Maré Vermelha

By carlosmrocha

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Kyle e seus companheiros atravessam mares no navio, Estrela do Crepúsculo, com a ajuda do capitão Dacsiniano... More

Lembrete
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
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CAPÍTULO 34
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CAPÍTULO 36
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CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
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CAPÍTULO 49
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CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
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CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
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CAPÍTULO 61
CAPÍTULO 62
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CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
CAPÍTULO 66
CAPÍTULO 67
CAPÍTULO 68
CAPÍTULO 69
CAPÍTULO 70
CAPÍTULO 71
CAPÍTULO 72
CAPÍTULO 73
CAPÍTULO 75
CAPÍTULO 76
CAPÍTULO 77
CAPÍTULO 78
CAPÍTULO 79
Epílogo

CAPÍTULO 74

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By carlosmrocha

Conforme haviam combinado, no dia seguinte, Melgosh aproximou a nau sílfica até poderem ver a cidade de Porto Baltimore. Antes que se passasse uma hora, um pequeno veleiro aproximou-se. An Lepard estava a bordo.

Trazia consigo uma carta marítima e documentos. Afirmou ter negociado com seu irmão uma embarcação a ser cedida para que prosseguissem a viagem. Indicou na carta a posição da ilha na qual a embarcação aguardava para ser tomada. Melgosh concordou em levá-los, pois chegariam em menos de um dia. Depois disso retornariam ao arquipélago dos silfos.

Já em curso para a ilha de Xadunia, que na língua de dacs significava ilha das rochas pontudas, Archibald aproximava-se de Kyle para uma conversa.

– Você não parece o mesmo. O que houve?

Kyle ficou quieto. Tinha dentro de si um forte mau pressentimento sobre o futuro.

Archibald voltou a falar, – Foi a conversa que teve com Melgosh ontem?

Kyle acenou levemente com a cabeça antes de responder. – Acho que sim. Melgosh estava bastante preocupado. Me contou a respeito de um sonho.

– Sonho? Os sonhos para os silfos têm significados especiais, muitas vezes neles enxergam o futuro, não é verdade?

– Suponho que sim. O fato é que eu tive um sonho parecido. Muito parecido, mas não tive coragem de contar a Melgosh.

– Você sonhou com a morte de Melgosh, não foi?

– Como sabe? Não vai dizer que sonhou com isso também!

– Não exatamente. Ontem, observei quando vocês conversaram um pouco, logo ali. Quando Melgosh saiu da cabine, senti um terrível calafrio. Como se estivesse sendo cortejado pelos espíritos. Acho que de alguma forma posso sentir quando a hora de alguém está se aproximando.

– Como assim?

– Senti isso antes, quando Noran se foi. Há uma técnica entre os monges Naomir que permite aproximar-se dos mortos, mas há muito foi banida. É um caminho perigoso, sobre o qual, li algumas referências na biblioteca do monastério. É o tipo de caminho que foi tomado pelos usurpadores em nosso reino, os malditos necromantes.

– Me sinto mal, como se estivéssemos sendo atraídos pela desgraça. Meu sonho foi bastante perturbador.

– O que viu?

– Vi o mar tingir-se de sangue. Vi centenas de peixes boiando na água, sendo jogados contra as rochas e areia pelas ondas. No meio destes, havia corpos. Vi o rosto de Melgosh entre esses corpos. Estava pálido e seus olhos abertos pareciam olhar para mim.

– Parece terrível, mas não é apenas isso que lhe perturba não é mesmo?

– Sim, você me entende bem amigo. É minha amiga...

– Amiga?

– Sim, está lembrado de quando falamos sobre alguém que me auxiliava?

– Claro!

– A pequenina, acho que ela pode ter morrido.

– Pequenina? Como assim?

– Deixe-lhe mostrar – Kyle abriu a mão revelando um pequeno objeto oval.

– O que é isso?

– É a Lila, digo, é o que ela virou. A minha amiga, era uma fada que encontrei no palácio imperial.

– Fada? Fala sério.

– É sério, olhe bem – Kyle mostrou para Archibald o objeto em detalhes. – Vê os contornos? É como uma pequena escultura dela dormindo abraçando as pernas. Essa casca dura cresceu ao redor dela na noite em que dormimos em Eril.

– Incrível! Essas formas lembram um casulo.

– Casulo?

– Sim, é o que parece, e faz sentido também.

– Sentido? Como assim Archie?

– Sendo ela uma criatura mágica, não pode suportar as terras áridas de Dacs, talvez tenha se convertido nisto como uma forma de defesa.

– Entendo... Será que ela vai voltar?

– Não sei dizer. Seu segredo era de fato surpreendente! Imaginei mil coisas, menos uma fada.

Kyle deu com os ombros.

– Posso pegar? – pediu Archibald.

Kyle consentiu.

– É dura como uma noz!

– Seu doido, não aperte assim! Pode machucá-la!

Kyle pegou um cordão que usava ao redor do pescoço e passou a linha num orifício localizado entre o tronco, pernas e braços da criaturinha petrificada formando uma espécie de amuleto. Em seguida, colocou o cordão ao redor do pescoço e a pequena Lila transformada para dentro da camisa.

– Observe – apontou Archibald – Terra!

– Nosso destino, acredito.

Enquanto observavam ao longe o surgimento de pequenos picos, esbranquiçados pela distância e por uma névoa baixa. Foram chamados pela vigorosa voz de Gorum, – Kyle, Archibald! Venham já até a cabine.

Archibald olhou nos olhos de Kyle e comentou, – Aposto que são más notícias.

Ao penetrarem na cabine, encontraram Melgosh, alguns silfos da tripulação, Kiorina, An Lepard e Kleon. An Lepard olhava para baixo, e tinha uma expressão sofrida no rosto. Murmurava algo que Kyle e Archibald não puderam ouvir.

– O que está havendo! – demandou Kyle.

– Me desculpem... – murmurou An Lepard.

Kyle sentia o cheiro de traição e as expressões dos presentes não mostravam o contrário. Logo perdeu o temperamento e avançou para An Lepard segurando as golas de sua camisa. – Olhe para mim Lepard!

O dacsiniano hesitou até erguer seus os olhos verdes de traidor.

– O que você fez? Nos vendeu? É isso que fez?

– Perdoem-me mas não pude... – antes que terminasse foi atingido pelos punhos cerrados de Kyle. Foi ao chão, mas não reagiu. Kiorina ergueu o braço e avançou para defender o marujo, porém um olhar de censura do cavaleiro fez com que se contivesse.

– Vamos, fale de uma vez Lepard. O que fez?

– Eu, eu...

Archibald perguntou, – Kleon, o que você sabe?

O rapaz deu com os ombros. – Pelo que sei, o Sr. An Lepard não teria motivos para trair vocês. Pelo contrário, se o conheço, deve estar em débito. Mas confesso que seu comportamento me deixa preocupado. Sinto o remorso em sua voz.

Kyle preparou-se para chutá-lo, mas foi impedido por Gorum, que interpôs-se entre eles. Com sua mãozorra ergueu An Lepard pelos ombros. Conduziu-o até a mesa, e ofereceu-lhe um forte licor diretamente na garrafa. – Beba e fale rapaz. – sugeriu o gigante.

E assim ele fez. – Os documentos de que falei, apesar de verdadeiros, não nos darão uma embarcação. Não se usados nas ilhas Xadunia. Na realidade, são os documentos oficiais que colocam em minha posse novamente o Estrela do Crepúsculo.

– Seu velho navio? – exclamou Kiorina.

– Sim, o navio que me foi usurpado por Erles, a vida que me foi usurpada por Erles. Ele e seus seguidores que impuseram sobre nós, tantos sofrimentos, que levaram vocês ao caminho no qual perderam seu companheiro Noran. O reencontro com o navio e sua suja tripulação tem sido motivo de minha existência. Maldito Erles! – Lepard trincava os dentes. – Cão dos infernos que desejo matar para extrair minha vingança! – An Lepard chorava de raiva apalpando seu braço inútil onde penetrara a flecha.

Gorum acenou com a cabeça em reconhecimento da verdade. – Então é apenas isso? Você nos conduzia para sua vingança... – Gorun foi interrompido por Kiorina, – Lepard, como pode? Depois de tudo... Por que não nos contou?

– Desculpem-me. Mas por mais que minha mente buscasse vingança, meu coração não descansava. Nunca deveria tê-los envolvido nisso. Vamos voltar para Port Baltimore e conseguir outra embarcação. Agora percebo que a missão de vocês, o sacrifício que têm feito é maior que minha vingança. Vocês têm um compromisso para com seu reino. Precisam lutar para livrá-lo das trevas.

Kyle retrucou, – E se quiséssemos tomar parte de sua vingança e tomar o navio para nós?

– Não podem. Não disse tudo. Descobri também que Erles está trabalhando para os bruxos de sua terra, que nas ilhas Xadunia estão montando um porto, ou uma base. Deve ser perigoso demais chegar perto. Capitão Melgosh, eu lhe peço, comande o retorno de sua nau.

Naquele momento, gritos dos silfos puderam ser ouvidos. – Fajin Vium! Fajin Vium!

– Navios se aproximando? – murmurou Archibald. E logo todos saiam da cabine apressadamente.

Avistaram já bastante próximos, dois navios com velas negras e bandeiras do reino de Lacoresh.

– Necromantes! – Kyle gritou. – Agora é tarde demais.

Kiorina alertou, – Sinto a magia através de minhas veias, eles serão capazes de usar sua magia negra.

Enquanto isso, Melgosh gritava com seus homens para assumirem posição de batalha e outros silfos relatavam, impressionados e tomados pela surpresa, como os navios negros surgiram da névoa de repente.

Do alto do mastro, um silfo gritava – Fajin bonku or!

Logo puderam ver mais um navio deixar a névoa, este era esguio e possuía velas brancas. Logo que o reconheceu, um fogo acendeu-se nos olhos de An Lepard. Era seu navio, o Estrela do Crepúsculo. Porém, nos olhos de Kiorina de Lars o brilho de chamas reais ergueu-se. Sobre as costas de suas mãos, labaredas de fogo concentravam-se.

Era o indicativo de uma terrível batalha estava para ser travada.

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