Casada com o Turco

By nalvamartins2458

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Sila Yilmaz nasceu em Antália na Turquia, porém, desde muito cedo ela foi morar com a sua família na Inglater... More

Prólogo
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Bônus
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Epílogo

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By nalvamartins2458

CAPÍTULO SEM REVISÃO.

Sila

Tundum! Tundum! Tundum. Os sons das batidas do seu coração me confortam e me fazem chorar de comoção. As suas imagens refletidas na tela de um computador me dizem que está tudo bem com o meu bebê. Contudo, Ali está agitado nos braços do seu pai enquanto ele olha para o seu irmãozinho se mexendo no vídeo e ele faz a pergunta que sequer ousamos fazer.

— É uma menina? — Seu questionamento faz o médico sorrir.

— Bom, ainda é cedo para dizer, mas quem sabe você tem um pouco de sorte? — Doutor Marvin fala um tanto relaxado, deslizando o aparelho na barriga. Então ele para em um certo ponto e se concentra ali. — Vejamos! — Ele resmunga por alguns segundos. — O que você acha, Ali?

— Eu acho que ela vai se chamar Rayhan.

— Rayhan? Por que, filho? — Murat procura saber, o olhando com curiosidade.

— Porque a mamãe gosta das flores e ela será perfumada como as flores.

— Rayhan é um nome lindo, Ali! — sibilo, sentindo a sua pronuncia direto nos meus lábios e sorrio.

— Nesse caso, prazer em te conhecer, Rayhan! — Meu coração dispara fortemente dentro do meu peito.

— Allah! — Murat resmunga, resfolegando em seguida e no ato, ele coloca o Ali em cima da cama estreita para se aproximar mais da tela do computador. Os seus olhos imediatamente se enchem de lágrimas e ele sorrir trêmulo. — Uma menina? — Ele pergunta, parece não acreditar na resposta do obstetra.

— Uma linda e saudável garotinha, Senhor Arslan.

— Rayhan Arslan! — Murat sibila emocionado. — Minha filha, Sila! — Ele sussurra e me beija ávido. — Nossa filha está bem!

— Ela está.

— Eu sabia! — Ali parece festejar e a sua atitude nos faz rir.

— Pronto, acabamos por hoje e isso é pra você, Ali. — Marvin lhe estende um pequeno CD.

— O que é?

— Um vídeo para quando quiser olhar para a sua irmãzinha. — A criança abre um sorriso gigante e os seus olhos brilham de tanta felicidade.

— Eu vou assistir todos os dias até ela nascer. Eu posso, não é mamãe?

— É claro que sim, filho.

— Agora precisamos falar sério, Senhor e Senhora Arslan?

— Tem alguma coisa errada? — Murat procura saber e não esconde a sua preocupação.

— Percebi algo na placenta. Não é nada preocupante por enquanto, mas a Sila precisa evitar o estresse a todo custo, ou o bebê poderá ser atingido de alguma forma. Entendam, é uma gravidez recente e mesmo assim Rayhan parecia muito agitada lá dentro.

Murat e eu trocamos olhares cúmplices.

— Não se preocupe, doutor Marvin, ela terá a paz de que precisa para a nossa garotinha crescer bem e saudável.

— Isso é ótimo, Senhor Arslan! No mais, passarei alguns calmantes naturais, algo bem leve apenas para relaxar um pouco. E Sila, procure descansar, nada de trabalhos excessivos ou extravagantes.

Sorrio.

— Pode deixar!

No final da consulta, Murat segura na minha mão em silêncio e com o nosso garoto nos seus braços saímos da clínica direto para o seu carro. Enquanto o Ali se distrai com um brinquedo, ele fita o lado de fora da janela e eu penso em como farei para descansar com tamanha tensão sempre nos rondando.

— Você vai para a Turquia. — Meu marido diz de repente me fazendo fitá-lo com confusão.

— O que?

— Não vou deixá-la à mercê de Dilara, enquanto ela tenta te machucar...

— Não, Murat!

— Sila, eu não posso perder vocês!

— E você não vai, e eu não vou ficar longe de você! — O observo menear a cabeça negativamente enquanto ele solta uma respiração alta.

— Será por pouco tempo, eu prometo! — Ele segura em cada lado do meu rosto, beijando-me calmamente e depois encosta a sua testa na minha. — Eu preciso de tempo para pensar e pegar essa mulher, mas com você por perto não ficarei bem. Se algo acontecer com você ou com a Rayhan...

— Tudo bem! — O interrompo.

— Allah, juro que não será nada fácil ficar longe de vocês, mas eu prometo que farei tudo o mais breve possível. — Não o respondo, apenas encosto na minha cabeça no seu peito, enquanto ele me envolve com os seus braços e beija sofregamente o topo da minha cabeça. Segundos depois, o seu celular começa a tocar. — Fala! — meu marido parece apreensivo agora. — Certo, deixarei a Sila e o Ali em casa, e vou imediatamente para aí.

— Aonde precisa ir? — pergunto.

— São coisas do trabalho, Sila. Nada que valha a pena comentar.

Decido aceitar a sua resposta e volto a apoiar a minha cabeça no corpo, sentindo os seus carinhos em seguida.

***

— Samia, arrume as malas da minha esposa e do meu filho. Eles irão para a Turquia essa noite. — Murat ordena assim que saímos do veículo. Entretanto, ele não entra em casa, apenas se despede do filho e depois se aproxima de mim, olhando-me dentro dos meus olhos. — Eu preciso resolver uma coisa...

— O que vai fazer, Murta? — questiono por que eu sinto que tem algo errado.

— Você ouviu o médico, Sila, precisa descansar. Então aproveite a tarde para ficar com o Ali e a noite, os levarei para o aeroporto. — Ele se afasta, porém, seguro na sua camisa e os nossos olhos se encontram. — Vai ficar tudo bem! — sibila e volta a entrar no veículo. — Ali, cuide bem da sua mãe e da sua irmã até o papai voltar. — Ele pede e o carro entra em movimento.

— Mamãe, você quer brincar comigo? — Ali indaga me fazendo desviar o olhar do automóvel e eu forço um sorriso para ele.

— É claro, querido! — falo o incitando a entrar na casa, e vamos direto para o quarto que um dia será da Rayhan.

— Um dia eu quero ser arquiteto?

— Arquiteto? Onde falar dessa palavra?

— A minha professora falou sobre as profissões mamãe, ela disse que arquiteto desenha os prédios e as pessoas constroem. — Sorrio.

— Então você quer ser um arquiteto?

— Sim e eu posso desenhar o quarto da minha irmã. — Arqueio as sobrancelhas.

— Nesse caso, é designer de interiores, meu amor, porque o quarto já está construído.

— O que é um desin... desing...

— Designer de interiores desenha e planeja o interior de casa já construída e pronta para ser mobiliada.

— Ah! — Após essa explicação Ali se propõe a desenhar do seu jeito os detalhes das paredes e dos móveis do quarto da sua irmã, enquanto ele se empolga me perco em pensamentos.

Relembrar a briga corporal com a Dilara na mansão Arslan ainda me rouba o fôlego e por mais que eu tente apagar essas imagens da minha cabeça é praticamente impossível. Fiquei tão abalada que parar de chorar nos braços de Murat era algo que eu não tinha forças para fazer.

— Mamãe?

— O que? — Desperto quando Ali me chama.

— O seu celular está chamando.

— Ah! — Seguro o aparelho e fito o nome de Marli. — Eu preciso atender, filho. Você pode me esperar aqui?

— Sim. — Novamente o meu filho mergulha no mundo da sua imaginação e eu saio do quarto para atender a ligação.

— Marli?

— Oi, Sila! Como foi a consulta? Você ficou de ligar, mas não ligou.

— Verdade, eu acabei me esquecendo — falo enquanto desço a escadaria e vou para o jardim respirar um pouco de ar puro. — Ocorreu tudo bem na consulta e adivinha? — Me pego sorrindo enquanto fito os poucos seguranças espalhados pelo amplo jardim. — É uma menina.

— Ah! — Ela grita do outro lado e o meu sorriso se amplia. — Como o Murat reagiu a essa notícia?

— Ele ficou extremamente feliz, mas nada se compara a felicidade do Ali.

— Ah que fofo!

Um movimento estranho perto do estábulo me chama a atenção e curiosa, decido ir ver o que é.

— Eu preciso desligar.

— Precisamos comemorar. Que tal um jantar na minha residência?

— Parece ótimo!

— Perfeito! Vou conversar com o Deniz e ligo para combinar os detalhes.

— Ok, eu fico aguardando. — Encerro a ligação, porém, paro a centímetros da entrada do curral e olho ao meu redor.

Não deve ser nada, Sila, acho que você está pirando com tudo isso. Sibilo mentalmente e me viro para voltar para casa. Contudo, paro bruscamente quando vejo Dilara em pé bem na minha frente e com uma arma na mão.

Engulo em seco e em redenção ergo as minhas mãos.

— Para o curral! — Ela ordena secamente.

— Dilara, o que pensa que vai fazer?

— O que você acha? Eu vou me livrar de você de uma vez por todas! — Ela rosna entre dentes e eu puxo a respiração na expectativa de alguém nos veja aqui. — Entre agora! — Dou-lhe as costas para entrar, porém, tento ganhar tempo e pensar no que fazer para me livrar dessa maluca.

— Então, você vai atirar em mim, e depois? Sim, porque você não vai conseguir sair daqui com vida quando eles te pegarem.

— Cala a boca! — Ela ordena com tanta raiva que é impossível não a absorver. No entanto, ela sorri e parece um sorriso doentio. — Sabe, eu não me importo. Se eu for presa ou se eu morrer, mas eu sei de uma coisa, você não vai ficar com o meu homem.

— Dilara...

— JÁ DISSE PARA CALAR A BOCA! — Ela berra enlouquecida e as suas mãos trêmulas voltam a apontar a arma na minha direção. No ato, Dilara a destrava e eu sinto que é o meu fim.

— Não faça isso! — suplico levando uma mão para o meu ventre. A mulher empalidece e os seus olhos se enchem de lágrimas e de cólera ao mesmo tempo.

— Está esperando um filho dele?!

— Me deixe sair daqui! — peço cautelosa.

— ESSE BEBÊ DEVERIA SER MEU! — Ela volta a gritar e dessa vez é como se ela estivesse fora de órbita.

Um milagre. Deus por favor eu preciso de um milagre!

— Você vai morrer, Sila porque eu não vou deixá-la trazer essa criança ao mundo. Entendeu?! Entendeu?! — À medida que ela grita bate forte nos portões de madeira, agitando os cavalos e um dos portões se abre no exato momento que ela puxa o gatilho.

— Ah! — Solto um grito de puro desespero, fechando os meus olhos e espero a ardência da bala penetrando o meu corpo.

— NÃO! — O grito de pavor da garota me faz abrir os olhos no exato momento que Jessé a derruba no chão. Os seus relinchos apavorantes me fazem recuar um pouco. — SOCORRO! — Dilara grita enquanto o animal a pisoteia brutalmente e nervosa não sei o que fazer. — Por favor! Por favor! — Ela implora, mas Jessé não para e apenas me encolho em um canto de parede, levando as mãos para o meu rosto, enquanto as lágrimas parecem quere me afogar.

— Ou! Ou! Ou! — Alguém diz tentando acalmá-lo e em meio a todo esse tumulto, escuto a voz preocupada de Murat.

— Sila?!

Aqui! tenho vontade dizer, mas a minha voz não sai da minha garganta.

— SILA?!

Ele grita, mas eu não tenho forças para respondê-lo.

— Sila! — Meu marido fala um tanto apavorado. — Deus não! — Murat sibila com desespero, me segurando imediatamente nos seus braços e ele sai correndo para fora do estábulo comigo logo em seguida. — Vai ficar tudo bem, amor! Vai ficar tudo bem!

Só então percebo o sangue na minha roupa e perco as minhas forças, desmaiando em seguida.

*** 

NOTAS DO AUTOR:

Sei que vão me crucificar por isso kkkkkkkkkk então estou correndo pela direita.

Me falem o que acharam do capítulo, eu precisoooooo saber.

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