Casada com o Turco

By nalvamartins2458

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Sila Yilmaz nasceu em Antália na Turquia, porém, desde muito cedo ela foi morar com a sua família na Inglater... More

Prólogo
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Bônus
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Epílogo

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By nalvamartins2458

Sila

— Samia, estou com dor de cabeça, vou para o meu quarto descansar um pouco. Por favor, quando o Murat chegar você pode me avisar? — peço, entrando rapidamente na mansão e caminho direto para as escadas.

— O Senhor Arslan já chegou, Senhora e ele a aguarda no escritório. — Paro um tantoaturdida ainda no primeiro degrau e giro no meu próprio eixo para fitá-la.

— Quando ele chegou?

— Já tem um tempo, Senhora. — Com uma respiração consternada, a observo se retirar da sala e intrigada vou direto para o escritório. Contudo, abro a porta de devagar e o encontro em pé perto de uma janela, no exato momento que ele entorna o líquido cor de âmbar na boca.

Seus ombros parecem rígidos e a maneira como os seus dedos seguram o copo tão firmemente me diz que tem algo errado. Contudo, adentro ainda mais o cômodo, tendo o cuidado de fechar a porta atrás de mim e antes de me anunciar, respiro fundo.

— Murat, mandou me chamar? — inquiro receosa. — Você chegou cedo...

— Onde você estava, Sila? — Um som seco e rude preenche os meus ouvidos, interrompendo-me bruscamente. Suspiro ainda encarando as suas costas largas em um terno escuro.

— Eu fui acompanhar a Marli na compra do seu enxoval. Me desculpe não o ter avisado, mas você não estava atendendo o telefone. — Dou dois passos para o centro do cômodo.

— Então foi fazer compras com a sua amiga? — Percebo a frieza na sua voz e isso me incomoda.

— Isso. O que está acontecendo, Murat? — Procuro saber.

— Você estava com ele. — Um tom acusador sai da sua boca como se fosse punhais afiados. Então ele se vira para me fitar e é como se tivesse pedras de gelo em suas retinas escuras.

Balbucio.

A pergunta é: como ele soube disso?

— Murat, eu... posso explicar...

— Pode me explicar como uma mulher casada se encontra com o seu amante em pleno centro da cidade?! — Ele brada, largando o copo com força sobre o tampo de uma mesa de mogno.

— Meu... amante? — rosno irritada. — Você tem noção do que está me dizendo?! — rebato irritada. Entretanto, ele dá dois passos largos na minha direção e no ato, segura firme no meu braço, olhando-me duramente tão perto que consigo sentir o calor do seu hálito ofegante bater contra o meu rosto.

— Não é para esse homem que você guarda os seus sentimentos, hã? Não é nele que você pensa ao abrir os seus olhos? Não foi sempre por ele que você esperou? Você pensa que eu não sei disso, Sila?!

— Murat, me solte! — Tento livrar-me do seu agarre, porém, ele aperta ainda mais o meu braço trazendo uma ardência a minha pele.

— Eu tenho uma notícia para você, Sila. — Céus, consigo sentir o gelo sobressair as suas palavras, contrastando com o fogo que queima nos seus olhos. — Você é minha e nunca será de mais ninguém!

Sinto o meu sangue ferver dentro das minhas veias.

Quem ele pensa que eu sou?

— Pedi para me soltar, Murat Arslan! — rosno enfurecida, puxando novamente o meu braço. Contudo, ele faz um movimento repentino e brusco, jogando-me no sofá de couro e antes que eu consiga sair dele o seu corpo pesado para sobre o meu.

— Você nunca será dele, entendeu?! NUNCA SERÁ DELE! — Não consigo rebater ao seu ataque, pois logo a sua boca toma a minha tão duramente que chego a soltar um gemido de dor.

— Não! — Tento dizer, mas ele não para e em minha defesa, mordo seu lábio inferior.

— QUE MERDA, SILA! — Murat solta um grunhido alto, se afastando de mim e no ato, ele leva uma mão para o lábio que começa a sangrar.

— Fique sabendo de uma coisa, Murat Arslan, eu não sou um objeto de competição. Eu não pertenço nem a você e nem a ninguém, seu... imbecil! — Trinco o maxilar. — Eu não devia te dar explicações sobre o meu dia, não depois do que acabou der fazer comigo, mas vou te dizer mesmo assim. Encontrei o seu amigo casualmente na rua, ele me pediu uma conversa rápida, eu permiti e foi exatamente assim que aconteceu. E isso foi tudo, Murat Arslan.

— Você está proibida de conversar com aquele homem outra vez, Sila Arslan! — Ele grita.

— Por quê? Do que você tem medo, Murat? Quem você pensa que eu sou?

— Por Ala, não me provoque, Sila!

— Um ano, Murat. — Jogo a sua proposta na sua cara. — Um ano e eu estarei livre de casamento odioso. E pode apostar que estarei contando cada mísero minuto para ficar livre de você! — Dou alguns passos para sair do escritório. Entretanto, um puxão repentino me faz voltar e o meu corpo se impacta fortemente contra o seu. O seu olhar duro e extremamente cólico me fita, enquanto a sua respiração ofegante demais aquece sobremaneira a minha pele.

— Nada disso, Sila!

— O que? — inquiro aturdida.

— Eu não vou deixá-la ir, Sila Arslan. Daqui você sai para canto nenhum!

— Do que você está falando? Você me prometeu! — Cobro.

— Não ouviu o que acabei de dizer, Senhora Arslan? Eu disse que você é minha e eu não vou abrir mão disso! — O encaro irritada por alguns segundos.

— Você não pode fazer isso, Murat! — sussurro, embora a raiva esteja corroendo cada terminação nervosa minha.

— EU POSSO! — Um rugido estrondoso me faz estremecer. — E VOU REPETIR, VOCÊ NÃO VERÁ MAIS TAYLOR MILLER, ENTENDEU?!

— Não grita com ela, papai! — Um grito infantil o faz parar e imediatamente olhamos para a porta.

Ali parece extremamente assustado e isso faz Murat finalmente me largar para ir ao encontro do filho. Desesperado, o garoto corre na minha direção e abraça as minhas pernas. Sem reação, encontro o olhar ferido, porém, surpreso de Murat que está ainda mais ofegante, como se ele não conseguisse respirar. Contudo, ele está estático no seu lugar.

— Por favor, não briga com ela! — O menino repete e começa a chorar. Só então me mexo, agachando-me para ficar da sua altura e poder olhar nos seus olhos. Contudo, Ali se nega a me olhar nos olhos. Ele me abraça, escondendo o seu rosto na lateral do meu pescoço e eu decido abraçá-lo bem apartado para acalmá-lo.

— Está tudo bem, querido! — sibilo baixinho em uma tentativa de trazer um pouco de calma para a criança.

Respiro fundo e volto o meu olhar para o meu marido, que agora tem os olhos cheios de lágrimas não derramadas.

— O seu pai e eu... nós só... estávamos conversando.

— Não quero que você vá embora, Sila. Não quero que você morra como a minha mãe.

Sinto o meu coração se rachar com essa declaração e me pergunto o que ele quer dizer com isso? Volto a fitar Murat, mas ele sai do escritório em um rompante e eu bufo sem saber o que fazer.

— Escute, Ali, eu não vou a lugar nenhum, entendeu? — sussurro, enquanto acaricio os seus cabelos.

— Promete, Sila? Promete que não vai me deixar?

— Eu prometo, meu amor! Agora, eu preciso que se acalme, porque eu preciso saber como o seu pai está, tudo bem?

— Não vai lá, Sila, ele vai brigar com você de novo e você vai embora como a minha fez. — Arqueio as sobrancelhas, porém, forço um sorriso encorajador.

— Você ficou meio falante de repente — Brinco, mas ele não sorri para mim. — Escute, Ali, o seu papai só está chateado com algo e, eu sei como acalmá-lo. Mas, eu preciso que você seja um garoto forte e corajoso por agora. Será que você consegue fazer isso por mim? — Ele respira fundo e se afasta um pouco para me olhar.

Céus, ele realmente está com muito medo!

— E então?

— Ele não vai brigar com você de novo, não é?

— Ele não vai.

— Você promete?

— Eu já disse que prometo.

— Está bem! — Sorrio para ele.

— Bom garoto! — cantarolo, segurando na sua mão e logo saímos do escritório. — Samia, você pode tomar conta do Ali para mim? — peço, subindo as escadas em seguida e vou direto para a ala sul da mansão.

Sei que não devia pôr os meus pés aqui, mas também sei que Murat Arslan por algum motivo acabou de se rachar ao meio. Algo se quebrou dentro dele, eu pude ver isso nos seus olhos e eu sei que para alcançá-lo terei que quebrar uma de suas regras. Portanto, giro a maçaneta devagar e ao abrir uma brecha na porta, escuto os sons dos seus lamentos dolorosos.

— Me perdoe! Me perdoe! Por Ala, me perdoe! — Ele repete incansavelmente, enquanto chora como uma criança desesperada.

— Murat? — O chamo, adentrando o cômodo cautelosamente e me aproximo dele bem devagar.

— Me perdoe! Eu o machuquei, Cecília! Eu machuquei o nosso filho!

— Murat, você está? — ordeno docemente. — Querido, olhe para mim — peço e mesmo lutando contra isso, ele faz.

Deus, vejo tanta dor em suas retinas.

— Fui eu, Sila — lamenta em soluços. — Eu quebrei o meu menino.

— Do que você está falando, Murat?

Um novo pranto de choro começa.

— Durante todo esse tempo eu pensei que a morte da sua mãe havia roubado a sua capacidade de falar e de sorrir, mas não foi ela, fui eu.

— Oh querido, venha aqui... — Tento abraçá-lo, mas ele se nega e continua.

— Naquela noite nós brigamos. Deus eu briguei com ela, eu gritei feito um louco enfurecido com ela a acusando de traição. Ela tentou falar, mas eu não permiti e só... continuei gritando com ela. E ela... meu Deus, a Cecília correu para longe de mim. Ela... preparou o Jessé, mas ele... por algum motivo, ele a derrubou. O Ali estava lá, Sila. Por Ala, ele estava lá e ele viu tudo. Ele viu tudo, Sila! — Não seguro as lágrimas. — Será que você consegue entender agora? Fui eu! Eu quebrei o meu garoto.

— Escute, Murat... — Tento mais uma vez acalmá-lo. Contudo, ele meneia a cabeça fazendo não para mim e no ato ele olha dolorosamente para o quadro onde tem a imagem de Cecília.

— Eu vi o medo nos seus olhos dele, Sila — confessa agora com um sussurro. — Era o mesmo medo daquela noite. ...— Murat volta a me olhar nos olhos. — Fui eu, Sila! Fui eu! — Murat volta a chorar dolorosamente, porém, dessa vez ele se inclina minha direção e eu finalmente o abraço, acalentando o seu corpo junto ao meu, e ficamos assim por horas, até o seu pranto de dor cessar de vez.

— Vai ficar tudo bem, querido! — sussurro depois de um tempo e no ato olho para todas as lembranças espalhadas por cada pedaço desse cômodo. — Que tal sairmos desse lugar? — sugiro e para o meu alívio ele faz um sim com a cabeça para mim. — Venha, vamos para o meu quarto. — Fico de pé, lhe estendendo a minha mão.

Dessa vez Murat não me contesta, ele apenas me obedece como um bom menino e ao entrarmos no cômodo decido ajudá-lo a livrar-se do seu terno, da camisa de mangas longas, depois faço o mesmo com o cinto, os sapatos, meias e as calças, deixando-o apenas de cueca. Murat não esboça qualquer reação, ele apenas me deixa guiá-lo para onde eu bem quiser.

— Um banho vai ajudá-lo a relaxar um pouco, Murat — falo docemente, ligando o chuveiro e em seguida começo a lavar o seu corpo com a ajuda de uma esponja macia e um pouco de sabonete líquido. O seu olhar penetra no meu em uma fração de segundos e ele respira fundo. E quando o banho se acaba, decido pôr um roupão felpudo e levá-lo para a minha cama. — Está se sentindo melhor?

— Eu não mereço você, Sila. — Ele sussurra, ajeitando algumas mechas dos meus cabelos no lugar. — Mas sou egoísta demais para deixá-la ir com ele.

Pressiono os lábios.

— Murat, eu...

— Você não entende, mas eu preciso de você! Eu preciso de você! — Mais um sussurro passa pela sua boca e no ato, ele ergue a sua cabeça para beijar os meus lábios. — Nós dois precisamos! — sussurra outra vez e toma a minha boca em seguida.

Ofegante, decido parar o nosso beijo.

— Eu preciso ir ver o Ali. Ele está bem assustado com tudo que aconteceu. Tudo bem se eu o trouxer para o meu quarto?

— Não sei se ele vai querer vir. — Murat resmunga com um suspiro. Sorrio, mas de boca fechada.

— Será que não consegue perceber que ele é louco por você, Murat Arslan, hã? Eu percebi isso desde o primeiro dia que o vi nos seus braços. — Meu marido abre um sorriso minúsculo.

— Você acha?

— Eu tenho certeza. Agora vista uma roupa porque logo começaremos uma aventura. — Ele une as sobrancelhas.

— Que história é essa, Sila Arslan? — O seu humor parece melhorar um pouco.

— Eu volto logo, Senhor Arslan — retruco, saindo do quarto sem lhe responder.

😮😮😮 Parece que a dor de Murat só aumenta a medida que os acontecimentos do passado vão se revelando. Ao que se entende, Cecília e Taylor estavam juntos e alguém incitou uma traição entre sua esposa e seu melhor amigo, fazendo Murat acreditar nisso. Impulsivo o turco acusou a sua esposa no meio de uma surpresa de aniversário diante dos amigos e familiares, e isso resultou em um final trágico que quebrou todo o centro de uma linda família.
É Sila, você está cavando bem fundo e algumas feridas serão abertas e com certeza elas sangrarão.
A pergunta é... É só isso? O Ali carrega um trauma pela impulsividade e agressividade das palavras do seu pai ou tem mais coisas por aí?
Aguardando as especificações das minha bed leitoras favoritas? 😁❤️❤️❤️❤️

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