Love Barriers [CONCLUÍDA]

• Capítulo 50

Kah: ok.- suspiro- Eu vou fazer o teste!- digo por fim e elas sorriem animadas. Não estou nada animada com isso e muito menos preparada, mas tenho que admitir que estão certas. Estou passando mal já tem semanas e se eu não estiver grávida posso estar com algum problema de saúde. Espero que não seja nenhum dos dois e apenas alguns enjoos bobos. Me levanto da cadeira e vou para o meu quarto. Pego a sacola que está em cima do criado mudo e tiro o teste de gravidez de dentro. Saio do meu quarto e vou ao banheiro vendo que as meninas já estão lá- Não faço a mínima ideia de como funciona- falo tirando o teste da caixa.
Valu: é simples. Pegamos um potinho limpo e você precisa urinar dentro dele.
Lina: e logo após tem que colocar a fita do teste em contato com a urina.
Valu: o resultado vai aparecer depois de alguns minutos- elas dizem e eu assinto um pouco assustada. Não acredito que concordei fazer isso, mas ao mesmo tempo sei que é o melhor.
Lina: não precisa ficar nervosa. Vai dar tudo certo e estamos aqui com você!- ela afirma e eu sorrio.
Valu: vamos estar no seu quarto te esperando- assinto.
Kah: obrigada meninas. Agora acho melhor eu fazer- suspiro olhando para o teste em minha mão. Elas assentem, Valu me dá o potinho e logo após as duas saem. Respiro fundo e tranco a porta do banheiro ficando por fim sozinha.
[...]
Kah on·
Olho para o teste ansiosa esperando o resultado sair. Merda! O pior é que nem sei como ver se estou grávida ou não no teste. As meninas não me explicaram essa parte, mas também que tipo de pessoa eu sou para não saber? Já se passaram uns três minutos e franzo o cenho ao ver duas listras no mostrador. Esse é o resultado? Bom, o mostrador está em branco, então com certeza sim, só que não sei o que indica essas duas listras. Para mim só ia mostrar se estou grávida ou não e pronto. Saio do banheiro com o teste em mãos e vou até meu quarto. Abro a porta que estava fechada e vejo as meninas sentadas na cama, mas elas se levantam assim que me vê.

Valu: e aí? Qual é o resultado?
Kah: é...
Lina: falo logo Karol!
Kah: não sei qual foi o resultado, apenas apareceu duas listras. O que significa? Para mim só ia aparecer se estou grávida ou não.- digo e elas me encaram com os olhos arregalados- O que foi?
Valu: me dê o teste!- Valu afirma e eu assinto logo após a entregando. Ela e a Lina olham o teste e depois me olham.
Kah: dá para me explicarem por que estão me olhando assim?
Lina: Karol, porra...- Valu a interrompe.
Valu: você está grávida!- ela afirma e meu mundo cai. Literalmente cai. Não pode ser!
Kah: o quê? Como assim?- pergunto com a voz já desesperada.
Lina: esquecemos de te dizer que essa não é a versão digital.
Valu: ou seja, se aparecesse uma listra é porque não estaria grávida e duas porque está grávida.
Kah: não... N-Não pode s-ser.- falo com meus olhos marejados. Minhas mãos tremem ao pegar o teste da mão de Valu e olhar as duas listras- Caralho, me diz que é mentira!- afirmo sentindo as lágrimas quentes molharem minha bochecha.
Lina: não Kah, é verdade.
Valu: por que está chorando?
Kah: eu não q-quero esse f-filho. Eu não q-quero ser mãe, n-não agora- minha voz sai totalmente falhada enquanto estou aos prantos.
Valu: por que Kah?
Lina: sabemos que não planejou e que é nova, mas você será uma ótima mãe.
Kah: NÃO IMPORTA! Eu não quero, eu não posso, por favor!- não consigo conter que as lágrimas desçam do meu rosto. O que vou falar para o Ruggero? Essa pergunta percorre a minha mente me deixando mais desesperada ainda- O Ruggero vai surtar meninas. Ele vai surtar!- afirmo em desespero.
Lina: talvez seja um pouco difícil para ele aceitar no início, mas ele gosta muito de você!
Valu: tenho certeza que ele vai querer assumir.
Kah: não, ele não vai querer. Vocês não conhecem o Ruggero como eu conheço. Ele pode ter mudado, mas isso é impossível de acontecer!
Lina: o que está dizendo com isso?
Kah: eu não vou contar para ele, pelo menos não agora. Eu preciso me preparar primeiro- falo tentando não me desesperar com as palavras mais do que já esteja. Minhas pernas tremem, meu queixo cai, sinto meu coração errar uma batida e depois se acelerar rapidamente quando ouço uma voz atrás de mim. Uma voz que eu conheço muito bem.
Rugge: o que vocês não vão contar?- sua voz ecoa pelo quarto. Meus olhos estão arregalados e as meninas estão sem reação. Não consigo nem me virar para vê-lo.
Valu: não é nada Ruggero- Valu dá um sorriso forçado e um soluço alto sai da minha boca.
Lina: assunto de meninas- ela sorri e torço para que ele saia, para que ele possa ir embora e me deixar ter esse momento sozinha. De verdade gostaria de ser mãe, mas não agora e isso se tornou meu maior e pior pesadelo. Eu sei que o Ruggero mudou, mas não sei se o bastante para aceitar um filho. Nem eu quero esse filho para ser sincera.
Rugge: Karol, vire para mim- meus olhos lacrimejam mais uma vez com seu tom autoritário e nego com a cabeça rapidamente. Não quero que ele veja o meu estado.
Valu: Ruggero, é melhor você nos deixar sozinha. Depois ela fala com você.
Rugge: não, eu não vou sair até saber o que está acontecendo!- sinto sua mão pegar em meu braço- Vire para mim Karol.- ele diz mais uma vez e posso sentir as lágrimas percorrerem meu rosto. Não tenho saída e muito menos uma desculpa para dar. Me viro, encontro seus olhos e ele me olha com preocupação ao ver meu estado- O que aconteceu?- ele pergunta preocupado e todo esforço que estava fazendo para não chorar se quebra ao ver seu olhar totalmente preocupado.
Kah: e-eu não quero f-falar.
Rugge: por favor, me diz. Eu posso te ajudar!
Kah: n-não, você não p-pode. Na verdade n-ninguém pode- falo em prantos.
Rugge: olha, não estou afim de brigar e nem quero, mas estou ficando estressado. Conta logo o que está acontecendo!- seu tom soa frio enquanto as lágrimas preenchem mais uma vez meus olhos.
Kah: não quero contar, por favor!- soluços altos ecoam pelo quarto através da minha boca.
Rugge: CONTA KAROL. EU NÃO QUERO SER OBRIGADO A TE FORÇAR!- ele grita e não acredito que esteja me obrigando a contar. Ele é mais mau do que pensei!
Kah: eu... Eu estou grávida!- as palavras saem da minha boca antes que eu possa as impedir.
Rugge: o quê?- ele pergunta sem reação.
Kah: EU ESTOU GRÁVIDA!- grito, grito bem alto para que ele possa ouvir. Ele me olha perplexo e as meninas estão em choque.
Rugge: PORRA! Como você deixou isso acontecer?- ele é totalmente duro ao dizer e engulo seco para não desabar mais uma vez em sua frente.
Kah: não é culpa minha. Eu não fiz nada sozinha!
Rugge: não importa, porra!- ele eleva seu tom de voz, soca a parede muito irritado e as meninas me olham.
Kah: me deixem sozinha com ele- sussurro.
Lina: tem certeza?- assinto e elas saem do meu quarto.
Kah: R-Ruggero, por f-favor!- toco em seu braço, mas ele se afasta bruscamente do meu toque.
Rugge: E SABE O PIOR? QUE VOCÊ IA ESCONDER ISSO DE MIM!- ele grita furioso.
Kah: entenda meu lado, por favor!- imploro- Eu também não queria esse filho, mas o bebê não tem culpa!- não me importo mais de estar chorando desesperadamente na sua frente.
Rugge: foda-se esse filho! Foda-se você! Eu não mandei você ser uma porra de uma descuidada!- eu pensei que ele realmente poderia ter mudado, mas pelo visto não. Estou chateada também por estar grávida, chateada comigo mesma, mas me dói que ao invés dele me ajudar ele só me fere e acaba mais comigo- Maldita hora que você foi aparecer na minha vida, maldita hora Karol.- ele passa as mãos pelo seu cabelo nervoso e me encolho sentindo as lágrimas caírem por minha bochecha e melhorem meu queixo- SAIBA QUE EU NÃO QUERO ESSE FILHO!- ele grita, se aproxima de mim e recuo um passo sentindo minhas costas se encostarem com a parede- EU NÃO SOU O PAI DESSE FILHO E NÃO ACEITO ESSE FILHO, VOCÊ ME OUVIU?
Kah: EU NÃO TRANSEI SOZINHA!- grito, ele eleva sua mão e por um momento penso que irá me bater, mas ele dá um soco na parede ao meu lado, perto do meu rosto.
Rugge: PARA DE GRITAR COMIGO! EU NÃO TENHO NADA A VER SE VOCÊ É UMA VADIA E TRANSA COMIGO E NÃO SE CUIDA. EU NÃO VOU ASSUMIR ESSE FILHO KAROL, NÃO ADIANTA! SE QUISER TER ELE VAI CUIDAR SOZINHA!- ele afirma antes de sair do meu quarto pisando duro e me deixando aos prantos. As lágrimas caem desesperadamente pelo meu rosto enquanto soluços ecoam pelo quarto e meus olhos estão embaçados por conta das lágrimas, mas consigo ver que meus amigos entram pelo quarto.
Agus: Kah, o que houve?- Agus pergunta desesperado e preocupado. Não consigo dizer nada, apenas chorar. Eu esperava que o Ruggero não iria gostar da notícia, mas essa reação dele foi demais para mim!
Mike: ei, nos conte o que aconteceu! Ouvimos gritos, só que pelo visto não conseguimos chegar a tempo.
Kah: não c-consigo f-falar- minha voz sai falhada e Agus segura meu braço levemente, me ajuda a sentar na cama e eles ficam em pé a minha frente.
Agus: meninas, vocês estavam aqui?
Lina: sim, estávamos. Só que depois a Kah disse para sairmos.
Mike: brigou com o Ruggero né?- assinto.
Agus: vocês sempre brigam, mas depois se resolvem. Não precisa chorar assim- ele acaricia minha bochecha. Eu nunca me vi e me senti tão debilitada como estou agora.
Kah: d-dessa vez é d-diferente.- respiro fundo para minha voz sair o mais audível possível- Eu estou grávida e o Ruggero não quer aceitar o bebê.
Agus: grávida?- ele pergunta chocado e eu assinto.
Mike: deu positivo no teste então né?- assinto novamente.
Agus: olha, você sabe como o Ruggero é. Tenho certeza que ele disse que não aceitaria porque estava de cabeça quente. Ele não esperava por isso!- Agus tenta me acalmar.
Kah: não importa Agus! Eu também não esperava por isso e mesmo assim vou enfrentar tudo e assumir esse bebê, mesmo não querendo. O Ruggero é baixo, podre! Ele acha que a culpa é minha!
Mike: não acredito que o Ruggero falou isso para você- ele diz claramente chateado.
Valu: independente se o Ruggero aceitar ou não vamos te ajudar a cuidar do bebê.
Kah: obrigada gente, de verdade!- tento dar um sorriso, mas a dor que está dentro de mim não me permite. Estou além de chateada, estou frustrada e exausta por tudo que eu e o Ruggero passamos- Eu amo vocês, mas agora quero ficar sozinha, por favor!- eles assentem.
Lina: qualquer coisa nos chame- assinto, eles me abraçam antes de sair do quarto e me desabo mais uma vez em lágrimas. Não acredito que tudo isso está acontecendo. Eu realmente não acredito! Eu acreditei que o Ruggero tinha mudado, mas me enganei completamente. Sei que ele não esperava, mas eu também não esperava e poderíamos passar por isso juntos! Eu amo ele, amo muito, mas às vezes sinto que nada que sinto por ele é recíproco e isso dói demais! Estou com muito ódio pela forma que me tratou e pela forma que sempre consegue me atingir com suas palavras. Minha vontade é de literalmente sumir! Sumir de perto dele e nunca mais o ver, mas isso certamente não será possível. A minha única opção infelizmente é ficar aqui. Uma ideia vem em minha mente e me levanto rapidamente da minha cama. E se eu ligar para o Esteban? Sei que ele é inimigo do Ruggero, mas quero que ele seja atingido assim como me atinge diariamente. Quero que ele sinta o que eu sinto!