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CAPÍTULO 24
D E P O I S de cinco dias consecutivos sangrando com o humor alterado e bem duvidoso eu voltei a ser comunicável, voltei a falar com as pessoas e principalmente voltei a raciocinar a burra que eu tinha feito.
Não sei o que tinha acontecido mas, por uma briga que nem me lembro mais decidi que iria passar alguns dias no hotel fazenda do vovô, esse contraceptivo fora mais agressivo com os efeitos colaterais do que os outros que já tinha tomado, isso era um fato.
— Irá voltar hoje? — Vovô perguntou para mim na recepção do hotel fazenda.
Mordi os lábios envergonhada, tinha explodido com o Balthazar de uma forma tão infantil, de uma hora para outra, que estava até com vergonha de vê-lo novamente.
— Sim.
— Graças a Deus! — Meu avô olhou para o céu exclamando, o olhei ofendida.
— Vovô!
— Querida não aguento mais aquele menino, Balthazar está insuportável. — Eu sorri ao saber disso, tinha ficado tão irritada que até o celular estava desligado.
— Irei lá hoje — Sussurrei olhando para as minhas mãos, sentindo meu rosto pegando fogo.
— Agora — Ele diz, com um tom de comando ao ouvir o celular tocar. Meu rosto esquentou mais ao ver que era meu namorado ligando.
*****
No caminho para a sua casa lembrei e repassei toda a cena que motivou a briga, suspirei quase batendo a cabeça no volante.
Um dia depois de pedir Balthazar em namoro eu fiz a burrada de perguntar sobre o passado romântico dele.
Não, Balthazar não era comedor de casadas igual eu imaginei no início, mas ao ver as mensagens não visualizadas em seu celular em todas as redes sociais possíveis de mulheres da cidade mesmo... eu tinha visto vermelho.
"Por que você não apagou?" Tinha perguntado com raiva.
Não tinha nada de incriminador, na verdade, Balthazar me contou no meio da briga que fazia muito tempo que estava com alguém antes de mim. Mas não me importei com aquela afirmação, todas as palavras da Flora, centenas de avisos de que homem era bom em manipular e conseguir o que queria veio com tudo, esquecendo o caráter do meu italiano.
"Homens nos enganam, eles fazem de tudo para ter o que querem" Disse ela, magoada pela traição de um dos seus namorados.
Parei com a caminhonete na metade do caminho, numa estrada vazia somente com os campos de plantação no horizonte e refleti.
