Murat
— Para onde estamos indo? — Ela inquire irritadiça após um longo tempo em silêncio.
— Precisamos conversar, Sila e não dá para fazer isso lá na mansão. Não com tantos empregados ao nosso redor e ainda tem o Ali por perto.
— Não se preocupe, Murat, eu não estou com raiva de você, a final, você é um homem de negócios, certo? — Não respondo ao seu tom acusador porque quero olhá-la dentro dos seus olhos e dizer-lhe a verdade por trás daquele documento. Preciso esclarecer alguns fatos sobre o valor pago nas ações da empresa da família Yilmaz. Minutos depois, estaciono o carro em frente a uma ampla casa de veraneio, rodeada por lindos jardins e de onde estamos é possível ouvir o barulho do mar que fica de frente. Assim que saímos do veículo, seguro na sua mão e caminho com certa pressa para dentro da ampla e elegante sala, acendendo as suas luzes em seguida. Sila se livra da minha mão e os seus olhos imediatamente percorrem todo o cômodo com curiosidade.
— Que lugar é esse? — Ela procura saber sem me olhar de fato.
— É uma casa que mantenho para passar os dias quentes.
— Ela é linda! — diz me dando as costas para apreciar os detalhes da decoração.
— Como conseguiu aquele documento, Sila? — Vou direto ao ponto e imediatamente ela se vira para encontrar os meus olhos.
— Por que não me contou que havia me comprado, Murat?
— Porque eu não a comprei.
— Como não? Eu li o documento, Murat, os meus irmãos me venderam por quinze milhões...
— Nada é o que parece ser, Sila — rebato a interrompendo. Ela arqueia as sobrancelhas.
— O que você quer dizer com isso? Eu sei o que vi e você me comprou! — ralha furiosa. Respiro fundo e penso em por onde começar a explicar toda essa situação. — Por isso você sempre fez questão me lembrar a minha posição na sua vida, não é? — Uno as sobrancelhas, encarando-a rigidamente.
— Do que você está falando?
— Que você sempre fez questão me lembrar do fato de eu ser sua. Sua propriedade e de mais ninguém.
Reviro os olhos internamente.
— Não seja absurda, Sila! Não foi isso que eu quis dizer.
— Então o que? — balbucio. — O que quis me dizer quando gritou aos quatro ventos que eu lhe pertencia? — Minha esposa altera um pouco a voz. Tento manter a calma e no ato, tento me aproximar dela, porém, ela se afasta de mim fazendo o meu coração se comprimir dentro do meu peito.
— No dia que eu te vi pela primeira vez. — Começo a falar. — No cafezal, Deniz já havia aceitado a minha proposta. Ele disse sim para um casamento que aconteceria em poucos dias e eu exigi a autenticidade dos costumes turcos, mas eu nunca mencionei o fato de uma validade para o nosso matrimônio. Deniz nunca me pediu dinheiro em troca.
— Mas...
— Por eu ter exigido que fosse conforme os nossos costumes, ele se abriu comigo e me contou que a empresa estava falindo, e por esse motivo ele não teria um dote para me pagar. — Confusa, ela franze o cenho.
— Você disse... que as empresas Yilmaz estavam falindo? — faço um sim com a cabeça.
— Eu ofereci um dinheiro para restabelecer as empresas, Sila, mas o seu irmão me disse um não bem redondo. Entretanto, ele me ofereceu algumas ações. E quinze milhões de dólares me tornaram mais um sócio das empresas da sua família.
— Mas o contrato...
— Eu pedi para os meus advogados redigirem aquele contrato. Propositalmente quis deixar claro que você era minha e estipulei um valor nele.
— Eu não entendi. — Ela diz aturdida.
— A maneira como você reagiu ao nosso noivado me fez agir assim. Eu queria garantir que teria controle total caso você resolvesse me dar trabalho.
Sila respira fundo algumas vezes.
— Então eles...
— Eles não a venderam e eu não a comprei, embora o contrato afirme isso. Agora me diga, como conseguiu aquele contrato, Sila? — Volto a questioná-la depois de um tempo em silêncio.
— Taylor. — Uno as sobrancelhas.
— Taylor? — Ela meneia a cabeça e por algum motivo isso me faz explodir em seguida. — Eu te pedi para ficar longe daquele homem! — rosno.
— Você fez toda essa confusão e eu que sou a culpada?
— Que droga, Sila, custava fazer o que eu te pedir?! — brado.
— Qual é o seu problema, Murat Arslan?! — Ela rebate furiosa. — Eu não tenho culpa se o seu amiguinho foi até a sua casa apenas para me entregar aquele maldito documento!
— Como é que é? O Taylor foi até a mansão? — Ela me joga um olhar irônico. Pressiono os lábios. — Não custava mandar dispensá-lo. Por que não o mandou embora?
— Você está me questionando? Foi você quem criou toda essa confusão. Você é o único culpado nisso tudo! — Ela grita, batendo forte contra o meu peito.
— Se não o tivesse deixado se aproximar de você nada disso teria acontecido! — rujo a enfrentando.
— Qual é o seu problema?! — Ela grita outra vez.
— EU TENHO CIÚMES, OK? — berro enfurecido. — SINTO CIÚMES DO JEITO QUE ELE TE OLHA. TENHO CIÚMES QUANDO ELE TE DESEJA, PORQUE APENAS EU POSSO TE DESEJAR DE TODAS AS MANEIRAS! — respiro profundamente algumas vezes. — Você me enlouquece, Sila! — rosno com raiva. — Você me domina de um jeito que eu não consigo me livrar. EU NÃO O QUERO PERTO DE VOCÊ PORQUE EU TE AMO, SILA! DROGA, EU TE AMO COM A MINHA ALMA E COM O MEU CORAÇÃO, ENTENDEU?!
Outra vez o silêncio se instala entre nós dois e apenas o som da minha respiração alta preenche todo o cômodo. O olhar de Sila está extremamente surpreso. No entanto, me dou conta do que acabei de falar.
— SEU... IMBECIL! — Ela brada repentinamente, me deixando completamente aturdido e na sequência ela vem para cima de mim como um trem desgovernado me empurrando bruscamente, e batendo forte contra o meu peito. — ATÉ NA HORA DE SE DECLARAR PARA MIM, VOCÊ É A DROGA DE BABACA! EU TE ODEIO, MURAT ARSLAN! EU TE ODEIO... — Impulsivamente seguro nos seus pulsos e a puxo bruscamente para tomar a sua boca em um beijo imperativo e ardente, fazendo-a se calar no mesmo instante. No ato, seguro firme nos seus cabelos para aprofundar o nosso beijo e no ato ela leva uma mão ávida para a minha nuca. Não seguro o impulso de envolver a sua cintura com o meu braço, prendendo-a ainda mais a mim e um gemido gostoso escapa da sua boca, fazendo o meu coração quase explodir de emoção. — Eu te amo! — Sila sibila sofregamente. — Eu te amo, Murat Arslan! Eu te amo! — repete em meio a um beijo sufocante e intenso.
Em êxtase, a ergo do chão e as suas pernas não demoram para envolver a minha cintura, e imediatamente começo a subir as escadas. E ao entrar no quarto principal, começo a me livrar das suas roupas com urgência ímpar, e ela faz o mesmo com as minhas roupas, largando as peças de qualquer jeito e em qualquer lugar.
— Ah, Sila! — rosno, me perdendo no seu calor escaldante, nesse seu aperto que me faz perder qualquer senso de coerência e embebido pelo seu prazer, abocanho o seu seio à medida que escorrego cada vez mais para dentro dela.
— Murat! — Minha esposa resfolega quando começo a me mexer viçoso, louco para roubar do seu prazer para me saciar dela.
— Eu te amo! — rosno voltando a beija-la e engulo cada som seu.
Deus, como é bom poder dizer essas palavras e fazer amor com ela sem ter me afogar nesse sentimento reprimido. Poder me entregar sem reservas e tornar-me seu, completamente seu.
— Ah, meu amor! — gemo ensandecido, quando sinto que estou sendo arrastado pelo seu poder, por essa sua magnitude e não demora para uma ínfima explosão acontecer para nós dois. Por fim, a levo para a cama e a deito com cuidado, me deitando do seu lado, porém, sem parar os beijos minúsculos em sua pele.
***
— Posso te perguntar uma coisa? — Ela interpele depois de um longo tempo em silêncio apenas absorvendo as doces carícias.
— Pergunte — sussurro e no ato, ela se vira de frente para mim. Penso no quanto é bom olhar nos seus olhos sem ter que me esconder deles.
— Quando descobriu que me amava? — Faço um gesto desdenhoso.
— Desde que te vi pela primeira vez no cafezal, eu acho. O seu semblante sério demais, sempre analisando e sempre arredio não saia da minha cabeça.
— Então você me enganou esse tempo todo?
— Na verdade, eu enganei a mim mesmo, Sila. Eu fiz questão de vendar os meus olhos e de dizer para o meu coração que você era algo passageiro. — A observo puxar a respiração. — O que foi?
— Eu não sei quando isso aconteceu comigo — confessa baixinho. — Só sei que te odiei em uma noite e que na outra já estava te desejando.
Sorrio, mas é um sorriso pequeno e de boca fechada.
— Nós fomos dois bobos, não é?
— Eu sou um bobo apaixonado — confesso, fazendo sorri para mim. Contudo, não seguro a ânsia de beijá-la outra vez, erguendo o meu corpo sobre o seu e impulsivo começo a amá-la de novo, dessa vez sem qualquer pressa.
Até que em fiiiummmm!!! 💃💃💃💃💃 Uhuuuuuu!!! 💃💃💃💃💃💃👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻❤️❤️❤️❤️❤️