• Capítulo 38

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Rugge on·
Acabei nem conseguindo dormir direito e fiquei me remexendo na cama a noite toda com esses pensamentos. Assim que vejo que já são nove horas da manhã fico sem jeito ao perceber que fiquei horas não conseguindo dormir pensando em uma garota. Isso nunca aconteceu! Assim que termino de tomar um banho coloco uma roupa e vou para sala. Os meninos estavam sentados no sofá, pareciam preocupados falando ao celular. Assim que Mike desliga me aproximo dele.

Rugge: aconteceu algo? Precisamos de ir para o galpão falar com os capangas- falo me sentando no sofá.
Mike: hoje não dá Ruggero. A Karol sumiu!- ele afirma e eu sinto meu coração descompensado.
Rugge: como assim sumiu?- pergunto preocupado e Agus desliga o celular.
Mike: não sabemos como.
Agus: estão falando da Karol?- Mike assente.
Rugge: que merda! Para onde ela foi?
Agus: calma, não sabemos Ruggero. Estamos ligando para nossos contatos para procurá-la.
Rugge: e vocês iam me avisar quando? Quando ela voltasse? Aliás e se aconteceu algo e ela não voltar?- pergunto irritado com eles. Eles não me contaram e provavelmente não iriam até achá-la- Eu que sou o chefe. Vocês não podem tomar as decisões e me esconder, ainda mais nesse caso.
Mike: só não queríamos te preocupar!
Rugge: quantas horas ela sumiu?
Mike: não sei o horário exato, mas faz mais de uma hora. Fui até o quarto dela para saber se estava bem e não a vi. Fiquei um pouco preocupado, mas pensei que estava na cozinha, porém me enganei. Estava só o Agus.
Agus: aí começamos a procurá-la pela casa e não a encontramos em lugar nenhum. Estamos aqui tem uma hora.
Rugge: merda! Vocês procuraram na sala de treino?- eles assentem.
Mike: você acha que o Esteban a sequestrou?
Rugge: aqui em casa não, mas fora não sei. O Esteban é bem esperto, por isso que hoje iríamos começar a pensar sobre os ataques contra a gangue dele.
Agus: agora precisamos achá-la- ele diz e eu assinto.
Rugge: vou ir no galpão e fazer uma reunião de imediato com os capangas para fazerem uma busca por ela- ele assentem e saio dali. Ainda estou chateado com eles. Se eu não perguntasse eu sei que eles não iriam me contar, mas agora não posso pensar nisso. Tenho que achá-la e espero que esteja tudo bem.
[...]
Rugge on·
Já se passaram dez horas. Isso mesmo, DEZ HORAS que a Karol sumiu! Porra, cadê essa garota? Nesse exato momento estou em minha casa na sala andando de um lado para o outro e os meninos também estão super preocupados. Eu fui ao galpão e fiquei horas lá com meus capangas tentando descobrir aonde ela está. Rodamos praticamente a cidade inteira. Eu, Agus e Mike ligamos para vários de nossos contatos e nada dela. Agora eu tenho certeza que ela não está com o Esteban, pelo o simples fato que se estivesse alguém já teria me avisado. As notícias correm rápido no nosso mundo. Não sei se isso me deixa mais aliviado ou mais tenso. Sinceramente eu estou ficando doido e pensando no pior.

Agus: calma Ruggero. Já fizemos tudo que podemos e eu tenho certeza que vão achá-la- ele diz e eu assinto. O pior que não podemos nem ligar para a polícia. Eles iriam fazer várias perguntas e não posso me arriscar. Passo as mãos pelo meu cabelo nervoso. Tomara que a Karol esteja bem, é a única coisa que peço nesse momento. Logo ouço duas batidas na porta e vejo os meninos se levantarem.
Rugge: eu atendo.- eles assentem, eu dou passos rápidos até a porta a destracando e logo em seguida a abrindo. Solto um suspiro de alívio ao ver quem é. Minha vontade é de abraçá-la para aliviar toda minha preocupação, mas Karol passa por mim andando até a sala. Ela parece cansada- Aonde estava?- pergunto andando atrás dela e os meninos correm para abraçá-la.
Kah: calma gente, eu não morri- ela ri e os meninos se afastam.
Mike: você sumiu!
Agus: ficamos preocupados!
Kah: relaxa, não aconteceu nada!
Rugge: você ainda não respondeu a minha pergunta- falo nervoso.
Kah: não posso contar.
Rugge: o quê?
Kah: isso mesmo que ouviu Ruggero. É um assunto pessoal.
Rugge: você só pode estar brincando, sério- falo desacreditado.
Agus: calma Ruggero.
Rugge: calma o caralho. Hoje era para estarmos resolvendo as questões da gangue e por causa do sumiço dessa garota tivemos que ficar o dia todo procurando por ela- falo irritado.
Kah: perdão pelo o sumiço, mas se eu contasse que ia sair com certeza vocês iriam colocar um guarda costa para me vigiar, o que não preciso.
Rugge: ainda é abusada!
Kah: caramba, eu já pedi desculpa. Eu precisei sair para resolver alguns assuntos pessoais, já disse.
Mike: da próxima vez você poderia nos avisar? Ficamos igual loucos procurando por você.
Kah: tudo bem, da próxima vez eu aviso. Não imaginava que iriam ficar tão preocupados.
Rugge: é óbvio que iríamos. Você não sabe nem se defender!
Kah: impressionada em como é cínico. Você não muda mesmo.
Rugge: agora que não vou mudar mesmo. Nós estávamos preocupados, pensando no pior e você estava bem da vida.
Kah: ué, não estou te entendendo. Queria que eu fosse sequestrada ou algo do tipo?
Rugge: você sabe muito bem que não quis dizer isso.
Agus: tá bom gente, parem de discutir!
Mike: a Karol agora sabe que tem que nos avisar quando sair para não se repetir isso e ela já pediu desculpas Ruggero.
Rugge: ela só sabe pedir desculpas.- reviro os olhos- Sério, para mim já chega! Da próxima vez que essa garota sumir vocês procuram ela sozinhos, porque eu não vou fazer nem questão de ajudar!- afirmo irritado. Estou feliz que nada de ruim tenha acontecido com ela, porém ficamos igual loucos a procurando e ela no final estava bem resolvendo alguns assuntos que ainda nem pode nos contar. Vejo ela saindo da sala correndo e indo até o banheiro e franzo o cenho.
Mike: será que aconteceu alguma coisa?
Rugge: não aguenta ouvir, o problema é dela!
Agus: ela foi no banheiro correndo, tipo do nada.
Mike: a porta está aberta- ele diz e vai até lá com Agus. Reviro os olhos, mas como a minha curiosidade fala mais alto vou até o banheiro e minha feição de irritação muda para preocupação. Ela está de joelhos vomitando na privada.

Kah on·
Bom, acredito que estejam curiosos para saber se descobri algo do meu passado, ou melhor, da morte do meu pai e a resposta é não. Tive que ir em outra cidade, não muito longe da casa do Ruggero pedir informações ao homem e ainda ele demorou um tempão para me dizer alguma coisa. Ele estava vendo se eu era confiável. Fiquei lá horas tentando descobrir e no final ele só me deu um papel com um outro número e endereço. Pelo o que eu conheço bem é do outro lado da cidade, bem perto da casa da minha mãe. Droga! Pelo o menos já é um avanço, ou não? E se eu for até lá e a pessoa só me der outro número? Fala sério! Mas enfim, fiz tudo o que pude. Assim que voltei para casa vi os meninos e eu e o Ruggero como sempre discutimos. Eu sei que fiz errado em não avisar, mas se eu avisasse eles iriam atrás de mim e eu quero resolver isso sozinha. Senti meu estômago embrulhar, corri para o banheiro e abri a tampa da privada. Comecei a vomitar bastante e vi os meninos atrás de mim. Merda!

Agus: o que houve?- Agus pergunta em tom de preocupação enquanto prende meu cabelo com suas mãos.
Kah: não sei- falo finalmente parando de vomitar.
Rugge: deve ser algum enjoo.
Mike: ou, comeu algo que não te fez bem.
Kah: acho que eu comi algo que não me fez bem. Droga! Eu odeio vomitar e vocês ainda estão me vendo nesse estado- digo me referindo mais ao Ruggero, mas ele já me viu em estados bem piores, então resolvo deixar esse pensamento de lado. Me levanto e enxáguo minha boca logo após escovando os dentes. Os meninos saem de dentro do banheiro e vão para o lado de fora. Assim que termino de escovar os dentes saio também.
Mike: quer tomar um remédio?
Kah: não, eu já estou bem melhor.
Rugge: mesmo assim seria melhor.
Kah: o que foi? Agora ficou preocupado?- pergunto e ele bufa.
Agus: bom, eu e Mike já vamos indo. Precisamos ir na boate já que o Ruggero não irá hoje.
Kah: ah, estava me esquecendo disso. Vou me trocar- falo me virando, mas alguém me puxa pelo o braço me fazendo virar novamente para eles. É o Ruggero.
Rugge: não precisa ir hoje- ele diz e eu assinto. Não vou nem insistir de ir, afinal eu odeio aquele lugar!
Mike: já vamos indo então.
Agus: não quebrem a casa, por favor- Agus diz, eu solto uma risada e eles logo saem de perto indo em direção a porta.
Rugge: não quer mesmo me contar para onde foi?
Kah: é melhor não.
Rugge: e por quê?
Kah: é um assunto pessoal Ruggero.
Rugge: talvez eu possa te ajudar.
Kah: não, na verdade ninguém pode- só uma pessoa, penso. Provavelmente a pessoa que o homem que encontrei mais cedo me passou o número e o endereço.
Rugge: eu ainda acho que posso te ajudar.
Kah: não adianta insistir.
Rugge: tá bom então. Só estou preocupando e tentando ser legal, mas você não me ajuda.
Kah: obrigada, mas é que eu realmente não posso contar. Quero resolver isso sozinha.
Rugge: ok, eu vou para o meu quarto- ele diz passando por mim. Dá para ver a chateação em seu rosto, merda, mas eu não posso contar. Quanto mais pessoas souberem pior. O homem com quem conversei hoje disse para eu não contar a ninguém. Sei que estou sendo um pouco fria com o Ruggero, mas é que eu tenho medo de me machucar novamente, mesmo ele dizendo que não irá fazer nada para que isso aconteça. Resolvo deixar esses pensamentos de lado e vou ao meu quarto. Pego meu celular e vejo que Valu e Lina estão online. Estou com saudades de conversar com elas, então logo iniciamos uma conversa.

Dia seguinte·🌞

Kah on·
Acordo com alguém me balançando, abro meus olhos e vejo Mike me balançando enquanto Agus me chamava, ou melhor, me gritava.

Kah: o que houve?- pergunto preocupada me sentando na cama. Estou morta de sono! Ontem eu e as meninas ficamos conversando por ligação até quatro horas da manhã para colocarmos as novidades em dia.
Agus: viemos te avisar que vamos precisar sair e não sei quantas horas iremos voltar.
Kah: por quê? Aconteceu algo? Cadê o Ruggero?- me levanto.
Mike: é melhor contar para ela a verdade logo Agus.
Kah: que verdade?- pergunto sentindo medo de saber o que é a verdade. Nunca pensei que um dia seria acordada assim e já estou quase em pânico.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora