Casada com o Turco

By nalvamartins2458

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Sila Yilmaz nasceu em Antália na Turquia, porém, desde muito cedo ela foi morar com a sua família na Inglater... More

Prólogo
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Bônus
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Epílogo

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By nalvamartins2458

Murat

...Você precisa saber o quanto eu te amo, Murat.

Lembrar dessa frase me faz ofegar violentamente. Eu tinha uma vida linda e tranquila. Eu vivi um amor verdadeiro e profundo, e esse amor me trouxe um fruto. Deus, eu era o homem mais feliz desse mundo e agora preciso descobrir quando tudo se afundou e eu não percebi.

Quando o meu amor por ela tropeçou e caiu?

É doloroso pensar que o seu sorriso era só meu, mas aquelas malditas imagens me mostraram que outro homem o tinha. O ciúme veio como um vírus doentio, penetrou e queimou todo o meu sistema, me fez arder em cólera e perder toda, e qualquer coerência. Eu me esqueci do seu amor, Cecília. Me esqueci que possessão não é o mesmo que amar e me deixei ser dominado pela minha raiva. E consequentemente ateei fogo no meu próprio paraíso.

... A Dilara o estava provocando. Ela disse: "quem diria que um raio cai duas vezes no mesmo lugar?"

... E o Taylor revidou dizendo: "não fale asneiras, Dilara!"

... Então ela rebateu: "vai desmentir que você corria atrás da defunta da minha irmã?"

... "E pelo que vejo é a vez da Sila."

... E ele?

... Ele não gostou e a ameaçou.

... Como?

... Ele... a segurou com força e disse: "toda aquela merda foi armação sua e somente sua. Infelizmente não posso provar."

Respiro fundo algumas vezes tentando me acalmar. Contudo, o meu peito está tão comprimido e angustiado que não permite a passagem do ar. Agoniado, seguro o telefone e ligo para o Taylor.

— O que você quer?! — Ele ruge seco assim que me atende. Tento dizer alguma coisa, mas as palavras estão entaladas dentro da minha garganta e a única coisa que consigo fazer agora é soluçar. — Murat? — Ele me chama sem esconder a sua preocupação. Entretanto, não consigo lhe responder. — Murat, o que foi?

— Me ajude, Taylor!

— Porra, onde você está?

— Eu... não sei. — Olho de um lado para o outro, tentando me situar.

— Ok, me mande a sua localização, eu encontro você.

— Tá!

...

Não me lembro de muita coisa sobre aqueles dias. Só sei que um dia antes bebi muito e não fui cara casa. Simplesmente não tive coragem de encarar o fato de uma traição das pessoas que eu mais amava no mundo. Contudo, tenho uma vaga lembrança de uma garota na minha cama, no quarto de hotel. Os seus toques me angustiavam, os seus sussurros não tinham poder suficiente para penetrar as minhas barreiras e no dia seguinte acordei sozinho.

"Logo você será meu!"

Foi tudo que me lembrei em meio a uma puta dor de cabeça que me deixou o dia inteiro mal-humorado. Um dia de trabalho poria as minhas ideias no lugar. Pensei e eu não podia estar mais enganado, porque no final do expediente, quando eu já havia me acalmado veio a mensagem que destruí o resquício do meu mundo perfeito.

... A sua esposa está te traindo com o seu melhor amigo.

E tudo se incendiou diante dos meus olhos.

— Que merda é essa, Cecília?! — gritei, jogando as imagens no seu rosto com extrema violência assim que entrei na ampla sala da nossa casa. O silêncio do lugar tornou a minha voz ainda mais alta que o normal e rígida também. Nervosa, a minha esposa se agachou para juntar as dezenas de fotos caídas no chão e ao constatar do que se tratava ela me encarou aturdida.

— Não é o que você está pensando, Murat.

Essa frase acabou comigo.

— NÃO É? — bradei, assustando-a e a fazendo recuar um pouco para trás. — VOCÊ ESTÁ SAINDO COM O MEU MELHOR AMIGO HÁ DIAS E ESTÁME DIZENDO QUE NÃO É NADA?! — Um rugido ainda mais forte passou pela minha garganta e Cecília começou a se tremer. Fora de mim fui para cima dela, segurei firme nos seus braços e a fúria nos meus olhos chegaram a assustá-la ainda mais. Contudo, Cecília me enfrentou duramente.

— Me solte, Murat Arslan!

— Eu não vou soltá-la até você me explicar direitinho o que você andou fazendo com o Taylor por três malditos dias! — exigi entre dentes. Contudo, para a minha surpresa algumas pessoas foram surgindo dentro do cômodo e me dei conta de uma decoração de aniversário. Aturdido, soltei-a e encarei os olhares acusadores.

_ Você estragou tudo, Murat! — Minha esposa sibilou em lágrimas. — Como pode duvidar do meu amor por você? — Engoli em seco e encarei o meu amigo com um embrulho nas mãos.

— Cecília... — Tentei me redimir, mas ela saiu correndo. Sem reação, encarei os convidados que pareciam estarrecidos.

...

— Murat? — A voz de Taylor me traz de volta ao presente e após soltar uma respiração alta, ergo os meus olhos molhados para ele. — Por Deus, o que aconteceu, meu amigo?

— Eu preciso saber de uma coisa.

— O que?

— A Dilara...

— O que tem a Dilara?

— A morte da Cecília...

— Murat, por favor, você não está com condições...

— Eu preciso, Taylor. Foi ela?

— Merda!

Meu amigo solta uma respiração audível pela boca.

— Como descobriu? — Sua indagação me faz erguer a sobrancelhas.

— Por que não me contou?

— Você ia acreditar em mim? Você não acreditou na Cecília, Murat. Não acreditou na mulher da sua vida, por que acreditaria em mim? — Angustiado levo as mãos atrás da cabeça e começo a gritar feito um louco

— AAAAAAAAAAH! — Deixo o meu desespero transcender ao meu grito. — AAAAAAAAAAH! — E em prantos me ajoelho no chão, encarando as minhas mãos trêmulas.

Eu a joguei para a morte.

Eu fiz isso.

Eu a empurrei direto para o abismo.

Destruí tudo com as minhas próprias mãos.

— Murat, se acalme, meu amigo!

— Está doendo, Taylor! — confesso, me contorcendo. — Está doendo aqui dentro de mim! — Bato com força no meu peito do lado do meu coração.

— Vem aqui! — Ele se ajoelha na minha frente e me abraça forte. — Eu sinto muito, meu amigo! Eu sinto muito!

Algum tempo depois o choro se acaba, mas a dor permanece. Contudo, está na hora de saber da verdade sobre Dilara e tudo o que ela fez.

— Eu preciso saber, Taylor — sussurro com amargor.

— Eu vou te contar o que eu sei. Que tal sairmos daqui? — Apenas meneio a cabeça, levantando-me do chão e caminhamos em silêncio para o seu carro. Não demora e Taylor para em frente a um bar. E logo que nos acomodamos em uma mesa no canto da parede, ele pede uma garrafa de uísque e dois copos. — Uma semana antes do seu aniversário Cecília me ligou. — Ele diz enquanto serve os nossos copos. — Ela queria fazer uma surpresa para você e claro, que me pediu para não o avisar que estava na cidade. Como sempre fiquei em um hotel e passamos a nos encontrar em segredo para organizar os detalhes e uma generosa lista de convidados. Mas não fazíamos ideia de estavam nos seguindo ou tirando fotos desses encontros.

— Quando soube que a Dilara estava envolvida nisso?

— Após o velório da Cecília a encontrei descartando algumas coisas na lixeira. Delira parecia nervosa e um tanto cautelosa. Por motivo fiquei desconfiado. E quando ela se afastou resolvi ir olhar o que ela estava fazendo.

— E?

— Encontrei os negativos das fotos que você jogou na cara de Cecília. — Fecho as mãos em punho. — E uns rascunhos das mensagens que você recebeu.

Filha da puta!

— Que droga, Taylor, você deveria ter me mostrado! — rosno irritadiço.

— Como eu poderia, meu amigo? Você estava arrasado, totalmente quebrado devido a perda do seu amor e havia me expulsado da sua vida também, se lembra? Tempos depois, fizemos as pazes e você se convenceu de que não o traímos, mas já estava tão calmo que não tive coragem de cutucar a sua ferida.

— A Sila ouviu uma conversa entre vocês.

— O que ela ouviu?

— Insinuações, acusações e ameaças. — Taylor respira fundo.

— Murat, a Dilara é perigosa, ela é uma cobra venenosa e pelo que ouvi, ela vai tentar prejudicar a Sila.

— Não, ela não vai porque a mandei de voltar para a casa dos pais. Eu a quero bem longe de mim e da minha família.

— Espero que após ouvir isso, tenha se convencido de que não teve culpa na morte da sua esposa. _ Ele diz, mas não me convence disso. — Murat, alguém criou uma mentira, você foi enganado assim como nós dois fomos. Não tinha como você saber.

— Eu deveria saber! — rosno entre dentes, segurando mais uma onda furiosa. — Você não entende, nós tínhamos uma vida perfeita, um amor perfeito. Eu deveria tê-la chamado para conversar ao invés de gritá-la e acusá-la feito a porra de um animal irracional!

— Você precisa esfriar a sua cabeça e pensar com calma.

— Meu Deus, estou com tanta raiva que a minha vontade é destruir aquela maldita cadela. Eu não entendo por que ela fez isso, Taylor. Qual é o propósito de destruir a própria irmã?

— Isso infelizmente eu não sei te dizer, meu amigo, mas

Bufo em resposta.

Uma hora depois e a minha cabeça está girando fora de órbita, e o meu amigo me carrega para dentro do seu carro.

***

No dia seguinte...

— Ah, merda! — rosno dolorosamente, levando as mãos para o meu rosto e após respirar fundo, abro os meus olhos e percebo que estou em um quarto diferente. Lembranças da noite passada preenchem a minha mente e eu me sento no centro da cama para despertar. Em seguida me arrasto para o banheiro e quando paro diante do espelho uma lembrança me toma.

... Murat, não é?

Dilara indagou quando entrei no corredor da casa dos seus pais para ir ao banheiro. Era um dia especial e Cecília resolveu me apresentar a sua família como o seu namorado. Apenas a observei sem nada a dizer. Contudo, ela sorriu para mim e era um sorriso insinuado. Depois, a sua mão deslizou pelo meu braço e eu fitei esse gesto com frieza.

... A Cecília é uma mulher de muita sorte.

Ela disse, porém, continuei a observando.

... Gato e podre de rico.

... O que você quer?

... Me pergunto o que você viu nela?

... Garanto que é algo que não tem.

Ela fechou o seu sorriso.

... Agora se me der licença!

Respiro fundo, levando as mãos aos meus cabelos, levando-os para atrás da minha cabeça.

... Acredito que a Dilara tem um tipo de obsessão por você.

Não pode ser! Resmungo mentalmente. Entretanto, outra lembrança preenche a minha mente. O seu ataque indecente recentemente no meio do corredor da minha casa. A roupa íntima demais, uma maquiagem sensual, as suas mãos em mim, os seus sussurros provocativos.

Meu coração dispara erroneamente.

Eu preciso tirar aquela louca de perto da Sila. Penso determinado e desisto do banho, retorno para o quarto, pego o meu terno e calço os sapatos para sair do quarto em seguida. No meio do corredor pego o meu celular e ligo para casa.

— Senhor Arslan?

— Samia, onde está a Dilara?

— Arrumando as malas como pediu, Senhor.

— Por que diabos ela ainda está na casa?! — brado. — Quero que chame os homens, peça-os para levá-la para a cabana de caça.

— Como? — Samia parece confusa.

Não, não vou deixá-la ir sem uma punição. Dilara precisa pagar pelos seus pecados.

— Você ouviu, Samia. Faça o que estou pedindo e peça-os para aguardar a minha chegada.

— Ah... sim, Senhor! — Ela diz hesitante.

— E a Sila, onde está?

— Ela ainda não desceu, Senhor.

— Certo. Não diga que liguei, estou indo para a cabana agora. — Encerro a ligação e dou de cara com Taylor na sala do quarto de hotel.

— Bom dia! — Ele diz erguendo uma pequena xícara de café. — Está servido?

— Bom dia! Não, obrigado! — sibilo indiferente.

— Como você está?

— Nada mudou, Taylor. — Ele meneia a cabeça.

— Entendo.

— Não pude evitar de ouvi-lo falar na cabana de caça. O que pretende fazer, Murat?

— Isso não é da sua conta! — rosno baixo, porém, imperativo.

— Não, não é, mas não quero que você se prejudique fazendo uma loucura. — Arqueio as sobrancelhas.

— Fique fora disso, Taylor! — grunho, seguindo direto para a saída.

— Ultimamente você me quer fora de muitas coisas, Senhor Arslan.

— Principalmente da vida da Sila. Como eu disse, nada mudou, Senhor Miller.

— Que assim seja! — Ele ralha e lhe dou as costas, saindo do quarto no mesmo instante.


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