• Capítulo 62

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Rugge: como assim mais?- ele pergunta sem entender e aí percebo que falei demais.
Kah: não vou mentir, eu e ele estávamos bem próximos- falo e ele me olha frustrado.
Rugge: como assim bem próximos? Seja mais direta!- ele afirma seco e reviro os olhos. É sério que tudo isso é ciúmes?
Kah: próximos ué. Agora vai, você precisa ir!- afirmo e ele nega.
Rugge: não vou sair até você me responder!- ele afirma e bufo.
Kah: ok, eu vou te falar. Nós estávamos...- dou uma pausa e desvio o olhar novamente. Merda! Estou arrependida de ter ficado com o Esteban e estou tentando esquecer isso, mas com o Ruggero perguntando é impossível!- Ficando- digo por fim e olho em seus olhos. Ele está chateado, dá para perceber.
Rugge: é sério que você estava ficando com aquele filho da pu...- não deixo ele terminar a frase.
Kah: sim, mas já dei um ponto final nessa história desde que nos resolvemos. Eu não estou ficando mais com ele!
Rugge: mas ficou e porra, eu não acredito nisso!- ele passa as mãos pelo seu cabelo frustrado- Você pelo menos não se deitou com ele né?- ele pergunta de repente fazendo meu coração se acelerar. Ruggero é mais esperto do que pensei. Não quero dizer isso a ele, pois é capaz dele quebrar tudo do jeito que está tão nervoso- Seu silêncio já diz tudo!- ele afirma e se vira para sair, mas seguro em seus braços e ele se vira novamente para mim.
Kah: desculpa, eu juro que só foi uma vez.
Rugge: não importa Karol. Porra, eu não fiquei com ninguém nessas semanas quando veio pra cá e sério que transou justo com o meu rival?- ele pergunta com raiva.
Kah: como assim? Você não ficou com a Candelária?- pergunto me lembrando do dia que ela disse que tinha ficado com o Ruggero para mim.
Rugge: não, que merda você tem na cabeça para pensar nisso? Ela até tentou, mas não aceitei!
Kah: não fala assim comigo!- falo firme. Por mais que eu o ame não posso admitir que fale de qualquer jeito comigo- Ela que disse para mim que vocês tinham dormido juntos- falo e ele respira fundo tentando se acalmar.
Rugge: ela fez isso para te provocar, não percebe?
Kah: agora sim e desculpa por ter desconfiado de você!- afirmo e ele bufa.
Rugge: deixa, já passou. Agora estou indo, já passei tempo demais aqui- ele diz claramente chateado e se vira, mas me coloco em sua frente.
Kah: você está mesmo chateado por que transei com o Esteban? Porra Ruggero, você já transou com tantas mulheres e eu nunca fiquei assim. Para de ciúmes, eu só tenho olhos para você!- afirmo e percebo que ele força para não sorrir, mas foi em vão- É sério, eu não gosto do Esteban. Eu gosto de você e esquece isso do Esteban. Até eu já tinha esquecido!
Rugge: ok, você tem razão! É que meu sangue ferve só de imaginar aquele cretino passando a mão em você, em...- o interrompo.
Kah: então para de pensar nisso, por favor!- afirmo e ele assente em silêncio- Agora é melhor você ir mesmo. Prometo que em breve nos veremos- falo, ele assente e antes de sair me puxa pela cintura juntando nossos lábios em um beijo calmo. Envolvo meus braços pelo seu pescoço, ele se aproxima mais colando nossos corpos e logo nos separamos quando a falta de ar se faz presente.
Rugge: tem certeza que não quer vir comigo?
Kah: já conversamos sobre isso.- falo e ele bufa, porém assente- Fica bem, eu te a...- sou interrompida com um estrondo vindo do campo e dou graças a Deus mentalmente ao perceber a frase que iria dizer para ele. Eu realmente o amo, mas não sei se ele me ama e não quero me machucar! Parece que ele tomou um susto assim como eu com o estrondo e beijou minha testa.
Rugge: tenho que ir. Se cuida e cuida do bebê- ele diz e eu assinto. Logo vejo ele saindo pela porta do meu quarto e respiro fundo sorrindo boba lembrando da nossa conversa que começou a alguns minutos atrás.

Quebra de tempo·

Rugge on·
Já se passou algumas horas e finalmente cheguei no galpão. Conseguimos matar e torturar grande parte dos capangas de Esteban e alguns dos meus capangas também foram mortos, mas como estávamos mais preparados não foram tantos. E o Esteban? Infelizmente não conseguimos pegá-lo, mas isso não vai demorar muito para acontecer. Quando menos esperar ele irá estar nas minhas mãos! Agora estou no escritório do galpão tentando me concentrar na conversa que meus amigos Mike e Agus estão tendo, mas é impossível! Só consigo me lembrar de hoje mais cedo com a Karol. Estou triste que ela não quis vir comigo mais uma vez, tenho que admitir, mas não posso obrigá-la. Lógico que minha vontade era de pegar ela no colo ou o que seja e tirá-la de lá, mas nossa relação está tão boa que não quero estragá-la. Com certeza se eu fizesse isso que pensei ela iria ficar puta! Ainda não sei o motivo e não faço ideia do porque ela ainda está lá, mas como ela disse que irá me contar depois fiquei mais calmo. Claro que ainda estou puto porque ela ficou com o Esteban e só de imaginar sinto meu sangue ferver, mas também não posso me esquecer que transei com uma mulher quando eu e a Karol estávamos ficando sério, então não posso cobrar nada da Karol por ter ficado com o Esteban. Ainda não consigo imaginar que aquela vadia da Candelária inventou coisas para Karol e não, eu não fiquei com ela em nenhum momento. Ela até tentou, mas eu recusei todas as vezes. Na verdade eu realmente não fiquei com nenhuma mulher desde que a Karol foi para casa de Esteban, mesmo indo para boate quase todos os dias para ver como tudo está por lá.

Dia seguinte·🌞

Kah on·
Sorrio ao me lembrar de ontem. Não consigo tirar o Ruggero da cabeça e esta saudade de estar perto dele está me matando! Estou feliz de estarmos juntos de uma certa forma. Não sei o que aconteceu para ele ficar mais calmo comigo e carinhoso, talvez seja pelo fato que vim pra cá e ele sentiu minha falta? Realmente não sei, mas acho que essa hipótese é a mais provável.
Agora estou sentada no chão do ringue enquanto canto. Faz tempo que não canto, pois geralmente gosto de cantar quando ninguém está por perto e nesse momento estou sozinha na sala de luta esperando por Esteban. Logo vejo ele entrando pela sala e fecho a boca parando de cantar.

Esteban: por que parou?- ele me olha e me levanto do chão. Finalmente ele disse alguma palavra para mim desde aquele dia que eu disse que era melhor sermos só amigos e provavelmente ele está se referindo a eu ter parado de cantar.
Kah: é que não gosto de cantar perto dos outros, não sei explicar o porquê, mas não me sinto bem!- afirmo e ele ri entrando dentro do ringue já com as luvas em suas mãos.
Esteban: você canta bem. Deveria parar com essa bobagem, mas não irei te pressionar. Vamos começar?- ele pergunta e eu assinto.
[...]
Kah on·
Finalmente acabei de lutar com o Esteban. Ele saiu dizendo que ia pegar algo para eu beber já que estou exausta jogada no chão do ringue ofegante e suada. Logo vejo ele voltando com um copo de suco na mão e sorrindo para mim. Não sei porque, mas parecia um sorriso com maldade.

Esteban: peguei um suco para você- ele entra dentro do ringue se aproximando de mim.
Kah: é de quê?- olho para o suco em sua mão e sento no chão do ringue.
Esteban: tome que saberá!- ele pisca para mim, estende sua mão com o copo e quando eu ia pegar abaixo minha mão lembrando de algo que deveria perguntar.
Kah: Esteban, por que você estava me ignorando e agora está falando comigo?
Esteban: simples, você me deu um fora! Queria que eu reagisse como?- ele fala direto me fazendo ficar sem reação. Não sabia que ele ia falar na lata assim.
Kah: desculpa, não foi minha intenção de te machucar ou algo do tipo- falo sendo sincera.
Esteban: ok, eu sei disso. Enfim, vai tomar ou não? Você está bem suada, deve estar com calor- assinto e pego o copo da sua mão. O mesmo sorriso que ele deu a poucos minutos atrás volta e antes de beber faço-lhe outra pergunta.
Kah: por que está sorrindo?- franzo o cenho.
Esteban: porque eu te acho bonita, não posso mais também?- ele fala outra vez na lata me fazendo provavelmente corar com sua sinceridade. Não falo mais nada, apenas tomo um grande gole do suco. Realmente estava precisando de algo refrescante. Assim que acabo de tomar entrego para Esteban o copo novamente e ele o pega- O suco estava bom?- ele pergunta e apenas assinto.
Kah: Esteban, posso te fazer mais uma pergunta?- pergunto não aguentando minha curiosidade e ele respira fundo antes de assentir- Qual é a sua relação com a minha mãe?- pergunto sendo direta. Preciso saber logo sobre o meu pai, porém não posso deixar tão na cara.
Esteban: nenhuma. Conversávamos algumas vezes, mas hoje em dia não temos mais contato.
Kah: e meu pai? Você teve algum contato com ele?- pergunto e ele franze o cenho.
Esteban: por que está perguntando isso?
Kah: é só para saber.- falo e ficamos alguns segundos em silêncio- Não vai me responder?
Esteban: Karol, não quero responder esses tipos de perguntas. É melhor você perguntar para sua mãe quando vê-la novamente- ele diz antes de sair da sala e bufo. Droga! Por que tem que ser tão difícil? Tirar isso de Esteban vai ser mais difícil do que eu pensei e também não adianta perguntar para minha mãe, pois ela não sabe sobre a morte do meu pai como o Cléber me falou. Bufo e me levanto do chão do ringue caminhando lentamente até o meu quarto. Subo as escadas e assim que chego no meu destino tiro minha roupa e entro dentro do banheiro para tomar um banho. Estou muito suada e preciso de um banho gelado.
[...]
Kah on·
Termino de pentear meu cabelo molhado sentindo uma vontade enorme de dormir. Deve ser os sintomas da gravidez, já que quando eu li na internet falava sobre isso. De repente sinto minha pressão baixar e me sento na cama rapidamente. Droga! Não consigo nem pensar direito, só vou em direção a escada para descer e ir até a cozinha para pegar um remédio. Não consigo nem raciocinar e acabo tropeçando com os meus próprios pés ao descer os degraus e rolo até chegar no andar debaixo. Sinto minha visão ficar turva e se escurecendo aos poucos até que eu não me lembre de mais nada.

Love Barriers [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now