Casada com o Turco

By nalvamartins2458

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Sila Yilmaz nasceu em Antália na Turquia, porém, desde muito cedo ela foi morar com a sua família na Inglater... More

Prólogo
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Bônus
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Epílogo

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By nalvamartins2458

Sila

— O que é tudo isso, Samia? — pergunto, observando uma quantidade de caixas de papelão espalhadas pela ampla sala de visitas.

— São as coisas da Senhora Cecília, Senhora Arslan. — Curiosa, vou até uma das caixas e a abro, encontrando algumas roupas lá dentro.

— E por que elas estão aqui? — inquiro, enquanto vou para outra caixa encontrando mais pertences da falecida.

— O Senhor Arslan está fazendo doações. — Ergo um olhar surpreso para a mulher que faz algumas anotações em um caderno. À medida que mais caixas vem surgindo pelas escadas.

— Ele pediu para você fazer isso?

... Não pensei que amaria outra mulher outra vez.

... E mais, não pensei sentir algo tão profundo e tão forte, capaz de tirar das minhas mãos o controle que eu sempre fiz questão de ter.

Suspiro com esse pensamento e me pego sorrindo com algo que se passa pela minha cabeça. Murat está se libertando do seu passado e finalmente consigo ver um futuro para nós dois.

— Sim, Senhora! Ah, você pode colocar essas separadas? — Ela pede para um dos empregos e movida por uma infinita curiosidade, vou até a caixa separada das demais. São maquiagens, perfumes, livros e... céus, é o diário de Cecília!

— O que vai fazer com essa caixa?

— Essa será incinerada, Senhora.

Não! Ele pretende queimar a única lembrança de Cecília que pode revelar a verdade sobre o que realmente aconteceu? Chego a sentir o meu coração disparar fortemente dentro do meu peito com essa possibilidade. No entanto, resolvo tirá-lo do meio dos outros objetos e levá-lo comigo para o meu quarto.

— Deseja alguma coisa, Senhora? — Samia pergunta quando caminho de volta para a escadaria.

— Ah não, Samia, obrigada! — ralho sem olhar para trás, subindo com pressa os degraus e sentindo a ansiedade aquecer as minhas veias. Contudo, ao abrir a porta do cômodo dou uma freada brusca, levando o diário imediatamente para atrás do meu corpo e em um misto de raiva, e de surpresa observo Dilara mexendo dentro do meu closet. — O que você está fazendo aí? — ralho repentina, fazendo-a sobressaltar. Então ela para de se mexer abruptamente e no ato, ergue o seu corpo olhando-me nos olhos.

— Sila... digo... Senhora Arslan, eu... estava arrumando as suas coisas. — Adentro o quarto e caminho para o meio dele ainda fitando-a em uma análise minuciosa.

— Eu disse que não a queria aqui sem o meu consentimento — rosno deixando claro o meu desagrado.

— A Senhora Samia me pediu para trazer as roupas da lavanderia e guardá-las nos seus lugares.

Curiosamente Dilara deixa seus olhos vacilarem, embora o tom firme queira me convencer da sua verdade.

— Saia do meu quarto, Dilara! — ordeno e ela não hesita em se afastar do closet com certa pressa. Entretanto, decido ir verificar o local onde a estava a vasculhar.

— Mas o que é isso? — A sua voz se espalha com uma rajada de vento me fazendo olhá-la outra vez. — Isso aí não é seu! — Ela ruge, apontando para o diário e não pensa duas vezes em vir na minha direção para tomá-lo de mim. — Me devolva, Sila! — Ela berra quando me esquivo do seu ataque.

— Por que eu faria isso? — retruco, deixando-a ainda mais irritada.

— Porque isso não te pertence!

— Tecnicamente pertenceu a sua irmã e automaticamente ao meu marido. Portanto, é meu agora.

— Não, não é! — Outra vez Dilara avança, mas me esquivo dela outra vez.

— Do que você tem medo, Dilara, que eu descubra algum segredo seu aqui dentro?

— Não seja ridícula, o que Cecília teria para escrever sobre mim? Agora me entregue o diário, Sila ou eu...

— O que? — A provoco escondendo o livreto atrás de mim outra vez. Enfurecida, a garota segura um abajur e o bate forte com força contra uma parede, quebrando o seu chapéu e o aponta para mim.

— Você vai me devolver isso por bem ou por mal! — Ela rosna entre dentes e eu engulo em seco.

— Eu não vou devolver coisa nenhuma, agora saia do meu quarto ou eu...

Um grito de cólera passa pela sua garganta, fazendo-me calar e no segundo seguinte Dilara se preparar para bater com pau roliço do abajur danificado em mim. Me preparo para me esquivar mais uma vez, porém, o objeto para bruscamente no ar e então percebo uma mão firme de Murat segurar firme no seu pulso. O seu olhar assustado encontra os olhos do meu marido e eu solto uma respiração aliviada.

— O que está acontecendo aqui?! — Ele exige com um rugido forte, praticamente devorando a ex-cunhada com seus olhos. Observo-a ofegar violentamente e no ato, ela solta o objeto deixando-o cair no chão.

— A culpa foi dela, Murat! — Dilara retruca fazendo-se de vítima e imediatamente ele me encara duramente.

— Quem vai me explicar o que está acontecendo? — Murat solta Dilara bruscamente e no ato, ela massageia o seu pulso, lançando lhe um olhar inocente.

Cobra!

— A Sila pegou o diário da Cecília. — A mulher infernal me ponta o indicador e o meu marido franze o cenho, olhando-me com uma pergunta muda.

— Você o pegou? — Frustrada, decido tirar o objeto do seu esconderijo e ele bufa alto.

— Viu, eu só queria obtê-lo de volta, mas ela se recusa a me entregar.

— Sila...

— Escute, Murat. — O interrompo. — Ele estava para ser destruído.

— Sim, mas...

— Eu o peguei quando você não o quis mais. O que há de errado se eu ler algumas páginas...

— São os segredos da minha irmã! — Ela brada me cortando e no ato vem para cima de mim.

— Ou os seus segredos? — provoco, me afastando dela.

— Que conversa é essa, Sila? — Murat inquire. Contudo, lanço um olhar desafiador para Dilara.

— Não seja idiota, Sila, o que a Cecília teria para falar de mim nessa droga de livro? — repete na defensiva, porém, dou de ombros.

— Eu não sei. Talvez ela tenha mencionado algumas de suas armações para fazer o Murat acreditar que ela o traiu com o seu melhor amigo.

— Sila, do que você está falando?

— Não a escute, Murat, ela só está querendo complicar a minha vida dentro dessa casa. Será que não ver, desde que essa mulherzinha pisou os pés dentro dessa casa, ela me afastou de você e do Ali...

— Essa mulherzinha tem nome, Dilara! Ela é minha esposa e eu exijo que tenha mais respeito com ela! — Murat rosna furioso e depois me olha. — Me diga de onde tirou isso, Sila?

— Eu a escutei falando com o Taylor no dia que ele trouxe o documento. — O semblante de Murat muda radicalmente.

— É mentira! — Ela ralha desesperada. — Murat, eu nunca falei com o Taylor na minha vida. SUA MENTIROSA! — Dilara avança outra vez. Contudo, Murat a segura firme pela cintura a afastando de mim. No ato, ele a prende contra uma parede e segura com força na sua garganta. O olhar gélido que ele lança para ela chega a provocar arrepios de medo por todo o meu corpo. Contudo, tento me aproximar para fazê-lo soltá-la.

— Escute, Dilara, se eu sonhar que você fez alguma coisa, eu juro que vou destruir a sua vida como você fez com a minha!

— Eu não... eu... não... — Dilara tenta dizer algo, mas o aperto da mão de Murat no seu pescoço não lhe permite falar.

— NÃO MINTA PARA MIM! — Ele berra enlouquecido, colocando mais força no seu aperto.

— Eu... — Ela puxa o ar, mas ele não vem. — Murat... — Desesperada, Dilara segura na sua mão firme em uma tentativa frustrada de afrouxar o seu aperto. — Não... eu...

— Murat, solte-a! — rogo quando percebo os seus lábios começarem a ficar roxos.

— Olhe para mim, Dilara. Se eu descobrir que foi você a responsável por todas as desgraças que aconteceram com a minha família, eu quero que fuja para bem longe de mim, porque não hesitarei em ir para cima de você como um maldito um rolo compressor.

— MURAT! — grito quando ela começa a perder as suas forças. — SOLTE-A AGORA! — Contudo, ele não me escuta, está cego pelo seu ódio. Portanto, largo o maldito diário de qualquer jeito e seguro em cada lado do rosto quase irreconhecível pela sua cólera e o faço olhar para mim. — Solte-a, por favor! — peço meiga agora. — Por favor, Murat! — suplico e ele finalmente a solta.

Dilara imediatamente cai sem forças no chão, puxando o ar em sua agonia, esperando que ele preencha os seus pulmões. A sua insistência faz os seus pulmões reclamarem e ela começa a tossir desesperadamente, levando uma mão para a sua garganta.

— Obrigada, querido! Obrigada por me escutar! — O abraço, deixando alguns beijos cálidos nos seus cabelos. Murat não me abraça de volta e a sua respiração está exageradamente pesada e ofegante. — Eu estou aqui, estou aqui com você! Eu te amo, querido! Eu te amo muito! — À medida que sibilo, sinto-o se desarmar e o seu corpo começa a relaxar contra o meu. — Muito bem, fique calmo e respire fundo, meu amor. Eu não vou a lugar nenhum. — Por fim, ele me abraça e me sinto aliviada.

— Murat, eu não fiz nada do que essa mulher disse. — Dilara fala com dificuldade, fazendo-o se afastar de mim e imediatamente o seu semblante calmo se enrijece outra vez.

— Eu quero que arrume as suas malas! — Ele brada.

— Murat, por favor não faça isso comigo!

— Volte ainda hoje para a casa dos pais, Dilara. Eu não quero ver a sua cara! — Ela começa a chorar.

— MAS EU NÃO FIZ NADA! — A garota grita em seu favor. — SERÁ QUE NÃO VER QUE ELA ESTÁ MENTINDO PRA VOCÊ?!

— SAIA, DILARA! SAIA! SAIA DAQUI! — Murat volta a gritar em fúria, segurando com violência no seu braço, a fazendo se erguer do chão e a arrasta com brutalidade para fora do meu quarto.

— Merda! — rosno e vou atrás deles.

— Não faça isso, Murat! — Dilara volta a implorar em lágrimas, enquanto é arrastada pelos degraus e quando eles chegam à sala, ele a larga de qualquer jeito, fazendo-a cair no chão diante dos empregados que ainda estão entulhando as caixas.

— Samia, quero que arrume as coisas dessa mulher! — Ele ordena. — Eu a quero fora da minha casa ainda hoje! — Impactada, levo uma mão a minha boca. Entretanto, ele me olha lá de baixo e com a mesma fúria com que a carregou, volta a subir os batentes. — Vamos conversar! — O tom rude na sua voz e a forma como está segurando no meu braço, levando-me para dentro do quarto outra vez me diz que essa conversa não será fácil. — O que você ouviu? — exige seco como uma rocha no meio do deserto — balbucio, sem saber como lhe responder.

— Eu... não ouvi muito.

— O que exatamente você escutou, Sila?

— A Dilara o estava provocando. Ela disse: "quem diria que um raio cai duas vezes no mesmo lugar?" — Murat franze a testa. — E o Taylor revidou dizendo: "não fale asneiras, Dilara!" — Então ela rebateu: "vai desmentir que você corria atrás da defunta da minha irmã?" — O observo fechar as mãos em punho e elas chegam a estremecer diante da força que usa para fechá-los. E eu sei que é devido o termo que usara para falar de Cecília — "E pelo que vejo é a vez da Sila." — Ela concluiu.

— E ele?

— Ele não gostou e a ameaçou.

— Como? — Solto uma respiração alta.

— Ele... a segurou com força e disse: "toda aquela merda foi armação sua e somente sua. Infelizmente não posso provar..." Murat, eu... — Tento me aproxima quando percebo que ele está a ponto de explodir de novo. Contudo ele se afasta bruscamente de mim, erguendo as suas mãos.

— Eu preciso ficar sozinho.

— Murat, eu não acho uma boa ideia...

— Eu preciso... — Murat não termina a sua frase e simplesmente sai, batendo a porta com muita força me fazendo estremecer.

Sozinha no quarto, respiro fundo algumas vezes e me sento na beirada da cama, esfregando o meu rosto, enquanto puxo mais uma respiração. Por fim, os meus olhos param em cima do diário caído no chão.

Espero que você valha a pena!

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