• Capítulo 82

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Rugge: é sério isso?- a decepção é explícita em seu rosto- Acabei de contar toda a história e não tem nada para me dizer?
Kah: não é isso, é só que isso tudo é confuso para mim Ruggero. Entendo que meu pai foi muito cruel e sinto muito por sua mãe ter sido assassinada, ainda mais na sua frente, mas ele continua sendo meu pai entende? A dor não diminuiu, ainda mais quando ouço você falar que o matou!- afirmo sendo sincera- Sem contar que meu pai estava errado, obviamente já que estava nesse mundo, mas você também. Você não soube fazer as escolhas certas desde o início e por causa das suas escolhas chegou aonde está!
Rugge: depois de tudo que te falei vai mesmo ficar contra mim?- ele pergunta decepcionado, sei que está.
Kah: não estou contra ou a favor de ninguém! Estou apenas sendo honesta comigo mesma e com você, ou quer que eu minta?
Rugge: não quero que minta!
Kah: então essa é a verdade do que estou sentindo Ruggero. Não posso simplesmente te perdoar! Sei que passou por muitas coisas, mas acabei de ficar sabendo sobre tudo agora entende? É muita coisa para minha cabeça!- tento me acalmar e parar de pensar um pouco, senão meus pensamentos irão me deixar louca, literalmente!
Rugge: acha que vai ser capaz de me perdoar algum dia?- ele pergunta e olho rapidamente pro seu rosto.
Kah: se arrepende de ter matado o meu pai?- pergunto e vejo que o peguei de surpresa. Sei que ele me fez uma pergunta antes, mas preciso que ele me responda essa primeiro.
Rugge: não posso responder isso!
Kah: pode, claro que pode!- afirmo e ficamos alguns segundos em silêncio. Ele parece pensativo, mas logo toma iniciativa em falar.
Rugge: não sei.- ele diz sendo sincero e meu coração se acelera. Sei que ele está sendo honesto comigo, mas me dói que talvez ele não tenha nem um pouco de arrependimento pelo o que fez!- Não acho que essa seja a palavra certa! Fiz o que achei justo e certo no momento e seu pai também sabia que não iria durar por muito tempo. Ninguém dura nesse mundo! Tanto é que depois dele morrer a gangue dele nem existiu mais!- ele afirma e desvio o olhar- Não fique chateada pelo o que eu disse!- ele afirma e não ouso em assentir, se não estarei mentindo!
Kah: mudaria alguma coisa?- sei que talvez eu não esteja preparada para ouvir as respostas, mas quero saber!
Rugge: não sei também.- ele diz confuso- Acho que a única coisa que mudaria era ter te contado antes!- ele afirma e meu peito dói. Fico feliz em ouvir isso pelo menos, mas não é o suficiente!
Kah: mas não contou!- afirmo e suspiro.
Rugge: me perdoa Karol, de verdade!
Kah: talvez isso tenha sido um passo a frente. Você pelo menos disse que mudaria e teria me contado antes- falo e os olhos dele brilham.
Rugge: vai me perdoar?- ele sorri.
Kah: não disse isso!- o sorriso que está em seu rosto se desmancha.
Rugge: porra Karol, facilita!- ele afirma frustrado passando as mãos por seu cabelo.
Kah: facilitar?- o olho incrédula- Sério mesmo que quer que brigamos novamente? Estou cansada das brigas, dos desentendimentos, só quero paz!- afirmo e ele se aproxima de mim.
Rugge: então me perdoe!- ele sussurra.
Kah: não é tão fácil quanto pensa! É o meu pai, o meu pai que morreu!- sinto meus olhos marejados.
Rugge: o que posso fazer para que você pelo menos me perdoe? Para que possamos ser pelo menos amigos?
Kah: sinceramente? Não sei.- limpo a lágrima que cai na minha bochecha- Estou chateada com tudo isso!- afirmo sendo sincera. Não sei se sou capaz de algum dia o perdoar! Sei que não passei muito tempo com meu pai, mas tenho lembranças. Mesmo que eu era pequena me lembro de pouquíssimas coisas, mas me lembro!
Rugge: eu faço tudo o que você quiser para ter o seu perdão!- olho para cima vendo seus olhos marejados. Porra, ver ele desse jeito me quebra por inteiro, igual aconteceu quando descobri de toda a verdade.
Kah: acho que mesmo assim não vai ser o suficiente!- afirmo e ele assente derramando uma lágrima por seu rosto. Queria limpar ela, mas sei que na situação que estamos está fora do alcance- Talvez dessa vez não conseguiremos ultrapassar todas as barreiras e está tudo bem!- sorrio em meio as lágrimas- Está tudo bem!- repito tentando confortá-lo e a mim também.
Rugge: sei que não está!- ele afirma tentando lutar contra o choro.
Kah: mas vai ficar! Independente de tudo você sabe que sempre vou te amar né? Desculpa ter dito aquelas palavras aquele dia, mas estava destruída e mal! Ainda estou na verdade, mas com mais senso pelo menos- sorrio em meio as lágrimas.
Rugge: não diz que me ama!- ele afirma e franzo o cenho.
Kah: por que não?
Rugge: não diga que me ama se não posso te tocar mais!- ele afirma e assinto mordendo o meu lábio inferior fortemente para tentar parar de chorar- Acho melhor eu ir embora!- ele afirma por fim e apenas assinto. Vou até a porta, ele me segue e abro a porta para o mesmo- Me perdoe mais uma vez, mesmo que ainda não consiga!
Kah: eu prometo tentar!- tento dar meu melhor sorriso e ele assente me deixando sozinha. Fecho a porta assim que ele sai e me encosto contra a porta me desabando em lágrimas e me abaixando até sentar ao chão. Por quê? Por que tem que ser tão difícil quando se trata da gente? Me pergunto e soco a porta com raiva.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now