_________________________________
CAPÍTULO 21
— E U sou um espião! — Fran comemora no balcão do bar com o celular na orelha olhando para os lados. — Uma vibes 007 sabe? Ai to me sentindo, oi boa tarde! Estou sendo um espião ai, cade o Oscar para ver essa atuação?
— Não faça muito gestos, ou fale muito alto — Balthazar diz revirando os olhos com a chamada no viva voz.
— Como você é chato priminho! Af! Cadê o homem? — Fran perguntou ansioso.
Estamos do outro lado do bar, sentados onde as mesas são mais isoladas e que não dá para ver muito bem as pessoas porém tem uma visão privilegiada do balcão.
— Já, já ele vem, se acalma — Digo para o primo de Balthazar olhando para a porta.
Depois de alguns goles de cerveja Alfred passa pela porta.
— Ele tá aí, ele chegou — Digo com a adrenalina correndo pelo corpo.
Francesco se arruma na cadeira, deixa o celular em cima da bancada, rapidamente Alfred chega do seu lado e fala com o bartender.
A conversa flui e Fran não se mete, ele faz um gesto dramático que chama atenção do policial.
— O senhor está bem? — Alfred pergunta e escutamos pelo celular a voz meio distante, mas fácil de entender e de se ouvir.
— Sim, sim, obrigado por perguntar — De alguma forma Fran chama a atenção de Alfred e o policial se vira para ele.
— O que aconteceu? O senhor parece meio triste. — Sorrio ao ver Fran virar a cadeira giratória para frente de Alfred e ele apoia o cotovelo na bancada e a mão na bochecha.
— Vim para ver meu primo e ele escondeu várias coisas de mim — Fran se faz de coitado e Alfred se simpatiza.
— Sinto muito.
— Não é nada grave, só... Não sei, vendo todo mundo arrumando uma pessoa me faz refletir. — Alfred se senta ao seu lado e Fran dá um sorrisinho meio triste.
— O policial caiu no papo — Balthazar diz, segundos depois chega uma mensagem do vovô, mostro para o italiano e ele acena.
O cara grande escreve uma mensagem de texto para Fran e desliga a chamada. Nós dois nos levantamos e passamos pelo bar de forma discreta, Fran olha para nós, somente por alguns segundos e volta a sua atenção para Alfred, ele confere o celular, lê a mensagem e age naturalmente voltando a conversa com o policial.
Saímos do bar e entramos na caminhonete para encontrar o vovô.
*****
— Vovô? — Chamei ele e o veio se virou numa velocidade impressionante, estávamos em cima de um morro médio, longe da cidade.
O lugar era as rodovias que dava a volta na cidade, da onde estávamos dava para ver perfeitamente os desenhos das ruas asfaltadas.
— Shiu! — O véio chamou nós dois e fomos abaixados até o topo do morro. — Olha ali — Vovô aponta para uma das estradas.
Peguei o binóculo que ele me emprestou e olhei na direção que o vovô apontou.
— Meu Deus! Aquilo ali é um cavalo? — Perguntei vendo o animal estirado no chão.
O xerife aperta a mão do Chester, passo o binóculo para o Balthazar e ele vê o dois se despedindo.
— Chester está dando dinheiro para o xerife — Balthazar diz e o vovô está parecendo um paparazzi louco tirando foto e tudo.
— A polícia ajuda, que merda! — Falei vendo a viatura se distanciar e os funcionários do Chester pegar o cavalo morto e colocar na sua caminhonete.
O Vovô tira fotos da viatura, do xerife, da caminhonete, do cavalo morto, dos funcionários pegando o animal e do Chester.
— Definitivamente a polícia está envolvida — Diz Balthazar amaldiçoando em italiano depois.
— A polícia ou só o xerife? — Perguntei e a questão surgindo na minha cabeça mas ela fica no ar, sem resposta.
— Onde está o Fran? — Vovô pergunta enquanto esperamos Chester ir embora.
— Tentando descobrir se Alfred é corrupto.
— Então só nos resta esperar.
*****
— Rita meu amor, o que tem de bom feito por essas mãos milagrosas? — Cheguei perguntando entrando na cozinha.
— Fiz um bolo de chocolate — Rita lambeu os lábios me deixando com a maior vontade.
— Vamos comer? — Rita me olha desconfiada.
— Cadê o Fran, Stuart e o menino Balthazar? — Ela pergunta e eu sorrio.
— Fran está tentando descobrir se Alfred é corrupto, já o vovô e Balthazar eu não sei... vamos comer? — Sinto minha boca salivar.
— Você tem notado alguma coisa estranha em você querida? — Ela me pergunta, franzi a testa não entendo a sua pergunta.
Assim que a mulher colocou o bolo em cima da mesa peguei uma faca e fui cortando um pedaço, ver o chocolate e a cobertura escorrendo me faz salivar.
— O que você quer dizer? — Perguntei com a boca cheia de bolo, gemi revirando os olhos. — Oh meu Deus! Está delicioso — A cobertura cremosa explode dentro da minha boca e só consigo dar mais colheradas.
— Acho que é coisa da minha cabeça — A mulher diz com a testa franzida me olhando como se eu fosse um rato de laboratório.
— Que é isso que você está comendo querida? — Balthazar entra na cozinha me vendo com a boca toda suja de bolo.
— Bolo de chocolate — Dou uma colherada no bolo e enfio na boca dele. — Bom né? — Ele concorda me olhando enquanto eu enfio mais um pedaço dentro da minha boca.
Consigo ver a engrenagem da cabeça dos dois girando porém não ligo muito já que o bolo é o meu foco agora. A cobertura se mistura com o recheio e escorre pelo meu queixo.
— Você está muito fofa — Balthazar diz tentando me limpar, olho para ele não entendo. — Toda suja parecendo uma criança.
— Fran mandou uma mensagem, falando que vai tentar descobrir mais e que é possível que hoje a rosquinha dele vai rodar, seja lá o que isso significa — Vovô entra na cozinha e me vê. — Meu Deus Felicity, o que aconteceu? Enfiou o rosto no bolo?
— O que iremos fazer até esperar Fran voltar? — Perguntei roubando mais um pedaço.
— Beleza Negra.
Sorrio saindo da cozinha.
*****
— Oi meu amor — Dou um abraço no pescoço do cavalo e ele abaixa a cabeça se encostando em mim. — Vamos descobrir o que aconteceu com você garoto — Me afasto olhando nos seus olhos castanhos escuros.
De alguma forma sinto que ele me entende mais do que o normal, nossa relação foi somente se fortalecendo com o passar desses meses. Fiquei mais motivada a continuar com isso e saber o que realmente estava acontecendo.
— Fran vai trazer notícias boas e vamos dar uma surra no Chester viu? — Beleza se agita ao ouvir o nome do homem e só me confirma que o tempo que ele passou lá não lhe trás boas lembranças.
— Vamos sim — Escuto a voz de Balthazar atrás de mim. Sorrio olhando para o cavalo com a pelagem preta.
— Viu?
_______________________________
@andreia_vitoriah
&
@livrosandreiavitoria
COMENTEM E VOTEM. ❤