Maré Vermelha

By carlosmrocha

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Kyle e seus companheiros atravessam mares no navio, Estrela do Crepúsculo, com a ajuda do capitão Dacsiniano... More

Lembrete
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
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CAPÍTULO 35
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CAPÍTULO 37
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CAPÍTULO 41
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CAPÍTULO 55
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CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
CAPÍTULO 60
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CAPÍTULO 64
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CAPÍTULO 68
CAPÍTULO 69
CAPÍTULO 70
CAPÍTULO 71
CAPÍTULO 72
CAPÍTULO 73
CAPÍTULO 74
CAPÍTULO 75
CAPÍTULO 76
CAPÍTULO 77
CAPÍTULO 78
CAPÍTULO 79
Epílogo

CAPÍTULO 34

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By carlosmrocha

Calisto seguia para o norte acompanhado de uma caravana extravagante. Montava um belo cavalo cinza com algumas manchas brancas. Um presente do duque de Kamanesh. A sela de couro vermelha e os arreios também foram presentes do duque. Seguindo-o, em outros cavalos cedidos pelo duque, vinham seus empregados Rayan e o silfo do mar, Elser. Um pouco à frente, montado em seu cavalo massudo, estava o cavaleiro Derek, vestido com os trajes completos da cavalaria. Ao lado do lorde estava uma figura nova, de quem não havia gostado. Um mago, enviado da Alta Escola de magia chamado Chris Yourdon. Sua montaria era branca e suas vestimentas eram da mesma cor, com tantos tecidos que faziam-no parecer um pouco encorpado, mas na realidade era um jovem magro, de olhos e cabelos castanhos, de feições finas e um constante olhar de superioridade. A única coisa que não era branca em Yourdon era um largo cinturão alaranjado que prendia suas vestes na cintura. O grupo completava-se pela presença do sinistro barão Dagon, que os acompanhava à distância, pois era um sacrifício desnecessário que todos suportassem o forte odor de podridão que o cercavam e a sua montaria, morta-viva assim como ele.

Apesar de haver muito que observar na estrada ou mesmo muitos assuntos para discutir com os membros do grupo, a mente do recém titulado à nobreza, girava em torno dos acontecimentos de dois dias passados.

Pensava na madrugada, na qual acordou num sobressalto. Havia algo em sua cama, algo que chiava. Sentiu um toque frio envolver seu tornozelo. Procurou por uma mente, uma consciência que pudesse atacar, mas logo reconheceu a voz que lhe chiou.

– Acorde, menino mimado...

Com o coração disparado Calisto chutou com força para desvencilhar-se do toque úmido de Weiss. – Maldito! Não tem o mínimo de consideração?

Weiss sorriu, esticando todas as pregas de seu rosto deformado em sem pele, iluminado pela fraca luz amarelada que vinha das grandes janelas do quarto de Calisto. – É claro que não, meu pupilo.

– O que quer? – o jovem levantou-se, buscando suas roupas que estavam em um cabide de madeira.

– O que eu quero? Há! Desta vez não sou eu quem quer nada... Vim apenas para trazer-lhe o recado.

– Quem o mandou? – questionou Calisto vestindo suas calças, profundamente incomodado pela presença de Weiss em seu quarto.

– Seu querido papai...

– Eu não tenho pai! – disse irado.

– Você sabe de quem estou falando.

–Sei.

– Pois então, ele tem um trabalho para você.

– O que?

– Hum, digamos que é uma tarefa perigosa.

– Deixe de rodeios, e vá direto ao ponto professor.

– Muito bem. Ele quer que você capture um demônio que está rebelado.

– Demônio rebelado! Como assim?

– Vou lhe contar... – riu-se Weiss e mancou em direção a porta.

– O que é tão engraçado? – perguntou Calisto desconfiado.

– Quem era aquele idiota cabeludo que tentou impedir minha entrada com um dardo envenenado?

– De quem está falando, de Rayan?

– O ladrãozinho... Coitado! Há há há... – chiou Weiss com prazer. – Um coitado incompetente...

– Você não o matou, não é mesmo professor?

– Não, estava de bom humor, apenas ensinei-lhe uma lição... Se você ficar rodeado por idiotas, seu domínio vai ruir mais rápido que imagina. Vamos lá fora, tratei de trazer pessoalmente os presentes prometidos pelo tolo duque de Kamanesh.

Deixou suas memórias voltando sua atenção para a estrada, ou melhor, para a enorme formação rochosa a oeste da estrada. Curioso, perguntou, – O que é aquilo?

Chris Yourdon fez sua voz soar com grande autoridade explicando sobre o assunto como um professor. – É o planalto místico de Or. Construção antiga e enorme. Em seu topo, fica a floresta mística chamada pelos silfos que lá habitam de Shind, ou seja paraíso.

Elser, o silfo do mar liberto por Calisto teve a atenção desperta pela explanação de Chris. Falando um péssimo Lacorês indagou, – Muito silfos nem Shind?

Chris olhou para trás com desprezo e respondeu torcendo a boca, – Uns pouco pobres coitados... Selvagens sem cultura como você.

Elser estreitou os olhos negros afiados e torceu os lábios carnudos e naturalmente carrancudos. Suas grossas sobrancelhas negras se arquearam e sem saber porque, atirou uma adaga contra o mago.

Calisto sorriu. Chris atirou-se do cavalo atingindo a estrada cheia de terra avermelhada. Muito sujo e irado, evocou um feitiço que arremessou o silfo, projetando-o de cima do cavalo com violência.

Derek assustou-se e Rayan observava o conflito com prazer.

O silfo girou no ar, e com agilidade incomparável pousou no solo de pé. Chris irado, convocou uma série de lanças de gelo que surgiam ao seu lado a flutuar. Gotas de suor rolavam pela face de Elser e foi preciso em comandar seus músculos e desviar-se com acrobacias das lanças que voavam em sua direção, uma após a outra. Uma delas, rasgou o tecido da camisa do silfo, acima do ombro, e abriu-lhe na pele um talho.

Calisto, divertia-se com a situação criada por ele próprio ao comandar um forte impulso na mente do silfo para atirar a faca contra Chris. Apesar disso, percebeu que seria uma boa hora para por fim no assunto e mostrar quem estava no comando.

Aproveitando-se da distração do mago, atacou sua mente, deixando-o atordoado. Com o arrogante mago sob controle, fez o mesmo com o silfo e anunciou com grande autoridade. – É hora de parar com essas brigas sem sentido. Os próximos se envolverem em uma briga vão ter de acertar as contas comigo.

– Mas Lorde Calisto! Estava apenas me defendendo. – disse Chris enjoado e indignado.

– Cale-se! Você tentou matar um de meus homens.

– Mas ele tentou me matar primeiro.

– Que aprenda a colocar um freio em sua língua venenosa então!

Chris estava irado e sentia-se injustiçado, mas optou pelo silêncio.

– Quanto a você silfo! – gritou Calisto em sílfico (usava o idioma que extraiu da mente do silfo, pela primeira vez). – Que o corte lhe sirva para lembrá-lo de que é bom controlar sua impulsividade.

Elser apesar da ira, sentiu-se tolo. Não entendia muito bem como perdera o controle com tanta facilidade. Talvez fosse a convivência com os humanos que estivesse fazendo com que ficasse assim, descontrolado.

Com isso Calisto selou o assunto e impôs respeito ao grupo, mesmo que baseado na força.

Logo depois, como se nada tivesse ocorrido Lorde Calisto disse, – E então senhor Yourdon, conte-me mais sobre esses silfos de Shind. Por que disse que são selvagens?

Chris respondeu a contra gosto, – Vivem pendurados em árvores caçam e retiram frutos para viver. Não são capazes de construir nada mais complexo que tocas de madeira e nem mesmo criam animais ou plantam o próprio alimento. Seguem com a mesma forma de vida século após século, sem nenhum progresso.

– E por que os reis de Lacoresh permitem que vivam dentro de seu reino? De certo ao menos pagam as taxas.

– Não, ao que parece não pagam as taxas. – retrucou Yourdon.

– Mas como não? – Calisto estava surpreso. – Quer dizer que são um reino independente no interior de Lacoresh?– refletiu por um momento e pensou “Estranho. Preciso estudar mais o assunto. De certo há maneiras de tirar proveito dos tais silfos. Alguma coisa devem poder ofertar ao reino!”

Chris prosseguiu – São loucos, eu diria. Não ligam para posses, nem mesmo tem uma moeda.

– Se tem tão pouco a oferecer, que paguem com seu trabalho. Que sejam declarados servos.

– Sabe Lorde Calisto, é um interessante ponto de vista.

Calisto tomou mais uma nota mental. Se ninguém ainda havia tomado a iniciativa de fazer com que os silfos pagassem, ele o faria. Encontraria alguma forma de fazê-lo, e assim conseguiria mais recursos e mais poder. Mas por hora, precisava dedicar algum pensamento ao demônio que precisavam capturar.

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