Casada com o Turco

By nalvamartins2458

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Sila Yilmaz nasceu em Antália na Turquia, porém, desde muito cedo ela foi morar com a sua família na Inglater... More

Prólogo
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Bônus
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Epílogo

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By nalvamartins2458

Sila

Já tem horas que ele saiu de casa e a noite já começou a cair lá fora. O meu nervosismo me levou a fazer dezenas de ligações, mas ele não atendeu nenhuma delas.

Onde você está, Murat?

A aflição não me permite sair de perto da janela e o tempo todo fito os largos portões na esperança de vê-lo passar por eles, mas nada acontece. Eu não devia tê-lo contado sobre o Taylor e a Dilara, mas era isso ou ela iria se safar me deixando em apuros. Com um suspiro olho para o diário intocado e largado em cima da minha cama. Juro que até a minha curiosidade se dissipou diante dos novos fatos.

Por favor, querido, me diga que você está bem!

Um fio de esperança se acende dentro de mim no exato momento que a porta do meu quarto se abre, porém, é o Ali quem passa por ela com um olhar tristonho e me repreendo por ter me esquecido todo esse tempo do menino.

— Ei, você! — sibilo, agachando-me e abrindo os meus braços para recebê-lo. O menino não hesita em correr para os meus braços e no ato, o aperto carinhosamente neles. — Pode me dizer por que está tristinho assim, hã?

— O papai não veio para casa, Sila.

Respiro fundo, porém, sutilmente o levo para a minha cama e após sentá-lo no colchão, me sento do seu lado.

— Ele não veio, mas... — Sorrio amplamente. — Eu estou aqui! — Ele sorri. — Você quer que eu conte uma história?

— De que?

— Hum, você pode escolher.

— Conta a história da rainha Sila e do rei Murat? — Uno as sobrancelhas em confusão. — E você pode dizer que eles têm um filho, o príncipe Ali. — Sorrio, mas confesso que estou surpresa com esse pedido tão bem elaborado.

— É claro, querido, mas você precisa se deitar e tentar dormir. Combinado?

— Sila?

— O que?

— Você pode dizer na história que a rainha Sila é a minha mãe? — Engulo em seco.

— Eu posso sim.

— E pode contar que ela vai me dar uma irmãzinha também? — Meu coração dispara.

— Que tal se você fechar os seus olhos e eu te contar essa história, e as coisas podem ir acontecendo a medida que eu for contando, o que acha?

— Está bem! — Então ele faz exatamente o que eu peço. Contudo não falo nada por alguns segundos, apenas olho para o garotinho de olhos bem fechados e com um sorriso fechado nos lábios.

Respiro fundo e levo as minhas mãos para os seus cabelos, fazendo um carinho neles.

— Era uma vez em um reino bem distante, onde vivia um rei mandão...

— Murat. — Sorrio

— Isso, o rei Murat mandão e a sua doce rainha...

— Sila.

— É, a rainha Sila e eles tinha um filho muito, muito especial...

— O Ali. — Sorrio outra vez.

— O Ali. E eles eram a família mais feliz daquele reino.

— E tinha o Érõn. — Solto uma risada sonora.

Estou vendo que fazê-lo dormir não será uma missão tão fácil assim. O Ali está especialmente elétrico essa noite. Portanto, ele foi fiel à sua história e só adormeceu quando finalmente a sua irmãzinha nasceu. É difícil dizer se tudo isso é algo que ele deseja realmente ou se o Ali quis apenas se distrair dos seus problemas de criança, entrando em um mundinho construído só por ele. Bom, terei tempo suficiente para descobrir isso em breve.

Olho para as horas. Céus, já está tão tarde!

Agitada, saio da cama e volto para a janela. Os meus olhos insistem em correr para os portões na entrada da mansão. Tudo está tão quieto lá fora. Com um suspiro volto o meu olhar para a cama onde o Ali finalmente dorme tranquilo e consequentemente fito o diário do seu lado. Respiro fundo, mordendo o meu lábio em seguida. Contudo, volto para a cama e o seguro, protelando abri-lo.

Pequenos trechos com data e hora surgem no meu campo de visão. Seu primeiro dia na faculdade, as primeiras amigas, as notas, viagens e festas. O dia que conheceu o Murat e o Taylor e uma data especial, Cecília apresentou Murat para a sua família. O dia começa a clarear e a sonolência chega sorrateira. Entretanto, um fato me desperta e o sono é imediatamente dissipado.

...

Já tem um tempo que não vejo a minha família e falar com eles pelo telefone não está matando essa saudade infinita dentro do meu coração. No entanto, recebi uma notícia maravilhosa hoje cedo. Dilara está vindo morar conosco por um tempo, a faculdade de administração é o seu motivo, mas estou feliz de tê-la aqui comigo.

...

Deus sabe do tamanho da minha felicidade. Dilara chegou com muitas novidades e está explosiva com o início das aulas. A sua alegria contagiante deixa o Ali mais sorridente. Eles estão como carne e unha. O Ali simplesmente não larga do pé dela.

...

Querido diário, hoje estou em lágrimas, pela primeira vez a minha irmã e eu discutimos. Como ela pode me acusar de traição? Como pode me acusar tão afrontosamente? Ela sabe o quanto estou apaixonada pelo meu marido, pela minha família e pela minha vida. Será que não entende que o Taylor é como um irmão para mim?

...

Amanhã será o aniversário de Murat, porém, ele anda bem estranho esses dias e para piorar, ele não veio dormir em casa essa noite. Estou angustiada pois ele não atende os meus telefonemas. O Ali sente a sua falta e contar histórias para distrai-lo é o que me resta.

...

Hoje deveria ser um dia especial para mim e para a minha família, mas uma discussão com a minha irmã me fez tomar uma atitude drástica. Dilara terá que voltar para a casa dos meus pais. Não posso suportar dentro da minha casa uma mulher que diz amar o meu marido. Infelizmente perdi a cabeça quando lhe dei uma surra trancada dentro do escritório da mansão. Sim, ela estava passando dos limites ao declarar que eu era uma traidora e que não o merecia. E se parar para pensar um pouco, aminha vida perfeita mudou quando ela pisou a planta dos seus pés dentro da minha casa.

...

As últimas páginas não deixaram margens para dúvidas. Dilara estava armando contra a própria irmã e o fato de declarar o seu amor pelo marido de Cecília não é novidade para mim. As minhas suspeitas ganharam força e proporção. As fotos e as mensagens podem terem sido enviadas pela própria irmã. Fecho o diário e encaro os olhos negros, e sonolentos me encarando, então me dou conta de que o dia já clareou.

— Papai já chegou? — Ali indaga com a voz rouca de sono.

— Ainda não, príncipe Ali. — Ele sorri com a forma como o chamo. — Mas a rainha Sila está aqui. — Em resposta ele ergue um braço e eu me aproximo para ser abraçada por essa doce criança. — Vamos lá, majestade, você precisa de um banho e de um delicioso café da manhã.

— Eu quero! — Ele diz afoito, ficando de pé em cima do colchão e começa a pular.

— Ótimo, então já para o banheiro!

— Eu posso tomar banho sozinho de novo?

Sim, por favor! Rogo mentalmente porque quero ter um tempinho para saber de Murat.

— Claro, majestade! — sibilo com empolgação. — Você pode fazer tudo o que quiser.

Ebaaa! — Ali salta para fora da cama e corre para fora do quarto. Suspiro e penso em pegar o meu celular quando ele retorna correndo, beija rapidamente na minha bochecha e sibila um "eu te amo" depois, sai correndo de novo, me deixando com um sorriso bobo nos lábios.

— Que droga, Murat! — resmungo depois de um tempo quando a ligação vai direto para a caixa postal.

***

— Bom dia! — Um som feminino, porém, bem animado invade a varanda e sorrio amplamente ao vir a minha amiga se aproximar da mesa do café da manhã.

— Marli! — Levanto-me imediatamente para abraçá-la. — Que bom que você veio!

Sim, não segurei a minha ansiedade e isso a fez afastar-se um pouco para me olhar.

— Aconteceu alguma coisa? — Solto uma respiração alta e olho para o Ali entretido com a sua comida.

— Primeiro tome um café da manhã conosco, depois, me diga a que veio aqui e depois... — Puxo uma respiração. — Eu preciso do seu ombro, amiga!

— Eu adoraria tomar café da manhã com vocês e... vim até aqui para trazer o meu convite de casamento. — Ela me estende um envelope cor de creme com um broto de minúsculas flores secas e laços de fita.

— Ah! — Quase grito a minha exclamação, voltando a abraçá-la.

— E para terminar, o meu ombro é todinho seu. — Sorrio.

— Obrigada, amiga!

— Olá, Ali!

— Olá! Você sabia que eu sou um príncipe?

— Sério? — O menino meneia a cabeça em confirmação me fazendo abrir um sorriso largo.

— Nesse caso, bom dia majestade! — Marli entra na sua brincadeira e logo o nosso café da manhã fica mais alegre. Minutos depois, decido levá-los para o estábulo e enquanto o Ali se diverte com os animais, aproveito para conversar com a minha amiga.

— Então, você não tem notícias desde ontem? — Marli indaga após ouvir toda a minha lamúria.

— Estou tão preocupada, Marli! — sibilo com um lamento.

— Mas não devia...

— Como não?

— Me diga, se fosse com você. Se descobrisse toda essa história sórdida sobre a morte do amor da sua vida, como estaria se sentindo?

— Confusa, assustada e com muita raiva.

— Já pensou que ele está se sentido dessa maneira agora? Sila, o Murat precisa de um tempo sozinho.

Puxo mais uma respiração e penso em contestá-la quando percebo algo diferente no Ali. Atônita, resolvo ir até ele.

— Ali? — O chamo cautelosa, porém, ele não me responde. — Ali, o que foi? — Toco no menino e o sinto duro como uma rocha. Ali simplesmente não se mexe e as suas mãos estão fechadas em punho tão firmes que é impossível abri-las. — Ali, fale comigo! — peço um tanto preocupada, mas ele sequer me olha. Contudo, olho para a direção onde os seus olhos estão fixados.

Um chicote de couro negro.

Confusa, volto a olhá-lo e o forço a me olhar, porém, ele continua fixado no objeto.

— Ali, por Deus! — imploro e agitada, o seguro nos meus braços e saio imediatamente dali.

Caracaaaaa!!! Parece que agora a coisa desanda. Ali teve uma crise ao retornar ao local onde a sua mãe morreu. E esse chicote, o que e tem a ver com tudo isso?
Já vou avisando, se pedir mais um capítulo vcs não vão ter solução 😂😂😂😂😂 só vão pirar mais.

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