Maré Vermelha

By carlosmrocha

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Kyle e seus companheiros atravessam mares no navio, Estrela do Crepúsculo, com a ajuda do capitão Dacsiniano... More

Lembrete
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
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CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
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CAPÍTULO 45
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CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO 51
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CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 65
CAPÍTULO 66
CAPÍTULO 67
CAPÍTULO 68
CAPÍTULO 69
CAPÍTULO 70
CAPÍTULO 71
CAPÍTULO 72
CAPÍTULO 73
CAPÍTULO 74
CAPÍTULO 75
CAPÍTULO 76
CAPÍTULO 77
CAPÍTULO 78
CAPÍTULO 79
Epílogo

CAPÍTULO 64

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By carlosmrocha

O inverno vigoroso chegara inesperadamente forçando o silfo Roubert a tirar a vida de um animal. Com pesar e bastante respeito pelo cervo abatido, removia-lhe a pele, e órgãos internos. Lavava-o nas águas geladas de um riacho, afluente do rio Aluviris, que descia as montanhas da província de Vaomont. Havia um rastro avermelhado traçado na neve, levando até o local no qual o animal fora abatido por uma flechada precisa. O trato com o animal deixou as vestes de Roubert sujas de sangue. Nesses tempos, o silfo deixara seu cabelo e barba, negros e anelados, crescerem um tanto. Já não usava cavanhaque como de costume.

Perto dali, esperavam por ele alguns rebeldes recém-foragidos precisando descansar e comer. Radishi chegara duas noites antes e tiveram uma rápida conversa sobre a Modevarsh. O Tisamirense procurou não repassar as preocupações do velho silfo, apenas deixou claro que talvez Roubert devesse fazer uma visita ao ancião antes de partir para encontrar-se com a facção sulista da rebelião, próximo à capital do reino.

Saíram juntos da cabana logo cedo, porém com destinos diferentes. Roubert precisava caçar e Radishi fora investigar uma presença mental, forte e incomum, recém-chegada à região.

Quase ao meio do dia, ainda sob céu nublado, Radishi conseguiu ter certeza a quem pertencia o padrão mental que captara, por alguns instantes, no início da madrugada. Tratava-se de Vekkardi. Com a constatação, o Tisamirense, tenso, olhou para o céu e suspirou forte. Desenrolou da face uma manta que o protegia contra o frio. O ar quente que saiu da boca, desenhou uma nuvem vaporosa que sumiu a favor do vento. Respirou profundamente o ar gelado das montanhas cobertas de neve e concentrou-se. Não muito longe, Vekkardi pode ouvir em sua mente.

“Vekkardi! Estou surpreso em encontrá-lo”

O viajante tropeçou surpreso pelo contato mental inesperado. Apoiando as mãos sobre a neve procurou recompor-se.

Pode ouvir a voz do tisamirense dentro de sua cabeça de novo. “Desculpe-me se o surpreendi... Mas imaginei que assim pouparíamos tempo.”

E então, houve silêncio. Vekkardi estava despreparado. Radishi poderia sondar sua mente, ler seus pensamentos, saber que esteve entre os necromantes, descobrir suas intenções. Decidiu confiar no que aprendera com Alunil sobre disciplina mental.

“Radishi? Pode me ouvir?”

“Pois sim, Vekkardi. Sugiro que nos encontremos o quanto antes. Gostaria de ouvir novidades suas.”

“A que distância você está? Consegue saber?”

“Não muito longe. Fique onde está. Será mais fácil para eu localizá-lo.”

Vekkardi aguardava tenso. O que faria quando ficasse cara-a-cara com o tisamirense? Será que Radishi o ajudaria? E se mentisse? Conseguiria de fato esconder a verdade de alguém capaz de ler pensamentos? Perceber emoções?

Quando avistou Radishi se aproximando procurou relaxar um pouco. Estava coberto por pesadas roupas de frio. Há tempos não o via de turbante. O rosto também estava escondido, podia apenas reconhecê-lo por seus olhos de azul cristalino. Era certo que o tisamirense captaria alterações no seu estado emocional, captaria a tensão. Mas tensão não pressupunha traição. Pelo menos não de antemão.

O alívio foi grande quando após rápidos cumprimentos, o tisamirense sugerira discutirem sobre sua viagem durante uma ceia, no chalé ao norte no qual Roubert e outros estariam esperando. Isso lhe deu um pouco mais de tempo para pensar no assunto. Enquanto subiam, Radishi fez alguns comentários a respeito dos acontecimentos recentes. E quando o assunto da saúde de Modevarsh surgiu, Vekkardi corou, só de imaginar o que diria ou pensaria seu tutor sobre sua recente conduta.

***

A carne do cervo fresca, preparada assada e como cozido agradava os gostos das pessoas presentes na casa oculta no bosque gelado. A noite chegara cedo e o interior da casa era iluminada por tochas e algumas velas. Radishi e Vekkardi aproximaram-se de Roubert e Will, que conversavam. Radishi logo percebeu que Will estava muito perturbado. Algo terrível teria acontecido. Ele parecia estar em conflito, mordia os lábios e coçava a barba rala com freqüência. Não havia tocado em sua comida.

Radishi disse, – Will, o que há de errado? Talvez devamos deixá-lo a sós?

Will levantou olhar surpreso e olhou tenso para Roubert. Tossiu duas vezes e pigarreou. Parecia resfriado. Limpou a garganta mais uma vez e disse. – Eu, eu... Suponho que tenho notícias desagradáveis.

Vekkardi e Radishi sentaram-se para ouvi-lo.

Antes de iniciar, olhou para Vekkardi franzindo a testa. – Você é Vekkardi, discípulo de Modevarsh não é mesmo?

– Sim.

– Supúnhamos que não mais o veríamos...

– Imagino que sim.

Como se a visão de Vekkardi lhe trouxesse memórias desagradáveis ou dolorosas, uma lágrima correu pelo seu rosto. Olhou rapidamente para Roubert e depois para baixo.

– Perdemos alguns companheiros nas vizinhanças de Manília.

– O esconderijo do filho do Barão? – questionou Radishi surpreso.

– Sim.

– Mas como puderam encontrar? Perdemos, perdemos o rapaz?

– Não, com sorte pudemos escapar, mas não sem que houvessem sacrifícios.

Roubert estava preocupado. Há menos de duas semanas esteve de guarda no cativeiro do herdeiro de Fannel. – O que aconteceu? Diga de uma vez!

Will decidiu deixar de rodeios. Olhou o silfo nos olhos e revelou. – Perdemos cinco dos nossos durante o ataque dos necromantes. Entre eles, seu primo, meu amigo e professor, Eleriln.

– Eleriln, morto? Como? Por quem?

– Imagino que por um grupo de necromantes. Não pudemos ter certeza. Sei apenas de uma coisa. Havia um terrível cavaleiro morto-vivo que os liderava. Emitia terríveis gritos de comando que deixavam a todos com calafrios.

– Um comandante morto-vivo? – questionou Vekkardi. – Não são todos criaturas estúpidas?

Roubert olhou-o nos olhos e sentiu um calafrio na espinha. – Nem todos, segundo dizem.

Will chorava abertamente agora. Muito do que havia aprendido, fora com Eleriln. Estranhava a reação fria de Roubert ao receber a notícia do fenecimento de seu primo.

Vekkardi tocou o peito por baixo de sua camisa. Seus dedos passavam sobre a cicatriz deixada pela operação que o silfo Eleriln nele fizera. Devia a sua vida ao Silfo e a vida deste fora tomada por um morto-vivo, pelos necromantes. Com a consciência pesada e envergonhado desabafou.

– Eu estive na principal cidade dos necromantes. O local a que chamam de Necrópole.

Todos pareciam surpresos, menos Radishi. O tisamirense coçava a ponta do nariz enquanto tentava remover fiapos de carne que estavam entre os dentes com a língua. Pousou olhar inquisidor sobre Vekkardi e preparou-se para ouvi-lo com atenção.

Vekkardi encarou Radishi e temendo-o decidiu tomar integralmente o caminho da verdade. – Desculpem-me. Pretendia esconder esse fato. Além de outros fatos de que não me orgulho muito. Entendam, estava desesperado para salvar meu irmão.

Roubert tomou a conclusão de que Vekkardi teria delatado aos necromantes a localização do cativeiro de Adam Fannel. Segurando com força a faca que usava para comer anunciou, – Farejo traição. – O silfo foi rápido e mesmo com seu treinamento em lutas Vekkardi não pode evitar que Roubert o agarrasse pelo casaco.

Radishi levantou a mão e pediu calma. – Deixe-o falar.

Roubert recuou e olhou-o descrente. Torceu a boca resmungando. – Traidor... Não passa de um traidor.

Will demorou um pouco, mas logo chegou à mesma conclusão que Roubert. Só podia ser isto: Vekkardi teria revelado o cativeiro em troca da cura para seu irmão.

– Não é isso que pensam! – defendeu-se Vekkardi. – Não traí ninguém. Pelo menos ainda não.

– Explique-se – demandou Roubert com a faca empunhada.

– Eu não revelei nada. Nada mesmo! Mas fiz um acordo com um necromante. Um que chamam de Argus Termatus.

Will comentou, – Já ouvi falar. Um dissidente da Real Santa Igreja. Expulso anos antes da deposição do Rei Corélius IV.

– Disso não sei. Apenas descobri que ele é o mais habilidoso animador de zumbis e carniçais entre os necromantes.

– Que tipo de acordo fez?

– Prometi trabalhar para eles caso consiga reverter o quadro de meu irmão.

Roubert riu. – Espera que acreditemos numa história destas?

– Posso dar todos os detalhes. É a verdade. A verdade era minha única saída. Foi assim que aprendi com Alunil, digo, senhor Modevarsh.

Roubert consultou Radishi com o olhar.

Radishi pareceu entender o que o silfo queria dizer.

– Temo que terei que vasculhar sua mente, caro Vekkardi, queira ou não.

– Vá em frente. Não tenho nada a esconder. Tudo que você vai ver é meu egoísmo desesperado. Meu desespero para salvar meu irmão.

– Veremos.

Radishi estendeu sua percepção ao redor de Vekkardi. E aos poucos, concentrou-se em sua mente. O coração de Vekkardi estava disparado. Logo pode analisar a camada superior dos pensamentos. Não havia mentira. Foi indesejado e talvez inevitável. Radishi arrependeu-se de não se proteger melhor antes de iniciar a investigação. Sentiu, de uma só vez, tristeza, dor, desespero. A perda do irmão havia desestruturado Vekkardi de forma surpreendente. Nunca havia visto e sentido algo assim. A empatia e simpatia que teve pelo pobre coitado foi grande, mas logo, centrou-se. Precisava ser imparcial em sua análise. Havia chance de que Vekkardi os tivesse traído sem saber. Talvez tenha sido vítima de algum encanto? Uma operação mental talvez?

Vekkardi tombou cansado. Will teve que apoiá-lo e depois ajudado por Roubert deitá-lo no chão. Radishi penetrava em sua mente de forma severa e profunda. A investigação seguiria madrugada adentro.

Roubert e Will estavam entediados aguardando o resultado da investigação. Observavam a expressão concentrada do tisamirense e o suor abundante que escorria em seu rosto. Parecia que ao invés de pensar, corria ou escalava de tanto suor.

Vekkardi adormecido não escutou quando Radishi disse em voz alta. – Nada. Não consegui encontrar nada.

– Tem certeza? Quero dizer, o que quer dizer com nada?

– Nada de mentiras... Nada de traição. No entanto...

– O que? – perguntou Will.

– Não sei. Uma sensação ruim. Tenho dúvidas.

– É claro que teremos de prendê-lo, não concorda? – demandou Roubert.

– Será que temos mesmo esse direito?

– Do que está falando Radishi? Perdeu o juízo? Por Shind! Ele já declarou o que vai fazer. Vai nos trair. Virar a casaca! Quando ele estiver com eles, como sabe que não vai contar? E sobre o esconderijo de Modevarsh? Ele é um dos poucos que sabe da localização. Não podemos arriscar revelar nosso principal esconderijo, podemos?

– Suponho que tenha razão, meu amigo.

Will olhou para os lados e indagou, – Devemos amarrá-lo?

Radishi assentiu com a cabeça.

Neste momento a porta da frente da cabana veio abaixo. Com incríveis reflexos, Roubert correu para alcançar sua espada próxima à lareira. Will tomou em suas mãos seu bastão e Radishi sentiu um forte distúrbio nos fluxos do Jii. Em seguida, virou-se para encarar a figura cujas emanações faziam com que seu estômago gelasse.

Radishi deixou escapar um sussurro. – Arávner!

A figura alta, de pele pálida, cabelos brancos anelados e longos, de corpo esbelto e robusto, penetrou na cabana calmamente e disse arrogante, – Creio que amarrá-lo não será necessário.

Seu olhar frio e superior fixou-se em Radishi ignorando as ações de Roubert para armar-se. Havia alguns rebeldes no cômodo adjacente e ao menos mais uma dezena pelo resto da casa. Radishi ordenou energicamente, – Roubert, Will, organizem uma retirada, eu cuido de retardá-lo.

Arávner sorriu com apenas os cantos dos lábios. Havia grande tensão no ar. O estranho senhor das trevas olhou para Will por um instante com os cantos dos olhos voltando em seguida sua atenção para Radishi.

Will sussurrou, – Retirada uma ova... – e disse em voz alta enquanto pulava por cima de um divã em direção ao invasor. – Ele pode ser grande, mas não é três!

O tisamirense estendeu a mão e gritou temendo pela vida do colega, – Não Will!

Já era tarde o golpe de bastão desferido por Will nunca atingiu o alvo, mas sim defletiu ao atingir uma barreira invisível que contornava o gigante à distância de um palmo. Arávner permaneceu imóvel. Comandava grande fluxo energético dos arredores, com intensidade tal que Radishi contraiu seus músculos num reflexo involuntário. Aráver lançaria seu contra-golpe antes que Will pudesse se recompor para um novo ataque. Como se segurasse o entre os dedos da mão, estendeu o braço à frente. Uma extensão invisível de sua vontade agarrou Will erguendo-o do solo. O rebelde largou o bastão levando ambas as mãos para sua garganta. Queria gritar, mas não conseguia. Como se atirasse uma pedra para o lado de modo causal, Arávner impulsionou o corpo de Will através do cômodo anexo até a parede de madeira, a qual atingiu provocando um forte baque seco.

Radishi olhou para Roubert e apelou, – Por favor, Roubert! Organize a retirada!

O silfo assentiu e partiu para o cômodo ao lado sendo ignorado por Arávner, que mantinha a atenção no tisamirense de olhos azuis cristalinos. Logo puderam escutar vozes de pessoas acordando, outras querendo saber o que ocorria e a voz de Roubert comandando a retirada.

Os gritos e barulhos despertaram Vekkardi. Seus olhos giraram e com horror afixaram-se me nos olhos frios de Arávner. Seu corpo gelou com sua presença e seus músculos estavam doloridos e imóveis. Conseguia apenas piscar e gemer baixinho.

– Não é irônico, bom Radishi? Que tua queda seja promovida pelo mesmo instrumento que usardes para retirar o meu Noran? – o arauto olhou para Vekkardi agonizante como quem indicasse de quem falava.

Radishi percebia o que acontecia. Fora enganado.

Arávner gargalhou suavemente. Passou as mãos em suas ricas vestes. Vestia uma túnica escura e justa e calças vinho com detalhes em escarlate. Encarando Radishi disse, – Vejo eu teus olhos que percebes o que se passou. Percebes como foste ludibriado pela mesma técnica que tu usaste para tomar meu servo favorito? Porém, deves admitir. Fui muito mais habilidoso, não achas?

Radishi imaginava o que acontecera. Vekkardi teria sido capturado e sem seu conhecimento, Arávner teria invadido sua mente, buscando informações convenientes e posteriormente liberando-o para que pudesse ir até seu irmão. Sabendo que ele não conseguiria trazê-lo sozinho e por conseqüência, pediria ajuda.

– Sim, me entendes bem! O mesmo vaso que destrancou a mente de Noran foi usado para trazer-me uma compensação! Uma justa compensação. Um novo servo, mais habilidoso, mais vigoroso e mais belo que o velho Noran. Tu, bom Radishi. Tu me servirás!

Enquanto escutava o discurso arrogante de Arávner, Radishi procurava reunir energias. Estava muito cansado do trato com Vekkardi. Sabia que tinha poucas chances de confrontar o vilão. Procurou ao menos equilibrar os fluxos do Jii ao seu redor.

– Olhai para o fim desta ridícula e despropositada rebelião, meu servo! Não há para onde fugir. Antes do amanhecer, não haverá mais nada em sua principal base. Meus aliados devem estar atacando o local neste momento.

Radishi suava frio e percebeu que se fosse capturado, sua estratégia mais ousada seria perdida. Calisto não mais poderia ser o instrumento de discórdia entre os necromantes que os levaria à ruína.

– Tu estás mais fraco do que imaginei! Como pudeste deixar que eu soubesse de teus planos sujos? Ah sim, tu aprendeste a jogar sujo! De fato serás um servo mais útil que Noran.

– Não serei seu servo, e sofrerá as conseqüências por subestimar o jovem Calisto!

Arávner deu uma risada sarcástica. – Tu serás meu servo, sim! E quanto ao escolhido, aquele imbecil, ele irá cumprir seu propósito. Morrerá como um mártir para nos favorecer... Para me favorecer!

Vekkardi escutava tudo horrorizado. Um forte remorso atingia-lhe o peito. Traíra seus companheiros, seu tutor, de uma forma que jamais conceberia. Se tudo que o estranho homem ali dizia fosse verdade, Radishi, Modevarsh e tantos outros seriam todos mortos ou capturados.

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