CAPÍTULO 49

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Fora uma noite movimentada. As notícias que cada grupo obteve, eram surpreendentes. Mal havia tempo para processar as informações. Melgosh e Zoros, após uma breve conferência, foram levar as notícias ao conselheiro Zil. Amanhecia e no navio, Kyle, Archibald, Gorum, Kiorina e Kleon discutiam a respeito do ocorrido na noite anterior.

Kleon estava sonolento e tinha dificuldade de entender as palavras preocupadas de Archibald. – A situação parece grave. Algo ruim vai acontecer hoje, mas não faço idéia do que podemos fazer...

Kiorina retrucou preocupada. – Tanta desgraça! Os necromantes já estendem influencias até aqui!

– Sim, ao que parece, Fernon está envolvido com o temível Lévoro. – comentou Archibald.

Kleon bocejou e disse. – Preciso dormir um pouco amigos. Quando Melgosh voltar, por favor me acordem.

Gorum concordou com um aceno e disse, – Muito bem.

Kyle observava a conversa quieto.

Kiorina retomou a discussão dizendo, – Sim, Archie e ainda há o envolvimento do Duque Hiokar. Segundo dizem é um silfo que deseja o poder e assistir a ruína do atual império.

– Não gosto... – Gorum teve sua fala interrompida pela descida brusca de Allet no centro de círculo que faziam para conversar. Allet, no entanto, tocou o convés suavemente. Controlou sua queda, aparado por um par de cordas amarrados aos mastros.

– Perdoem-me a intromissão, amigos humanos. Temo que problemas estejam a caminho!

– Como assim? – inquiriu Kyle preocupado.

Allet disse muito sério. – Não há tempo para explicar. Rápido, desçam para o porão! Eu cuido deles.

O tom de voz do Imediato não dava margem a discussões. Gorum, o mais alto, pode visualizar antes de descer as escadas, de que problemas Allet falava. Uma comitiva de soldados vinha em direção do navio e entre eles, uma figura feminina chamava atenção pelas roupas extravagantes e longos cabelos loiros.

Allet ordenou que a prancha que ligava o navio ao cais fosse recolhida. Em seguida recebeu a comitiva com cinismo amigável. – Bom dia! Em que posso ajudá-los?

Madame Lefreishtra, vestia-se com uma roupa colante azulada. Seus lábios e unhas estavam cobertos por uma tintura de intenso azul. Fulminou o imediato com um olhar gelado. Ao seu lado, estavam o capitão Falchin, vestido com sua habitual túnica esverdeada e um silfo magérrimo. Vestia-se com uma shaita simples e cinzenta e usava no peito um vistoso brasão do império. Tratava-se de um oficial de justiça.

O oficial possuía uma voz nasalada e cheia de tédio. – Com poder em mim investido pelo imperador, venho assegurar que a distinta senhora tenha sua queixa apurada.

– Pois sim, senhor oficial. Qual é a queixa?

– Esta nau é de propriedade do senhor Melgosh Ferudsal, estou certo?

– Sim senhor, isso é correto.

– Poderíamos falar com ele?

– Claro que sim. Porém ele não está no momento, terão que voltar depois.

– Não está? Pois então... quem é o primeiro oficial?

– Está falando com ele, excelência! Allet, a seu dispor.

– Senhor Allet. Há escravos em sua embarcação, não é verdade?

– Naturalmente.

– A senhora Lefreishtra, alega que alguns deles lhe pertencem. – Retirou um maço de papéis enrolados de uma sacola e completou, – Segundo estes documentos, os escravos que atendem pelo nome de Kiorina, Gorum, Kyle, Noran, Kleon, Georges e Archibald foram roubados. Também estão em minha posse documentos que registram queixa contra o senhor Melgosh Ferudsal, dos Orb, pelo roubo destes escravos, destruição de uma nau de madame Lefreishtra e assassinato de diversos silfos da tripulação do senhor capitão Aruz Falchim.

Maré VermelhaWhere stories live. Discover now