Casada com o Turco

By nalvamartins2458

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Sila Yilmaz nasceu em Antália na Turquia, porém, desde muito cedo ela foi morar com a sua família na Inglater... More

Prólogo
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Bônus
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Epílogo

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By nalvamartins2458

Murat

Como mensurar o que estou sentindo agora? O meu coração está batendo tão forte dentro do meu peito que é possível ouvir o som das suas batidas dentro dos meus ouvidos e eu não consigo evitar de segurar as minhas lágrimas. Elas simplesmente estão brotando dos meus olhos com uma corrente de águas agitadas, e respirar é algo difícil de se fazer. Impactado, adentro o quarto silenciosamente, fechando a porta atrás de mim e caminho suspenso do chão, na direção da sua cama sem perder um segundo sequer dessa linda visão.

Ali, meu filho.

Por que ele está aqui?

Por que ela o está abraçando tão protetoramente como se fosse a sua mãe?

E quando ela conquistou a sua confiança que eu não percebi?

Enquanto dezenas de questionamentos preenchem os meus pensamentos, eu me ajoelho na lateral da cama para os observar por infinitos minutos, ansiando por tocá-los. Desejando estar bem ali no meio deles compartilhando dessa sua luz. Penso que Sila é como uma feiticeira que em tão pouco tempo nos fisgou e nos amarrou a sua vida. Estamos presos a ela, destinados a essa linda e jovem mulher. Emocionado, seguro nos seus dedos pequenos e mergulho em um revoltoso mar de emoções.

Me pergunto o que o trouxe para esse quarto?

...

— Cecília, não faz isso comigo, meu amor! — rogo em prantos, erguendo o seu corpo para abraçá-la. — Cecília, me perdoe! Me perdoe, eu nunca quis que fosse assim! — Para o meu desespero ao erguer a minha mão para acariciar o seu rosto percebo o líquido vermelho e me entrego a minha dor. — CECÍLIA!!!

— Senhor Arslan, é o Ali. — Samia avisa com um tremor na voz. — Ele não se mexe. — Ela me aponta uma direção e eu sou destruído pela segunda vez. Ali parece petrificado e os seus dedos estão fechados em punho de modo que o seu corpo inteiro se estremece e o seu maxilar está rigidamente trincado.

Engulo o meu choro e a minha dor, para ir socorrê-lo.

— Ali, fala comigo, filho! — peço com carinho em uma tentativa inútil de fazê-lo olhar para mim, mas os seus olhos estão fixos em sua mãe caída no chão. — Ali filho, é o papai, fale comigo!

Nada. Ele não sai do seu estado de letargia. Angustiado, o seguro nos meus braços e saio daquela cena grotesca com pressa, me perguntando o quanto ele viu de tudo aquilo?

...

Enquanto os soluços me dominam eu tento respirar fundo, mas de uma forma bem sutil porque não quero acordá-los e não sei por quanto tempo fico sentado nesse chão gélido, apenas os olhando com admiração e me perdendo em um redemoinho que me joga no meu passado vez ou outra. Só sei que em algum momento as minhas lágrimas secaram. Entretanto, o meu coração dispara fortemente quando penso que preciso falar para ela sobre os meus sentimentos. Sila precisa saber que esse casamento deixou de ser uma conveniência para mim há algum tempo e que além disso eu quero contar tudo para ela, quero me esquecer do meu passado para viver o meu presente com essa segunda vida que me é oferecida.

Um sinal no meu celular me desperta, avisando-me que tenho uma mensagem, então percebo que o dia já começa a clarear.

Taylor, o que ele quer comigo uma hora dessas?

... Precisamos conversar, Murat.

Essa mensagem me faz franzir a testa e curioso, começo a digitar.

... Onde você está?

... Acabei de chegar aqui em Oxônia.

... Por quê?

... Que tal tomarmos um café da manhã no meu hotel como nos velhos tempos?

Trinco o maxilar.

... Estarei lá nas primeiras horas do dia.

... Não seja exagerado, meu amigo!

... Até lá, Taylor!

Intrigado, me afasto da cama e me encosto em uma parede um tanto afastada da cama apenas para apreciá-los mais um pouco e confesso que chego a sorrir com algumas coisas que se passam pela minha cabeça, mas antes preciso deixar bem claro para o meu amigo que Sila Arslan jamais será sua outra vez.

***

Na manhã seguinte...

— Bom dia, Senhor Murat! Acordado tão cedo?

— Bom dia, Samia! Quero que faça algo para mim assim que Dilara se acordar.

— É claro, Senhor!

Após passar a primeira ordem do meu dia, visto um sobretudo escuro por cima da minha roupa e saio de casa. Enquanto dirijo para o Savoy Hotel, um dos mais luxuosos hotéis de Londres e me pergunto por que ele está aqui. O que Taylor Miller tem para me dizer que não pudesse falar pelo telefone? Não demora para eu estacionar em frente as portas largas de vidro e um empregado se aproximar de mim.

— O Senhor Miller pediu para avisar que já o aguarda no Starbuk Coffee Station. — O rapaz informa assim que lhe estendo as minhas chaves e com passos largos adentro o espaçoso, e elegante hall, entrando em um elevador logo em seguida. Enquanto a caixa metálica me leva para a cobertura do exuberante prédio espelhado, olho as horas no meu relógio de pulso constatando o quanto ainda é cedo. As portas se abrem e encontro o imenso salão do Starbuk quase vazio se não fosse por alguns funcionários transitando pelo local.

— Bom dia, Senhor Arslan! Por aqui, por favor! — Uma jovem mulher pede, guiando-me para um amplo terraço, onde Taylor está sentado em uma cadeira, apreciando a mais bela vista de Londres. Em silêncio me aproximo da mesa quadrada, acomodando-me em uma cadeira de frente para a sua, chamando a sua atenção para mim. O meu amigo faz um gesto com dois dedos e um dos garçons se aproxima.

— O que vai querer? — Os seus olhos encontram os meus.

— Apenas um café.

— Dois cafés, por favor! — Ele pede e após o garçom se afastar, Taylor se ajeita em sua cadeira para me fitar melhor. — Como você está? — Diferente da última vez o tom na voz é sério demais.

— O que o traz aqui, Taylor? — Ignoro a sua pergunta, porque a verdade é que estou ansioso para voltar para a minha casa, mais propriamente para o quarto da minha esposa e estar lá com eles.

— Sila Yilmaz.

Fecho as minhas mãos em punho.

O que ele pensa que está fazendo?

— É Sila Arslan agora. — O corrijo rigidamente.

— Eu menti para você, Murat. — Arqueio as sobrancelhas, porém, essa conversa absurda é interrompida pelo garçom que põe as duas xícaras sobre a mesa e depois se retira outra vez. — Disse que não conhecia a Sila quando me perguntou, mas a verdade é que eu a conhecia muito bem. — Pressiono ainda mais os meus dedos.

— E?

— Eu preciso saber como vocês estão? Como está o seu casamento e como ela... — Sorrio, mas ele continua sério.

— Isso não é da sua conta! — rebato rudemente, o interrompendo.

— Murat, eu sei o quanto você amou a Cecília e sei que estava disposto a não colocar outra mulher no seu lugar. A Sila e eu nos amamos, e eu vou entender se você precisar de um tempo com esse...

— Tempo? — O corto outra vez.

— Qual é, Murat, eu sei que não a ama...

— Você destruiu a minha vida uma vez, Taylor e agora está tentando destruir o meu casamento?

— Calma aí, meu amigo! Você sabe que eu não tive culpa do que aconteceu. Você com essa droga ciúme possessivo entendeu tudo errado. Foi você quem gritou com ela e foi você quem disse coisas que a magoaram, não eu! — Bato firme na mesa, me levantando imediatamente para ir até a mureta. Respiro fundo e tento me conter.

— Eu recebi fotos e mensagens que me mostravam a traição da minha esposa com o meu melhor amigo. Como queria que eu reagisse?

— Se tivesse me mostrado toda aquela droga, eu teria desmentido. — Viro-me para olhá-lo nos olhos.

— A caso os amantes falariam a verdade sobre a sua traição? — O acuso.

— EU NÃO O TRAÍ, PORRA!

Fecho os meus olhos, apertando-os firmemente, enquanto puxo uma respiração.

— Uma pena a Cecília não estar aqui para confirmar isso, não é? — Volto a acusá-lo.

— Que droga, Murat, eu já te expliquei, mas não custa repetir. Era o seu aniversário, meu amigo e a sua esposa queria lhe fazer uma surpresa. Ela me pediu ajuda e isso foi tudo. As mensagens e as fotos comprometedoras que enviaram para você não passaram de meras mentiras.

— POR QUÊ?! — berro em fúria. — Por que alguém inventaria tudo aquilo para mim?! Será que você pode me explicar isso também?

— Eu não sei! — Taylor rebate no mesmo tom. — Murat, eu juro que estou sendo verdadeiro com você agora, tanto quanto fui naquele maldito dia. A Cecília te amava com loucura, ela jamais o trairia.

Não seguro as lágrimas de dor.

— Você não entende — digo com um sussurro. — Isso faz de mim um assassino, Taylor.

— Não, aquilo foi um acidente, Murat. A Cecília não estava bem, ela não estava pensando direito e ainda assim quis montar. O cavalo se assustou e ela caiu. Você não teve culpa, meu amigo.

— Eu gritei com ela, naquela noite. Eu... disse coisas tão pesadas, tão duras e tão absurdas, e as minhas palavras a empurraram para a morte. Eu matei a minha esposa e o meu filho, Taylor! — confesso em prantos. Contudo, Taylor franze a testa.

— O seu... filho? — Ele parece confuso.

Respiro fundo para conter a minha dor.

— Descobriram que ela estava grávida, enquanto faziam a autópsia, e eles... — Não consigo terminar a frase. Observo o meu amigo levar as mãos para o rosto e enquanto ele respira profundamente, esfrega a face.

— Por Deus, Murat! Por que não me contou sobre isso?

Meneio a cabeça fazendo não.

— Eu tentei esconder isso de todos.

— De mim também?

— Olhe para mim, Taylor, eu sou o assassino da minha esposa e do meu filho. Não fácil para mim admitir isso e ainda mostrar para as pessoas ao meu redor.

— Por isso mantém tudo trancado dentro do seu quarto. — Faço um sim com a cabeça. — A Sila, ela...

— Ela não sabe de nada e eu sei que quando ela souber vai me deixar.

— Entendo. Venha, se acalme e vamos tomar o nosso café. — Ele pede, levando uma mão para o meu ombro e logo voltamos para a mesa. Beberico o meu café que mesmo adocicado parece amargo ao meu paladar.

— Você precisa ir embora daqui, Taylor. Precisa esquecer da Sila.

— Murat, eu sou o seu amigo e eu sempre abri mão de muitas coisas apenas para beneficiá-lo, mas dessa vez eu não posso fazer isso. — Uno as sobrancelhas.

— O que isso quer dizer?

— Que pela primeira vez uma mulher penetrou as minhas barreiras, que ela está me enlouquecendo todas as noites quando invade os meus sonhos e preenche os meus pensamentos...

— Pare! — rujo, esmurrando a mesa fazendo as xícaras protestarem sobre os seus pires. — A Sila é minha esposa e não vou abrir mão dela!

— A Sila e eu nos amamos, Murat. Qual o sentido de ficar com uma mulher que ama outro homem, me diga?

— Estou avisando, Taylor, se afaste da minha mulher ou não medirei as consequências dos meus atos.

— O que vai fazer, empurrar a Sila para a morte como fez com a Cecília?

— Ora, seu...

Um grunhido passa pela minha garganta à medida que o meu punho acerta violentamente a sua boca, fazendo a sua cadeira virar-se para trás e Taylor cai no chão. A raiva me inflama e eu vou para cima dele, socando-o várias vezes enquanto berro que a Sila é minha e somente minha, até que os funcionários me tiram de cima dele.

Furioso, saio do terraço sem olhar para trás e adentro o elevador, agoniado pelo ar que não vem e quando entro no meu carro dirijo para o único lugar dessa cidade que pode me ajudar a refletir. A calmaria do rio Tâmisa faz tudo dentro de mim ficar quieto, mas não os meus pensamentos. A um ano atrás, após descobrir a traição de Cecília e Taylor me fez perder toda e qualquer coerência. Eu simplesmente não conseguia pensar direito. Lembro-me que naquela noite havia uma surpresa de aniversário preparada para mim, mas eu estava tão cego que despejei toda a minha raiva em cima dela. Cecília não teve a menor chance e só então percebi a equipe de empresários e alguns convidados espalhados dentro da minha sala de visitas. Ela chorou e saiu correndo de casa.

A minha reação? Nenhuma.

Eu fiquei estático enquanto ofegava em meio ao fogo que me consumia por dentro, e claro, não fui atrás dela, apenas fiz sala enquanto pedia desculpas para todos. Essa minha atitude trouxe um fim trágico para todos, principalmente para o meu filho. Eu destruí tudo com as minhas próprias mãos. Eu e mais ninguém. E eu sei que a Sila jamais aceitaria um homem como eu na sua vida. Ainda mais depois da noite passada. Sim, ela teve uma palhinha do que eu sou capaz de fazer quando sou ignorado ou contestado.

Eu sou a porra de um assassino!

Desperto dos meus pensamentos negros quando meu telefone começa a tocar e me forço a atender.

— Fala, David!

— Onde você está?

— Por que, o que aconteceu?

— Estou tentando falar com você, mas não estou conseguindo.

— Ok, estou indo para a empresa agora. Vá para lá.

— Eu já estou aqui e estou fora, Murat!

— O que? O que isso quer dizer?

— Que acabei de vender boa parte das minhas ações.

— Que conversa é essa, David?

— A partir de hoje terá que lidar com o seu novo sócio, Murat Arslan.

— Merda! — rosno, encerrando a ligação e voudireto para o meu carro.

O passado veio a tona e Murat agora está abalado e fragil e para piorar, Taylor voltou para exigir o amor de Sila. Um novo sócio entrou para a empresa para desestabilizar o turco. Murat está em ponto de explodir. Vixe, a coisa só piora.

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