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CAPÍTULO 30
— B A L T H A Z A R! — Gritei do andar de baixo e não levou muito tempo para ouvir seus passos pesados na escada.
Era a minha primeira consulta no ginecologista, estávamos indo para começar o pré natal e ver se o bebê estava bem.
Com o passar dos dias as coisas ficaram suportáveis, tinha marcado um psicólogo para mim e Balthazar nesse meio tempo, estava nervosa sobre a consulta que ocorreria em alguns dias. Nossas consultas seriam com profissionais diferentes e sugeri mais para frente fazermos alguma terapia de casal.
Meu namorado desceu com as chaves da caminhonete nas mãos e o vovô, Fran e Rita saíram da cozinha, até hoje eu ainda não tinha voltado para a casa do Balthazar, não porque não queria, mas por mais escolha do Balthazar, e eu também não insisti muito.
— Quero ver o bebê, grava, tira foto, se eu puder vou até fazer uma camiseta do ultrassom — Eu ri do comentário do Fran.
Ele estava estranho esses dias, porém deixei que levasse seu tempo, no momento certo ele viria até mim e conversaria.
Sai de casa com Balthazar no meu calcanhar, sua mão apoiada nas minhas costas até chegar do lado do passageiro, ele abriu a porta para mim e entrei.
Coloquei o cinto e esperei o carro ser ligado e seguir o caminho para a cidade.
*****
Balthazar tinha me dito sobre as manifestações, mas eu não pensei que teve toda essa proporção, passando pela rua principal da cidade, onde se encontrava a maioria dos comércios, vi várias faixas com frases escritas na frente das lojas, panfletos nas ruas, de algum modo a cidade parecia ter sido "mexida" já que sempre era tão limpa. Depois de uma enorme manifestação tinha alguma coisa de diferente.
Balthazar me vigiou o caminho todo, ele tinha mostrado um vídeo quando as pessoas estavam mais nervosas, gritando na frente da delegacia, eu não levei muito a sério sobre a repercussão que causou.
Chegando no estacionamento do hospital descemos do carro e entramos na recepção, meu namorado tomou a frente, dizendo meu nome, rapidamente a mulher achou o meu agendamento e a sala que era para a gente esperar.
A todo momento Balthazar foi protetor comigo, sempre do meu lado, sempre tocando em algum lugar do meu corpo, minha barriga ainda não estava visível, nem parecia que estava grávida perto de outras mulheres que esperava ali perto de mim, para serem atendidas.
Sentado do meu lado, o cowboy italiano apoiou seu braço envolta dos meus ombros e me puxou para perto, deixando um beijo na minha testa.
— As pessoas estão nos olhando — Estava tentando ignorar os olhares desde que chegamos no hospital.
