Maré Vermelha

Por carlosmrocha

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Kyle e seus companheiros atravessam mares no navio, Estrela do Crepúsculo, com a ajuda do capitão Dacsiniano... Más

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CAPÍTULO 74
CAPÍTULO 75
CAPÍTULO 76
CAPÍTULO 77
CAPÍTULO 78
CAPÍTULO 79
Epílogo

CAPÍTULO 49

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Por carlosmrocha

Fora uma noite movimentada. As notícias que cada grupo obteve, eram surpreendentes. Mal havia tempo para processar as informações. Melgosh e Zoros, após uma breve conferência, foram levar as notícias ao conselheiro Zil. Amanhecia e no navio, Kyle, Archibald, Gorum, Kiorina e Kleon discutiam a respeito do ocorrido na noite anterior.

Kleon estava sonolento e tinha dificuldade de entender as palavras preocupadas de Archibald. – A situação parece grave. Algo ruim vai acontecer hoje, mas não faço idéia do que podemos fazer...

Kiorina retrucou preocupada. – Tanta desgraça! Os necromantes já estendem influencias até aqui!

– Sim, ao que parece, Fernon está envolvido com o temível Lévoro. – comentou Archibald.

Kleon bocejou e disse. – Preciso dormir um pouco amigos. Quando Melgosh voltar, por favor me acordem.

Gorum concordou com um aceno e disse, – Muito bem.

Kyle observava a conversa quieto.

Kiorina retomou a discussão dizendo, – Sim, Archie e ainda há o envolvimento do Duque Hiokar. Segundo dizem é um silfo que deseja o poder e assistir a ruína do atual império.

– Não gosto... – Gorum teve sua fala interrompida pela descida brusca de Allet no centro de círculo que faziam para conversar. Allet, no entanto, tocou o convés suavemente. Controlou sua queda, aparado por um par de cordas amarrados aos mastros.

– Perdoem-me a intromissão, amigos humanos. Temo que problemas estejam a caminho!

– Como assim? – inquiriu Kyle preocupado.

Allet disse muito sério. – Não há tempo para explicar. Rápido, desçam para o porão! Eu cuido deles.

O tom de voz do Imediato não dava margem a discussões. Gorum, o mais alto, pode visualizar antes de descer as escadas, de que problemas Allet falava. Uma comitiva de soldados vinha em direção do navio e entre eles, uma figura feminina chamava atenção pelas roupas extravagantes e longos cabelos loiros.

Allet ordenou que a prancha que ligava o navio ao cais fosse recolhida. Em seguida recebeu a comitiva com cinismo amigável. – Bom dia! Em que posso ajudá-los?

Madame Lefreishtra, vestia-se com uma roupa colante azulada. Seus lábios e unhas estavam cobertos por uma tintura de intenso azul. Fulminou o imediato com um olhar gelado. Ao seu lado, estavam o capitão Falchin, vestido com sua habitual túnica esverdeada e um silfo magérrimo. Vestia-se com uma shaita simples e cinzenta e usava no peito um vistoso brasão do império. Tratava-se de um oficial de justiça.

O oficial possuía uma voz nasalada e cheia de tédio. – Com poder em mim investido pelo imperador, venho assegurar que a distinta senhora tenha sua queixa apurada.

– Pois sim, senhor oficial. Qual é a queixa?

– Esta nau é de propriedade do senhor Melgosh Ferudsal, estou certo?

– Sim senhor, isso é correto.

– Poderíamos falar com ele?

– Claro que sim. Porém ele não está no momento, terão que voltar depois.

– Não está? Pois então... quem é o primeiro oficial?

– Está falando com ele, excelência! Allet, a seu dispor.

– Senhor Allet. Há escravos em sua embarcação, não é verdade?

– Naturalmente.

– A senhora Lefreishtra, alega que alguns deles lhe pertencem. – Retirou um maço de papéis enrolados de uma sacola e completou, – Segundo estes documentos, os escravos que atendem pelo nome de Kiorina, Gorum, Kyle, Noran, Kleon, Georges e Archibald foram roubados. Também estão em minha posse documentos que registram queixa contra o senhor Melgosh Ferudsal, dos Orb, pelo roubo destes escravos, destruição de uma nau de madame Lefreishtra e assassinato de diversos silfos da tripulação do senhor capitão Aruz Falchim.

Allet comentou irônico, – É uma longa lista de acusações, não é?

– Senhor primeiro oficial, há alguma intenção de deboche em suas palavras?

– Claro que não, senhor oficial. Foi apenas um comentário.

– Pois então, o que tem a dizer sobre essas acusações?

– Temo que nada, senhor oficial. Julgo serem estas acusações seríssimas que apenas o próprio capitão Melgosh teria condições de comentar.

Neste ponto da conversa, boa parte da tripulação estava próxima e atenta.

– Muito bem. Além dos documentos citados, trago comigo um mandato, assinado pelo excelentíssimo magistrado de Nish, para que sua embarcação seja vasculhada.

Allet engoliu seco e colocou seus miolos para funcionar a toda força. – Entendo senhor oficial. Imagino que deseje fazê-lo agora mesmo, não é?

– Pois sim. Queira fazer o favor de descer a prancha.

– Naturalmente. Posso fazer-lhe um pedido antes que a nau seja vasculhada?

– Se for razoável...

– Peço-lhe que adie por pouco tempo a inspeção. Em respeito ao capitão desta nau, aguarde sua volta. Se julgar necessário, deixe alguns guardas para vigiar-nos. Dou-lhe minha palavra que não zarparemos e nem mesmo faremos nenhuma operação de carga e descarga. Afinal, sou o imediato, mas não o capitão. Os capitães devem ser respeitados, não concorda?

– Parcialmente. Apenas se merecerem respeito, julgo eu. Mas como não há precedente registrado contra seu capitão em nossa cidade, ofereço-lhe um pequeno prazo. Até a metade do dia. Caso não esteja presente, seguiremos com a inspeção conforme dita a nossa lei.

Lefreishtra encarou Allet com muito ódio. E Falchim cheio de ódio, cuspiu um comentário ácido. – Com ou sem Melgosh, vocês saltimbancos serão presos. Deviam pensar em suas ações em longo prazo, antes de cometer loucuras.

– Acusações podem ser feitas com grande facilidade, Falchim Verde.

– Seu cinismo é espantoso, não me surpreende nada o fato de ser o primeiro oficial de Melgosh.

Allet ignorou o capitão, deixando-o irritado.

Falchim dirigiu-se a Lefreishtra. – Se a madame permitir, ficarei neste cais, aguardando a volta de Melgosh pessoalmente.

Leifreishtra concordou com um aceno e retirou-se, sendo seguida por uma dúzia de seus soldados e do oficial magistrado.

– Ei espere senhor oficial! – gritou Allet, saltou para fora do barco e pousou com graça no cais. – Se o senhor permitir, posso acompanhá-lo.

O oficial aguardou a chegada de Allet e disse, – O que pretende?

– Pretendo poupar-lhe tempo, pois tive uma idéia! Posso procurar pelo capitão e voltar em sua companhia. Assim poderemos resolver a questão bem antes da metade do dia. O que pensa disso? Tenho sua permissão?

O oficial olhou para o alto e deu com os ombros. – Então vá de uma vez.

Allet sorriu e ao deparar-se com o olhar gelado de Lefreishtra, piscou o olho esquerdo. Sua expressão marota deixou a genitora de Mishtra, furiosa. No momento seguinte, o imediato atravessava o cais correndo a passos largos com extrema preocupação.

***

– Sim, como imaginei. Era previsível o comportamento caótico dos humanos. comentou Zil, em sua calma habitual, após escutar o relato preocupado de Melgosh.

– A morte de Shark era inesperada. O que ocorreu estava em suas previsões, conselheiro Zil? – indagou Zoros.

– Considerei a possibilidade como grande. Porém... – Zil fechou os olhos e mergulhou em um profundo silêncio.

Melgosh e Zoros perceberam que o conselheiro estava tecendo ponderações e aguardaram em silêncio. Eventualmente, Melgosh levantou-se e caminhou até a sacada. De lá avistou toda Nish, ativa, milhares de silfos circulando como pequenos insetos. Sob o sol forte daquela manhã, a cidade brilhava com vitalidade intensa.

O silêncio de Zil era duradouro e permitiu a Zoros e Melgosh um longo momento de reflexão. Melgosh dedicou alguns pensamentos a sua filha Mishtra. Estava preocupado com o futuro do império, e naturalmente, a forma que as mudanças políticas afetariam a vida na ilha de Shind. Voltavam à sua memória as cenas violentas da madrugada anterior. Era difícil esquecer do ataque furioso de An Lepard.

Quanto a Zoros, não conseguia parar de pensar em Lévoro. E concluiu que a grande angustia que carregava no peito, na realidade era pavor. Medo. Estava apavorado com a idéia de que por alguma sorte, teria que se opor às ações do temível bruxo.

O silêncio enfim foi quebrado. Mas nenhum dos três foi responsável. Escutaram a voz apressada de Allet, articular palavras entre uma respiração e outra. – Capitão! Mandato... escravos... Lefreishtra... Falchim.

– Acalme-se, Allet! – retrucou Melgosh severo. – Respire fundo, pense e só depois fale.

Allet respirou fundo, acalmou-se e falou, – Capitão, Lefreishtra trouxe um oficial magistrado até nosso navio, está com vários documentos e deseja inspecioná-lo. Quer reaver os escravos e alega que o senhor os roubou. Consegui ganhar algum tempo, mas agora não sei o que fazer.

Melgosh recebeu as notícias com relativa calma. – Acalme-se Allet. Só precisamos usar um trunfo ou dois. É hora de fazer uma visita a Lefreishtra e trazer a situação a um equilíbrio.

Zil abriu os olhos e falou, – De certo, Melgosh. Essa não parece ser a maior das preocupações. É com Hiokar que devemos nos preocupar. Diga-me, Allet, filho de Allaz, como estava vestida madame Lefreishtra?

– Como?

– Não se preocupe, apenas responda.

– Hm, vestia calças um blusão de mangas compridas azuis. Ah sim, suas unhas e lábios tinham a mesma cor.

– Como imaginava. Com a ação do Dacsiniano, Hiokar agora está ciente da presença dos humanos. Tenta através de Lefreishtra retirar essas peças do jogo.

Allet deu com os ombros e Zoros segurou o próprio queixo, pensativo.

– O tempo urge. Os jogos serão amanhã. Precisamos nos posicionar, e nisso, estamos atrasados. Penso que Shark fará pouca falta nos planos de Hiokar. Já consegui posições para nós no palácio. Você deverá trazer os humanos, em especial, os três jovens Lacoreses. Os outros poderão ser úteis em outras posições. Devemos promover alguns encontros e posicionar bem nossas peças. Com Shark fora do jogo, teremos uma preocupação a menos, o príncipe Kiel. O que nos deixa três elementos: A espada, o Imperador e a princesa Aeycha. Eis como proceder.

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