• Capítulo 84

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Rugge: tenho que te contar uma coisa!- ele volta a olhar para mim.
Kah: ok, pode falar- sinto meu coração se acelerar em meu peito. O que será que ele vai falar? Será que ele vai embora? Será que alguém de especial para ele morreu? Será que são mais revelações? Meu Deus, realmente não estou preparada!
Rugge: estou resolvendo tudo para sair da gangue, ou melhor, para acabar com ela!- ele afirma e olho para ele com os olhos arregalados quebrando minha promessa de não o olhar pela terceira vez na noite. Droga, não importa o quão chateada eu esteja, nunca vou cansar de olhá-lo, e olha que já é um passo a mais, pensava que nem ia conseguir olhá-lo depois que tudo aconteceu.
Kah: sério?- abro a boca em choque com sua revelação. Pensava que ele não iria acabar com a gangue tão cedo e isso foi uma surpresa para mim!
Rugge: sim, muito sério!- ele afirma e dou o sorriso mais verdadeiro dessa noite.
Kah: fico feliz que tenha tomado essa decisão!- ele sorri de volta e desvio o olhar pela intensidade que ele estava me olhando.
Rugge: ainda vai demorar um pouco, pois não é tão fácil assim, mas quero acabar com tudo isso o quanto antes!
Kah: faz bem!- concordo com ele e ouço um grito de uma voz feminina.
Chiara: oie- olho para frente, vejo Chiara e ela abraça todos rapidamente até chegar em mim.
Kah: pensava que não viria mais- ela me abraça.
Chiara: e perder uma festa? Jamais!- rio e ela sai do abraço dando a volta na mesa para se sentar na cadeira onde Valu estava antes de ir dançar.
Agus: ela é animada!- Agus ri.
Chiara: sim, sou e estou mais animada ainda porque meu aniversário está chegando e quero convidar todos vocês!- ela bate palmas como uma criança e soltamos uma risada.
Lina: vai ser quando?- Lina pergunta colocando sua cabeça no peitoral do Agus.
Chiara: daqui três dias e quero muito todos vocês lá. Mando o endereço e tudo mais por mensagem para Karol depois.- assentimos- Cadê a Valu e o Mike?- ela franze o cenho.
Agus: estão dançando.
Chiara: ok, vou pegar uma bebida e já volto!- ela afirma sorrindo e sai. Amo essa alegria da Chiara, ela realmente é muito animada e tirou o clima estranho que estava aqui. Ela volta depois de poucos minutos e me entrega uma bebida- Sei que não pediu, mas vi que estava sem nenhuma e resolvi pegar para você- ela sorri e pego no copo. Sinto um chute na minha perna e reviro os olhos ao saber que é Lina. Olho para ela e a mesma me fuzila com o olhar.
Kah: obrigada! Depois eu tomo.
Rugge: por que não agora?- ele pergunta pela primeira vez desde que a Chiara chegou e o fuzilo com o olhar- Ok, desculpa!- ele murmura e reviro os olhos.
Chiara: pelo menos ele falou alguma coisa né. Pensava que o gato tinha comido a sua língua!- ela tenta fazer uma piada, o que não foi tão boa assim, mas Lina e Agus riem e dou uma risada forçada. Sinto meu estômago embrulhar de repente e coloco a mão na boca.
Lina: está tudo bem?- ela pergunta preocupada.
Kah: sim, já volto- falo rápido e saio o mais rápido possível indo a procura de um banheiro. Consigo achar o banheiro a tempo e corro para dentro de uma das cabines vomitando dentro da privada. Droga, odeio vomitar, mas isso está acontecendo todos os dias desde que descobri toda a verdade. Depois de alguns minutos saio da cabine e vejo que o banheiro aos poucos está se enchendo de mulheres bêbadas, então lavo a boca rapidamente e saio vendo o Ruggero encostado na parede em frente ao banheiro feminino. Assim que ele percebe minha presença levanta a cabeça e me olha preocupado.
Rugge: está tudo bem? Você saiu de lá correndo e eu...- ele dá uma pausa- Fiquei preocupado!- ele afirma sem jeito e confesso que estava com saudades de ver ele se importando comigo desse jeito. Ficamos sem nos ver durante cinco dias, o que pareceu cinco anos na realidade. Os dias estavam passando igual uma tartaruga e eu ficava cada vez mais deprimida. Até que foi bom vir, tirando o fato que acabei de vomitar.
Kah: obrigada, mas estou bem.
Rugge: tem certeza?
Kah: sim, fica tranquilo e obrigada por se preocupar!- afirmo e ele sorri tímido. Oi, Ruggero tímido? Desde quando?
Rugge: quer voltar pra lá?- ele pergunta me deixando pensativa. Por um lado até que gostei de vir aqui apesar que não fiz nada, mas só de sair de casa foi bom, porém não vejo mais sentido de continuar aqui. Não posso beber se não Lina me mata, não estou afim de dançar e todas minhas amigas estão de casal, menos Chiara, mas já já ela vai aparecer com alguém e não quero segurar mais uma vela.
Kah: acho que vou voltar para casa.
Rugge: quer que eu te leve?- vejo que ele não queria ter falado isso em voz alta quando ele tampa a boca com sua mão- Desculpa, não quero ser invasivo!
Kah: tudo bem- sorrio fraco.
Rugge: tudo bem o quê?
Kah: pode me levar para casa se quiser!- afirmo, os olhos dele brilham e me arrependo em ter concordado com isso. Não quero o iludir e deixar que ele crie esperanças, mas aceitei também porque não quero tirar minhas amigas da festa- Melhor voltarmos e avisar o pessoal- falo por fim me virando e andando de volta para o bar. O sorriso e os olhos brilhantes do Ruggero estavam me matando! Chegamos a mesa dos nossos amigos e rapidamente eles olharam para nós preocupados.
Agus: está tudo bem?
Kah: sim, só tive um mal-estar, mas está tudo bem. Estamos indo!
Lina: estamos?- ela arregala os olhos.
Kah: sim, fica tranquila! Ele só me ofereceu uma carona, pois quero ir para casa e não vou atrapalhar vocês!
Lina: você sabe que não atrapalha!
Kah: obrigada, mas pode aproveitar!- sorrio.
Chiara: não acredito que você vai me abandonar!- ela faz drama.
Kah: para de drama e vai curtir também.- rio e ela ri de volta. Abraço meus amigos e resolvo não atrapalhar o momento do Mike e da Valu dançando, então apenas dou um sorriso para eles, caminho para fora da boate e o Ruggero me segue. Saímos da boate e entramos em seu carro em silêncio. O caminho todo foi silencioso até a casa da tia da Lina e o silêncio foi um pouco desconfortável, só que eu não iria tomar iniciativa para falar e ele pelo visto também não. Assim que ele estacionou seu carro em frente a casa da tia da Lina soltei um suspiro aliviado por ter chegado- Obrigada pela carona!- não consigo deixar de olhá-lo.
Rugge: conta comigo sempre!- ele dá um sorriso fraco e eu abro a porta do carro para sair, mas sou parada por sua mão em meu braço- É... Karol?- o olho de novo- Está tudo bem entre a gente?- ele pergunta e droga, sabia que ele ia acabar criando expectativas!
Kah: não diria isso!- afirmo sendo sincera e ele abaixa a cabeça assentindo- Mas pelo menos estamos sendo maduros o suficiente e estamos encarando isso, mas não quer dizer que está tudo bem.
Rugge: ok, tem razão. Só achei que depois que aceitou essa carona que...- ele para de falar, então resolvo falar por ele.
Kah: que estava tudo bem?- falo e ele assente- Talvez para você, porque para mim nada melhorou!
Rugge: para mim também não. Desculpa se pensou errado!
Kah: tudo bem Ruggero. Agora preciso ir. Obrigada mais uma vez pela carona!- afirmo e dou um último sorriso antes de descer do seu carro e de fechar a porta do mesmo. Ando em direção a entrada da casa e vejo que o Ruggero está me esperando entrar para ir embora, então destranco a porta e entro dentro da casa. Solto um longo suspiro e me encosto contra a porta depois de fechar a mesma. Droga, não sabia que a dor de um coração partido doía tanto! Estou vendo que essa dor não é igual o que os filmes, livros e séries relatam, onde falam que a menina chora no primeiro dia, mas depois segue a vida. Queria que as coisas fossem assim, mas a minha vida começou a ser uma desastre desde que minha mãe me mandou para o Esteban. Antes que perceba ou possa impedir sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto e me pergunto pela milésima vez porque isso está acontecendo comigo. Seja qual for a resposta não vai diminuir a dor que estou sentindo. Não é uma dor emocional, muito menos física, é uma dor que vem da alma!

Rugge on·
Se passou um tempo desde que deixei a Karol na casa da tia da Lina e voltei para minha. Depois do que aconteceu naquele carro nem tive mais ânimo para voltar para festa. Na verdade não estava animado nem no início para ir naquela festa de merda e queria voltar para casa. Fui mais na esperança da Karol estar lá e bom, ela estava, mas não da forma que eu queria ou desejava. Sei que não posso pedir para que simplesmente ela volte para mim depois de tudo, mas não posso mentir que quero isso já que é o que mais desejo! Sou despertado dos meus pensamentos quando ouço a porta se abrir e me viro vendo meus melhores amigos entrando dentro de casa.

Mike: olha só quem apareceu!- ele ri enquanto Agus fecha a porta de casa.
Rugge: eu que deveria falar isso para vocês!- afirmo desanimado e meus amigos se sentam junto comigo no sofá, exaustos, dá para perceber! Pelo menos a noite deles foi boa!- Pensava que iriam ficar com as meninas.
Agus: queríamos, mas você sabe como a Karol está e as meninas estão ajudando ela- ele diz e sei que a Karol está mal, mas toda hora que eu ou alguém me lembra disso parece que fico mais mal e a dor em meu peito se aumenta.
Mike: e você? O que está fazendo acordado a essa hora?
Rugge: está cedo ainda- me defendo e ele ri.
Mike: cedo? Já vai dar cinco horas da manhã!- arregalo os olhos.
Rugge: putz, nem percebi!
Agus: não dormiu por causa dela né?
Rugge: sim, estava pensando em tudo o que passamos e acho que cheguei a uma conclusão.
Mike: qual?- ele pergunta com o cenho franzido assim como Agus.
Rugge: vai doer demais falar, mas quem sabe me acostumo com essa dor durante o tempo.- suspiro- Acho melhor deixar ela ser feliz.- eles ainda estão me olhando sem entender- Longe de mim!
Agus: o quê?- ele quase grita.
Rugge: é sério, vocês não imaginam o quanto doeu e o quanto demorei para chegar nessa conclusão, mas ela nem sequer olha para mim quando estamos juntos!- suspiro frustrado e eles ficam calados- Acho que dessa vez será melhor assim, tanto para ela tanto para mim. Eu não faço bem para ela, entendem? Me dói falar isso, mas toda vez faço ela sofrer de alguma forma e não sei como parar. Eu errei dessa vez, tenho que admitir e é melhor ela seguir a vida dela. Não vou mais ser um empecilho!
Mike: quer dizer que acabou? Acabou tudo o que vocês construíram?
Rugge: não, claro que não! Tudo sempre vai estar aqui oh...- aponto para o meu peito e sorrio como um idiota. Quem diria!- Acreditem, vamos sofrer mais se ficarmos juntos, porque sempre vamos nos lembrar do passado e nos condenar por isso.
Agus: tudo bem, entendo sua decisão! Você falou para ela sobre isso?
Rugge: não preciso, sei que ela quer ficar longe de mim!- afirmo frustrado.
Mike: que situação difícil!- ele joga a cabeça pra trás e passa as mãos pelo seu cabelo. Pois é, que situação difícil!
Rugge: acho que vou tentar dormir, o que vai ser impossível, mas é o melhor que faço nesse momento.
Agus: faz bem. Tenho certeza que vocês ainda vão se resolver! Voltar eu não sei e talvez realmente não era para ser, mas tudo o que vocês viveram foi mágico, eu vi de perto e posso afirmar isso!- ele sorri e dou um sorriso fraco. Realmente tenho os melhores amigos e sei que deveria agradecer mais as pessoas que estão ao meu redor.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang