloco o copo em uma mesa. As meninas me acompanham nos movimentos e já posso sentir meu corpo começar a suar. Droga, preciso de ar e de ir ao banheiro também- Vou ao banheiro. É rápido!- afirmo para minhas três amigas alto para que elas possam me ouvir e elas assentem. Vou a procura de um banheiro e olho para o bar, sendo mais específica para onde os meninos estão e o olhar do Ruggero encontra com o meu. Ele sorri sem mostrar os dentes, pois está comendo e sorrio de volta logo após me virando a procura de um banheiro. Assim que acho o banheiro depois de alguns minutos suspiro aliviada. Bem que falam que grávidas ficam com mais vontade de fazer xixi. Já provei isso uma vez e agora estou provando de novo, só que dessa vez pior se é que é possível. Ao entrar no banheiro vejo algumas garotas se arrumando e entro dentro de uma cabine para fazer minhas necessidades. Logo após dou descarga e saio da cabine para lavar e secar as mãos. O banheiro agora está um silêncio absoluto já que as meninas saíram, tirando a música alta lá de fora. Ouço a porta do banheiro ser aberta e ando até a mesma para sair, mas paraliso ao ver a pessoa que menos esperava na minha frente- Candelária?- arregalo os olhos. Não pode ser! Meus olhos vão de encontro ao movimento de sua mão que tranca a porta e joga a chave para dentro de uma das cabines. Droga, mil vezes droga!
Cande: olha só, finalmente estamos a sós!- ela afirma com uma voz maléfica e dá um passo em minha direção, mas rapidamente recuo. Meus olhos vão de encontro com sua outra mão parada ao lado do seu corpo com uma arma e sinto meu corpo inteiro tremer enquanto meu coração bate aceleradamente em meu peito.
Kah: o q-que você q-quer?- minha voz sai falhada e engulo em seco.
Cande: acertar as contas!- ela afirma dando mais um passo em minha direção e recuo, só que dessa vez sinto minhas costas nuas por causa do vestido irem de contato com a parede fria. Droga, essa não! Deveria estar gritando, mas nem voz tenho para isso nesse momento. Estou em choque e mesmo se não estivesse ninguém iria me ouvir. A música está altíssima!- Não adianta fugir de mim Karol. Agora estamos só nós duas. Ninguém vai vir aqui te socorrer- ela diz confiante e sinto meu coração se apertar. Estava tudo bom demais para ser verdade!
Kah: o que eu te fiz? Me deixa em paz!- elevo meu tom de voz e ela trava o maxilar furiosa. Droga, não era para eu ter elevado meu tom de voz, mas essa mulher me irrita em um nível absurdo!
Cande: você acha mesmo que esqueci quando você atirou em mim? Agora estamos dentro de um banheiro que nem da primeira vez que nos vimos, mas pode ter certeza que o tiro hoje vai ser em você!- ela afirma irritada, se aproxima mais de mim e assim ficamos a centímetros de distância. Tento sair do seu aperto, mas ela me empurra pelo braço bruscamente fazendo minhas costas irem de encontro com a parede me fazendo gemer de dor- Você conseguiu tudo o que eu sempre quis! Aquele filho da puta do Esteban sempre te protegeu e você mal tinha chegado na gangue dele e já era a queridinha.
Kah: eu não tenho nada a ver com isso!- tento sair do seu aperto que continua em meu braço.
Cande: oh se tem e mesmo se não tivesse estou nem aí! Eu só quero livrar você do meu caminho!- ela afirma com um sorriso psicopata que fez meus pelos dos pés a cabeça se arrepiarem, mas não foi de uma forma boa.
Kah: VOCÊ É LOUCA! EU JÁ DISSE QUE NÃO TENHO NADA A VER COM ISSO. SEM CONTAR QUE ESTEBAN ESTÁ MORTO, ENTÃO ME DEIXA EM PAZ!- grito e finalmente me livro do seu aperto.
Cande: NÃO ELEVA A VOZ PARA MIM!- sua mão vai de encontro com meu rosto e sinto o mesmo arder em alguns segundos. Porra, essa mão é feita de pedra? Sem perder tempo devolvo o seu tapa. Sei que não irá adiantar ficarmos batendo papo e eu continuar implorando para ela me deixar em paz, até porque se eu não sair viva daqui quem irá sair é ela! Vejo quando ela deixa a arma no suporte que está em sua cintura e me olha furiosa e com sangue nos olhos. Merda, tenho que arrumar uma maneira de tirar essa arma dali rápido. Vejo quando em um movimento rápido ela agarra meu cabelo o puxando fortemente e grito de dor. Porra, isso dói pra caralho! Levanto meu pé com o tênis e a empurro pela barriga pra trás no intuito dela me largar e a mesma cambaleia batendo seu corpo contra a pia do banheiro- VOCÊ NÃO DEVIA TER FEITO ISSO!- ela grita e acerta um soco em meu rosto me fazendo cambalear pra trás e cair contra a porta do banheiro. Sinto meus olhos marejados e minha visão ficar embaçada pela intensidade da dor. Droga, não posso deixar ela sair por cima! Estou grávida, o que me deixa mais emocional e mais fraca também, mas não quero saber! Eu tenho que sair daqui viva junto com meu bebê.

Rugge on·
Olho para o relógio em meu pulso vendo as horas e olho para os lados apreensivo. A Karol estava dançando na pista de dança com suas amigas. Sei disso pois estava observando tudo, mas ela saiu de lá e antes de sumir do meu campo de visão virou para direção onde estou. Nossos olhares se encontraram e senti um pressentimento ruim, mas resolvi ignorar e continuei bebendo e comendo com meus amigos, mas os minutos estão passando e já fazem quinze minutos que ela não voltou. Será que ela está bem? Será que aconteceu algo? Ou melhor, aonde será que ela foi?

Agus: o que foi Rugge?- ele pergunta e olho para o mesmo. Acho que ele percebeu a aflição presente em mim já que não paro quieto na cadeira.
Rugge: a Karol sumiu!- suspiro.
Mike: relaxa, ela deve estar em um lugar por aí.
Rugge: mesmo assim, já fazem quinze minutos que ela saiu e não voltou.
Agus: está cronometrando o tempo?
Rugge: não me enche!- reviro os olhos.
Mike: não acho que tenha acontecido algo, mas se você acha que só vai ficar melhor quando achar ela, vai em frente!- ele afirma e decido fazer isso, aliás não custa nada né? Me levanto da cadeira que estava sentado e olho para eles.
Rugge: volto daqui alguns minutos.- falo e eles assentem. Vou na direção que lembro da onde a Karol foi quando saiu da pista de dança e vejo que tem algumas pessoas dançando, se beijando e bebendo em lugares aleatórios e ignoro apenas andando rápido até que acho os banheiros. Por um momento solto um suspiro aliviado. Ela deve estar aí dentro, mas o pressentimento ruim ainda não foi embora. A música está altíssima enquanto me aproximo do banheiro feminino- KAROL?- grito através da porta por conta da música, mas não ouço nenhuma outra voz. Grito mais alto o nome dela e tento girar a maçaneta. Sei que é errado já que é um banheiro feminino, mas foda-se, ninguém parece se importar! Bufo quando vejo que a porta está trancada e minha aflição só aumenta. Será que aconteceu algo? Será que ela está aqui mesmo? Bato na porta várias vezes gritando e coloco meu ouvido na porta para ver se escuto algo.
Kah: RUGGERO- um grito abafado soa e meu coração parece sair pela boca. É ela.
Xx: CALA A BOCA VADIA!- forço mais minha orelha contra a porta para ouvir melhor e tenho a sensação que já ouvi essa outra voz antes, mas não sei identificar quem é. Minha mão está girando várias vezes a maçaneta tentando abrir a porta, mas não tem jeito.
Rugge: KAROL?- grito outra vez seu nome já sentindo o desespero tomar conta de mim. As pessoas ao meu redor estão me olhando como se eu fosse um louco, mas não me importo! Ouço um tiro vindo lá de dentro, meu coração se acelera em meu peito e quando as pessoas ao meu redor percebem que foi um tiro saem correndo, gritando e desesperando outras pessoas. Me afasto da porta sentindo a adrenalina dentro de mim e meus olhos já embaçados por conta das lágrimas que querem sair. Corro até a porta novamente com toda a força que tenho nesse momento abrindo a mesma com tudo. Me deparo com uma cena horrível! Meu coração parece cair para o estômago, meu corpo gela e sinto quando uma lágrima cai em meu rosto. Parece que tudo ao meu redor para e que só existe eu e ela aqui. A Karol está jogada no chão com um tiro acima da sua barriga, com sua mão tentando estacar o sangue e está muito pálida. Olho para cima para ver quem é a culpada, pois sei que é uma mulher e vejo Candelária sentada no chão e se contorcendo de dor, mas sem nenhum tiro. Poderia muito bem ir até ela e esmurrar aquele rosto que contém um sorriso debochado mesmo estando com dor, mas não me importo que ela faça algo comigo já que ela já fez com a pessoa que mais me importo na vida! Sem perder mais tempo corro até a Karol e me ajoelho ao seu lado- KAROL!- grito sentindo a dor em meu peito se aumentar- KAROL, POR FAVOR! NÃO FECHA OS OLHOS!- grito colocando minhas mãos em seu rosto e ela com dificuldade inclina sua cabeça para me olhar. Vejo quando uma lágrima cai do seu olho esquerdo e a limpo rapidamente.
Kah: d-desculpa!- sua voz sai falhada- Eu não c-consegui d-dessa v-vez!- seu corpo treme.
Rugge: não, não, não. Karol, você não pode ir assim. Não pode me deixar!- me permito chorar. Não me importo de estar sendo um chorão nesse momento. Porra, a mulher da minha vida levou um tiro e está quase morrendo!- Me perdoa! Eu sou o culpado disso tudo e eu sinto muito. Sinto muito por tudo que já te fiz passar!- afirmo e ela apenas assente ameaçando fechar os olhos- Agora faça de tudo para não fechar os olhos. Lembra de mim, do nosso bebê e dos nossos amigos. Eu te amo!- afirmo desesperado tentando pegar meu celular do bolso para ligar para ambulância. Vejo Candelária desmaiada no chão enquanto disco o número da ambulância, mas me interrompo quando vejo Karol cuspindo sangue- Não, não, não.- digo chorando desesperadamente e largo o telefone agarrando seu rosto de novo e com a outra mão tentando estacar o sangue- Você não pode me deixar Karol. Não faz isso comigo, com nosso bebê e com todo mundo.
Kah: m-me b-beija, por f-favor.- ela sussurra com dificuldade e sem perder tempo selo nossos lábios em um selinho- Eu te amo!- ela afirma quando afasto nossos lábios e deixo nossos rostos a milímetros de distância- Você foi c-com certeza a m-melhor coisa que me a-aconteceu!- ela afirma antes de fechar os olhos e apenas grito, grito muito alto e agarro seu rosto novamente.
Rugge: NÃO, KAROL, POR FAVOR! NÃO PODE ME DEIXAR!- grito- EU TE AMO MUITO, MUITO. POR FAVOR, NÃO ME DEIXA!- balanço seu rosto chorando desesperadamente.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now