— É cadela, e sim, vamos levar — respondo.

- Ok, mas você que vai cuidar... - ele ri.

— Temos que ir logo... — digo, pensando naquela nuvem de pássaros assassinos.

Assim que saímos da casa, vemos que todos os outros Sinistros estavam apenas nos esperando do lado de fora. Os pássaros voam acima de nós, fazendo uma sombra incrível. Louis diz para corrermos e obedecemos.

A nuvem de pássaros começa a avançar. Nós corremos mais rápido.

Alguns pássaros sofrem mutação. São maiores que outros, ou deformados ou tem cores diferentes.

Um dos pássaros, pouco maior do que o normal, tenta atacar uma garota no final dos Sinistros. Eu consigo atirar uma flecha na cabeça do pássaro e ele cai no chão. Então, outros três voam em volta de mim. Um disparo e um pássaro está no chão. Foi Dylan. Dou um tapa em um deles que perde o controle e bate no outro. Os dois caem.

Continuo correndo com os outros. Uma garota cai e um monte de pássaros a atacam. Eu paro e corro para ajudá-la. Então a cachorra pula sobre um pássaro e o mata. Eu chuto os outros e ajudo a garota a se levantar. Ela está com o rosto arranhado. Pássaros não infectam. Sorte.

Chamo a cachorra e nós continuamos correndo. Um pássaro avança em minha direção, mas consigo atirar uma flecha em sua barriga. O animal infectado cai morto no chão.

Todos correm o máximo que podem. Olho para cima e vejo que os pássaros estão andando para a direção oposta de nós. Só estão nos atacando para ver se conseguem uma refeição rápida. Não somos o objetivo principal deles.

De repente, um pássaro que é maior que uma pessoa aterrissa em cima de um carro, o agarrando com suas garras gigantes e o levantando. Quando olho para cima, vejo um carro vindo em alta velocidade em minha direção. Pulo o mais longe que consigo e por sorte o carro não acerta em ninguém, mas bate contra o chão e capota no asfalto, fazendo um estrondo alto e deixando seus pedaços para trás. O carro só para ao atingir uma loja.

Então, o pássaro avança para uma garota. Ele agarra a garota com suas patas gigantes e a levanta. É Demi que ele está levando. Vejo alguns Sinistros atirarem, mas eles erram ou acertam nos pontos mais fortes do monstro. Pego outra flecha e atiro em sua asa, fazendo ele urrar e soltar Demi. Ela cai de joelhos no chão.

Corro em sua direção.

— Você está bem? — pergunto, a ajudando a levantar.

— Estou... — ela diz.

Então, o pássaro aparece atrás de nós. Corremos dele. Parece que somos o alvo dele. Sinto sua garra arranhar meu pescoço. Coloco a mão nele e continuo fugindo. Meus pés começam a doer e eu quase tropeço. Correr não vai adiantar.

Tiro a mão do pescoço e pego outra flecha. Ajeito na corda do arco e me viro para o pássaro, ainda correndo. Atiro a flecha em seu peito, o que faz ele se afastar. Ele quase cai, mas consegue manter equilíbrio no ar e voar para o alto. Então seu vulto  volta em alta velocidade para nós.

Paro de correr e me viro. Vejo seu vulto se aproximar rapidamente. Pego outra flecha e já a ajeito na corda. Seu vulto está cada vez mais perto. Puxo a flecha e atiro rapidamente. A flecha pega em sua cabeça e ele cai no chão. Seu corpo sem vida se arrasta até meus pés.

Arranco a flecha de sua cabeça e volto a correr.

***

Depois de eu ter matado aquele pássaro, não fomos mais atacados. Ninguém morreu, mas muitas pessoas se machucaram. E muito.

A maioria dos Sinistros estão na enfermaria. Demi não se feriu, só teve alguns leves arranhões. E os machucados que eu levei já estão cicatrizados. Eu me pergunto como.

Quando nós chegamos ao condomínio, Louis me deu o pen-drive. Ele disse para guardar bem e que iria pedir para ligarem a energia para ver isso.

Estou o esperando na entrada do seu prédio. Seguro o pen-drive enquanto bato o pé direito no piso. Meus pensamentos continuam naquele vídeo. Tenho tantas dúvidas... será que esse pen-drive vai esclarecer todas elas?

Então, uma mão toca meu ombro. Levo um susto. Eu olho para trás rapidamente e vejo Harry. Ele sorri e exibe suas covinhas.

— Oi — diz ele.

— Oi... — digo. — O que está fazendo aqui?

— Esse é o meu prédio... — diz ele. Droga! penso, Tinha me esquecido disso...

Louis mora no mesmo prédio que Harry. É um pouco estranho ele ser líder dos Sinistros do meu prédio, mas Demi disse que ele costumava morar no nosso prédio, mas se mudou para dividir o quarto e para expandir o espaço e habitar mais pessoas.

E você? O que faz aqui?

— Estou esperando Louis para ver uma coisa... — digo, mas me interrompo quando vejo que seus olhos vão para o pen-drive em minha mão.

— O que tem nisso? — ele pergunta.

Fico nervosa. Não posso dizer a ele o que tem nesse pen-drive. Quanto menos pessoas saberem disso, melhor.

— Nada — digo.

— Tem sim... — ele provoca. — É extremamente raro pen-drives em um apocalipse zumbi, sabia? Deve ter algo importante aí.

— São fotos minhas nuas que mandava para meu namorado — brinco. — Quer ver?

— Se forem mesmo suas eu quero.

Me sinto corar.

— São falsas. — Digo.

— Está corando — diz ele.

Coro mais ainda. Droga.

— Para com isso... — digo.

— Só se me deixar ver o que tem aí — ele aponta para a minha mão com o pen-drive.

— Não posso! — digo, tentando me afastar.

Ele segura meu braço e eu me assusto. O pen-drive escorrega da minha mão e cai no chão, se espatifando.

Está quebrado.

O que poderia revelar a verdade. O que poderia me deixar entender tudo. As respostas para as minhas perguntas. Estava na minha mão.

Mas agora está tudo perdido.

SinistraWhere stories live. Discover now