Depois de um tempo ele pede algo para eu comer, a minha última refeição foi onze horas da noite e eu nem comi tudo.
Mastigo a carne e solto um gemido de satisfação, porra, estava delicioso ou é o fato de eu realmente está morrendo de fome. Sinto os olhos deles me queimarem, mas ignoro, não é só por que eu sei da história que eu vou abrir meus braços e beijá-lo falando que o amo.
Eu o amo, mas ele tem que reconquistar a minha confiança, me reconquistar como mulher, não nos vemos a quatro anos, eu sinto que não o conheço mais.
-Podemos conversar sobre nós- depois de tanto tempo ele fala. Já estava esperando por isso, suspiro e as palavras saem da minha boca como facas.
-Não existe nos- ele respira fundo e passa a mão na cabeça- não nos conhecemos mais, ficamos longe por quatro anos.
-Imaginei isso- sinto sua presença atrás de mim mas continuo firme comendo minha comida e observando o mar.- mas saiba que farei de tudo para te reconquistar, saiba também que nenhum homem chegará perto de você amor- sinto sua respiração no meu pescoço, estremesso- não gosto que cobicem o que é meu- sua voz rouca fala baixa no meu ouvido, meu corpo reage a sua voz com arrepios.
-Des de quando você se tornou tão obsessivo possessivo?- Afasto sua cabeça sem olhá-lo, não posso me perder naqueles olhos azuis.
-Des de que eu não podia mais está perto de você para te vigia- ele sai de perto e da a volta sentando na minha frente tampando a minha visão para o mar. Apenas murmurou um "hm" e continuo comendo.
Estava começando a ficar constrangida com o seu olhar em mim, enquanto eu comia ele me observava.
-O que foi?- pergunto, não aguentando mais aquela observação e o silêncio.
-Estou venerando a sua beleza amor
-Pare de me chamar assim- fico vermelha e o seu sorriso me deixa desorientada.
-Não consigo- reviro os olhos e levanto com o prato vazio, levo para o carrinho que veio a comida, coloco o prato em cima e deixo no canto.
Escuto vozes e logo batidas na minha porta, abro e vejo os meninos, reviro os olhos e dou as costas indo até a minha mala.-Já contou tudo a ela?- Escuto a voz de Piaba que chegou ontem de noite de viagem.
-Sim, ela ainda está meio relutante.- pego meu biquíni e uma saída de praia.
-Vocês poderiam ir em bora por favor?- pergunto e cruzo os braços
-Pode conversar com a gente primeiro?- Baiano pergunta, todos cruzam os braços e eu suspiro.
-Conversar o que exatamente?- falo sarcástica- a parte que vocês mentiram pra mim ou a que vocês não me perguntaram sobre algo da minha vida, pensem com cuidado eu dou um tempo para vocês escolherem- sorrio sem humor.
-Qual é Aly, não tínhamos opções- BH toma iniciativa dando um passo para frente.- Entende o nosso lado pó, fizemos tudo para o seu bem.
-Vocês não me perguntaram sobre o que eu achava sobre isso, porra, vocês viram como eu fiquei mal caralho.- me acalmo.
Não vou me alterar.
Não vou me alterar.
-Pare de agir como a porra de uma menina imatura- Piaba como sempre, fala de forma grossa e impaciente
-Vai se fuder seu imbecil- seu olhar é mortal, mas ele esqueceu que eu não tenho medo dele- Acha que eu tô agindo como uma menina imatura, mas já parou pra pensar seu arrombado, que vocês simplesmente tomaram as rédeas da minha vida?- me aproximo dele enquanto eu falo.
-Já parou pra pensar que fizemos isso para salvar a porra da sua vida miserável- paramos um na frente de outro. Minha amizade com Piaba é a mais forte que tem entre eu e os meninos, ele sempre fala as coisas para te fazer pensar e para te machucar. Talvez por sermos próximos como irmãos, eu não tenha medo do olhar mortal que ele tanto me dirige, ou eu não tema a morte.
-Eu não pedi por nada
-E eu não perguntei se você pediu porra nenhuma, eu fiz o que deveria ser feito. Porra Alya, olha ao seu redor, essa porra não é brincadeira. Não é qualquer dono do morro, é a porra do FBI. Acha mesmo que iríamos querer que você morrese porra?
-Não duvido muito- seu olhar é de incredulidade
-Deveriamos ter deixado aqueles bastardos te torturaram até a porra da sua morte. Ingrata do caralho- ele me olha de cima a baixo da as costas e sai batendo a porta com força.
Dou as costas e entro no banheiro batendo a porta com força. As lágrimas são mas fortes do que eu imaginei que seria. Parabéns Alya, e mais uma vez, você falhou miseravelmente.
Levanto do chão e tiro a minha roupa indo para o banheiro, ligo o chuveiro e começo a tomar um banho, até iria lavar o cabelo se não fosse entrar na piscina novamente amanhã. Saio do banho e me enxugo. Pelo barulho da porta fechando que ouvi a alguns minutos atrás sei que o quarto está possivelmente vazio.
Me enrolo na toalha e saio do quarto. Vejo Peter jogado na minha cama e reviro os olhos.
-Porque não foi embora como os outros.- vou até a minha mala pegar o creme corporal.
-Não iria te deixar sozinha, ainda mais, vamos sair- levanto a minha cabeça olhando para o seu rosto
- Não me lembro de te dito que sairia com você- cruzo os braços e ele coloca os braços atrás da cabeça me olhando descaradamente.
-Também não lembro de ter convidado, só tô falando que vamos- ele dá de ombros e eu suspiro, já estava cansada da discussão, da briga, das discubertas. Porque não sair com o cara que eu achei que estava morto. Uma ótima ideia certo?
-Pra onde vamos?- pergunto, tenho que saber que roupa usar.
-Para a fazenda- ele sorrir- vai precisar de um biquíni- concordo e vou até a minha bolsa pegando a roupa que vou usar.
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Minha Bela Perdição- Livro 1 da Série: Errados
RomancePeter e Alya são pessoas diferentes, com fortes ideais. Peter é dono do Alemão, seu morro é o seu amor, gosta de farra e beber. Comanda o morro com amor e não liga pra nada. Até que se ver gamado na morena dos cabelos enrolados. Alya é uma estudante...