• Capítulo 33

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Raquel: o que acha de esquecermos essa festa e irmos aproveitar?
Rugge: proposta interessante, mas não. Estou bem aqui- ela abre a boca para falar algo, porém uma voz feminina a interrompe chamando pelo meu nome. É a Male.
Male: RUGGE- ela grita, se aproxima e vejo que seu semblante está preocupado. Logo me levanto.
Rugge: o que aconteceu?
Male: estava cumprimentando alguns convidados e depois fui até o banheiro, só que quando fui abrir a porta estava trancada e ouvi um grito de uma mulher. É a Karol. Eu gritei e ela pediu ajuda, então vim até você.
Rugge: merda! Aonde é o banheiro?
Male: vem comigo- ela diz e eu vou atrás da mesma correndo. Droga! Como já é de se esperar eu sabia que alguém de outra gangue está aqui. O pior é que ainda dissemos as meninas para ficarem perto de nós. Sei que eu sai de lá, porém tinha o Mike e Agus. Assim que chegamos ao banheiro feminino ouvi um grito.
Rugge: KAROL???- grito em frente a porta.
Male: KAROL?
Kah: RUGGERO- escuto sua voz e logo após um tiro vindo do lado de dentro.
Rugge: KAROL? PORRA!- me afasto da porta rapidamente, a chuto com toda minha força arrombando a mesma e olho em volta vendo algo que me deixou confuso. Karol está em pé com uma arma na mão e uma morena que eu conheço muito bem jogada no chão. Candelária, uma das melhores lutadoras da gangue de Esteban que já tentou me matar diversas vezes.
Cande: eu vou acabar com você!- ela afirma para Karol e tenta se levantar, mas devido a dor não consegue.
Rugge: você fez isso?- pergunto não conseguindo disfarçar um sorriso. Eu sei que eu disse que não queria que ela fizesse parte de tudo isso, mas fico feliz que ela tenha se defendido e dessa vez sozinha. Ela logo se vira e posso ver seu vestido amarrotado e um pouco rasgado e um corte na bochecha.
Kah: eu quero ir embora!- ela afirma com a voz embargada, assinto e tiro a arma de sua mão.
Rugge: pede para o Agus e o Mike cuidarem dela.- digo a Male que assente e antes de sair dou um abraço em Karol. Passo meu braço pela cintura da mesma, saímos juntos da festa e ela o tempo todo estava de cabeça baixa. Talvez esteja com pena de ter dado um tiro na Candelária, mas era melhor do que nela. Peço um uber, pois a van irei deixar com os garotos e o uber chega em poucos minutos. Eu e Karol fomos o caminho todo em silêncio. Assim que paguei o uber entrei em casa e ouvi a porta do quarto de Karol batendo. Respiro fundo, vou até lá sem bater na porta e abro a mesma de uma vez. Ela levanta seu rosto, vejo seus olhos avermelhados e seu rosto molhado e me sento ao seu lado- Olha para mim.- falo e assim ela faz- Você foi muito corajosa!
Kah: isso não importa! Eu quase matei uma pessoa- ela diz e uma lágrima rola em seu rosto, mas eu rapidamente a limpo.
Rugge: mas ela estava tentando te matar, você apenas se defendeu.
Kah: estou cansada Ruggero. Em todo lugar que eu vou tem alguém querendo me sequestrar, me torturar e até mesmo me matar!
Rugge: eu sei e pode ficar tranquila. Eu vou dar um jeito nisso!
Kah: não entendo como minha mãe me mandou pra cá- ela diz voltando a chorar.
Rugge: shhh, não pensa nisso- Caro realmente é maluca de ter mandado sua filha para Esteban. Não sei como ela foi capaz disso.
Kah: como descobriu que eu estava no banheiro? Você já tinha saído de perto- ela limpa as lágrimas.
Rugge: a Malena passou por lá e me avisou que ouviu você gritando pedindo ajuda e foi até mim.
Kah: e por que foi até lá?
Rugge: porque eu não queria que nada acontecesse com você!- afirmo sem pensar. Droga! Por que eu falei isso? Isso é mentira, né? Ao perceber o que falei me levanto rapidamente meio atrapalhado e saio indo até meu quarto para pegar o kit de primeiros socorros. Volto para seu quarto, faço os curativos e depois volto a guardar a caixa no lugar.
Kah: obrigada!- ela sorri.
Rugge: acho que agora é melhor você ir descansar- ela assente e se senta na cama.
Kah: se quiser ir já pode- assinto. Me viro para sair, mas parece que minhas pernas travaram e não querem mais andar para a direção da porta. Ah, foda-se se eu me arrepender depois! Me viro para ela novamente que me olha sem entender.
Rugge: mas antes...- falo antes de pegar em sua nuca e selar nossos lábios. Passo meu braço por suas costas, ela se levanta e então levo minhas mãos até sua cintura. A abraço enquanto a beijo como se dependesse disso para viver e nesse momento eu realmente estou precisando disso. Seus braços envolvem meu pescoço e a encosto na parede ao nosso lado. A verdade que o fato dela ter se defendido sozinha sem que eu precisasse intervir mexeu com meu psicológico. Por mais que eu não admita eu admiro o fato dela não "lamber meu chão" que nem as outras mulheres. Massageio minha língua na sua fazendo ela se arrepiar e a mesma morde meu lábio inferior. Se ela não estivesse tão fragilizada com certeza já teria feito as coisas se esquentarem. Ela afasta nossos lábios, deixa um selinho em meus lábios e nossos olhares se encontram. Dá para ver que ela está cansada e triste- Vem, eu vou te ajudar- a levo até o banheiro.
Kah: no quê?- ela pergunta sem entender.
Rugge: bom, eu preferia tirar esse vestido em outras circunstâncias, mas se é essa que eu irei ter agora vamos.- ela sorri e me dá um tapa leve no braço. Ela tira seu vestido ficando só de lingerie e revelando as belas curvas de seu corpo e eu desvio o olhar antes que ela perceba que estou olhando demais. Ligo a água do chuveiro e ela entra dentro do box. Pego o sabonete e a ajudo a passar pelo seu corpo me concentrando para não a foder ali mesmo. Assim que acabo a olho- Vou pegar uma roupa pra você- ela assente e eu saio do banheiro. Vou até seu guarda-roupa, pego uma lingerie e um vestido fresco. A entrego assim que termina de tomar seu banho e me sento na cama a esperando sair.
Kah: obrigada por ajudar- ela sorri fraco e dá para ver o cansaço em seus olhos.
Rugge: ainda pensando no que aconteceu?- ela assente e anda até a cama deitando na mesma- Você não a matou!- afirmo e ela suspira. Logo após tiro meu tênis e minha blusa.
Kah: o que está fazendo?- ela pergunta sem entender e eu me deito ao seu lado.
Rugge: me deitando com você- falo o óbvio e ela ainda continua me olhando sem entender. A puxo para perto de mim e ela deita sua cabeça em meu peitoral enquanto fico encarando o teto até finalmente pegar no sono.

Dia seguinte·

Kah on·
Acordo e sinto um corpo ao meu lado. Ergo minha cabeça para cima, vejo Ruggero e me lembro de tudo que aconteceu ontem. Suspiro fundo e fecho os olhos. Essa vida é demais para mim! Logo escuto a porta sendo aberta e olho para frente vendo Agus entrar.

Agus: Karo... Ruggero?- ele franze o cenho e o Ruggero se remexe debaixo do cobertor se despertando- O que ele faz aqui? Por acaso vocês tran...- o interrompo antes de ouvir o que não queria.
Kah: não Agus. Ficou louco?
Agus: então o que ele faz aqui?
Rugge: cala a boca Agus!- Ruggero bufa abrindo os olhos e tira seu braço que estava por trás de mim.
Kah: agora são quantas horas?
Agus: já são duas horas da tarde.
Rugge: caralho! Nós dormimos isso tudo?- Agus assente.
Agus: mas até agora não me responderam!- ele afirma e Ruggero se senta na cama.
Rugge: só dormimos juntos, nada demais- ele revira os olhos.
Agus: espera, você dormiu com uma mulher sem fazer nada?- Agus pergunta e eu apenas observava a conversa dos dois enquanto me sentava na cama.
Rugge: eu só estava a ajudando.
Agus: ok então. Fiquei sabendo do que houve, eu sinto muito Kah!
Kah: eu também.
Rugge: para quem queria entrar na gangue parece que já mudou de ideia.
Kah: não me irrita!- afirmo e ele ri. Não acredito que ele vai começar a me irritar agora.
Agus: como assim?
Kah: nada Agus. Você sabe como o Ruggero é- Ruggero ri da minha cara e eu reviro os olhos.
Agus: tá bom. Só vim para saber se está melhor.
Kah: na medida do possível.
Agus: saiba que qualquer coisa estou aqui!- sorrio.
Kah: eu não a matei né?
Agus: não, na verdade quando eu e o Mike chegamos ela já tinha fugido.
Rugge: droga!
Kah: ainda bem. Não queria ter a matado.
Rugge: iria ser o melhor. Agora ela vai querer vingança.
Kah: acha que ela irá vir atrás de mim?
Rugge: com toda certeza depois do que houve. Melhor se preparar.- sinto o desespero tomar conta de mim. Droga! Eu não quero me meter nessa confusão, mas eu já estou metida antes mesmo que eu pudesse interferir- Coloca uma roupa confortável. Vamos treinar no ringue- ele diz e eu assinto, então ele logo após sai me deixando com o Agus.
Kah: por que ele é assim? Um dia carinhoso e o outro dane-se?
Agus: é o jeito dele, por mais que seja escroto.
Kah: é muito escroto!
Agus: vai mesmo querer treinar?
Kah: vou ter que ir. Preciso aprender a pelo o menos me defender.
Agus: para quem deu um tiro em uma das melhores atiradoras da gangue inimiga você está ótima!
Kah: acho que foi sorte mesmo.
Agus: acho que não, afinal você e o Ruggero treinaram esses dias.
Kah: talvez tenha razão. Agora acho melhor eu me trocar- ele assente e antes de sair deixa um beijo em minha testa.

Semanas depois·

Kah on·
Já se passaram algumas semanas e quase nada mudou. Eu continuo indo a boate e sinto muita falta de Gio. Ainda não tive coragem de ligar para o número que ela me deu, pois essa história toda me trás arrepios. Graças a Deus Candelária não voltou, mas Ruggero ainda acha que ela irá voltar para me atacar, o que eu também não duvido. Falando sobre o Ruggero ele está menos agressivo e acabamos nos beijando algumas vezes, mas nada que nos fizesse perder o controle. As meninas vem aqui direto e as aulas já voltaram, mas elas quase não vão. Elas disseram que perderam a vontade e só vão de vez em quando para a tia de Lina não desconfiar. Sim, na conversa que os pais da Valu teve com a tia da Lina acabaram acertando tudo deixando a mesma morar lá temporariamente.
Agora nesse exato momento estou terminando de arrumar minha mala, pois eu e o Ruggero vamos passar um dia em um sítio. Os meninos colocaram em suas cabeças que precisamos de um momento de paz, mas nem estamos brigando tanto assim comparado a outros dias. Logo ouço Ruggero me gritando dizendo que eu estou atrasando e reviro os olhos antes de fechar minha mala e sair do meu quarto.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now