Maré Vermelha

Door carlosmrocha

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Kyle e seus companheiros atravessam mares no navio, Estrela do Crepúsculo, com a ajuda do capitão Dacsiniano... Meer

Lembrete
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
CAPÍTULO 48
CAPÍTULO 49
CAPÍTULO 50
CAPÍTULO 51
CAPÍTULO 52
CAPÍTULO 53
CAPÍTULO 54
CAPÍTULO 55
CAPÍTULO 56
CAPÍTULO 57
CAPÍTULO 58
CAPÍTULO 59
CAPÍTULO 60
CAPÍTULO 61
CAPÍTULO 62
CAPÍTULO 63
CAPÍTULO 64
CAPÍTULO 65
CAPÍTULO 66
CAPÍTULO 67
CAPÍTULO 68
CAPÍTULO 69
CAPÍTULO 70
CAPÍTULO 71
CAPÍTULO 72
CAPÍTULO 73
CAPÍTULO 74
CAPÍTULO 75
CAPÍTULO 76
CAPÍTULO 77
CAPÍTULO 78
CAPÍTULO 79
Epílogo

CAPÍTULO 16

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Door carlosmrocha

Marcik examinava-os de forma minuciosa. Noran recomendava calma a todos e interagia com a mente de Marcik para minimizar seus piores impulsos.

O experiente silfo segurava a ponta do nariz de Kyle com os dedos em pinça. Levantou seu rosto bruscamente olhando dentro das narinas. Abriu-lhe a boca com a outra mão e examinou-lhe a língua os dentes. Por mais que fosse inútil, Kyle desejava fortemente revidar. Não podia fazer muito, suas mãos algemadas atrás das costas e os pés presos um ao outro. Ainda assim o fez. Aproveitando-se de um momento de distração do silfo investiu com a testa contra seu nariz. O choque foi violento e imediatamente sangue correu pelas narinas do silfo. Ele cambaleou e caiu sentado com uma das mãos sobre o nariz.

Estavam no posto comercial pertencente a Shark e um dos empregados atingiu violentamente a parte posterior da perna direita de Kyle com um chute solado. Kyle gemeu de dor e ajoelhou-se. Sentia sua testa latejar. Marcik recobrava-se e chutou a virilha do cavaleiro. Curvou-se colando o rosto no chão.

Gritou e esbravejou em sua língua, coisas que Noran e Mishtra não puderam compreender. Segurou seu chicote com firmeza e investiu repetidas vezes contra as costas de Kyle.

Kiorina sentia um grande aperto no coração e lágrimas rolavam sobre sua face. Archibald observava aquilo com uma ira controlada. Noran tentava fazer com que o silfo parasse sem controlar sua mente. Georges temia pelo destino de todos e Kleon disse algo em um estranho dialeto.

Imediatamente Marcik parou de castigar Kyle. Perguntou-lhe, curioso, algo no mesmo dialeto. A resposta de Kleon pareceu irritar o silfo, mas ao mesmo tempo trouxe-lhe um pouco de senso de volta.

Levantou Kyle pelos cabelos e disse-lhe, em sílfico – Eot-Ei cinnirun!!

Saiu do posto dando ordens aos outros empregados para prendê-los. Chamou atenção para darem tratamento especial a Kiorina e Mishtra. Foram separados.

Todos os homens foram levados ao porão do estabelecimento e presos em uma cela escura e lá foram trancados. Enquanto isso Kiorina e Mishtra puderam banhar-se sem serem incomodadas. Mishtra explicou a Kiorina que Noran havia trabalhado de forma profunda nas mentes dos empregados do posto a fim de que eles fossem corretos com elas.

Mais tarde durante a madrugada, Kyle estava inquieto sem conseguir dormir. Suas costas ardiam e sua mente fervilhava de ódio e idéias.

– Droga! – murmurou.

– Kyle, o que houve? – indagou Archibald.

– Essas idéias estranhas que as vezes me ocorrem.

– Do que você está falando, Kyle?

– Estava pensando no passado, em toda minha vida, todo o curso dela.

– E então?

– Você já pensou que tudo que acontece em nossas vidas parece estar sendo preparado por alguém? Alguém que nos controla nos mínimos detalhes? Alguém que planeja tudo, desde nosso nascimento até nossa morte, sem nos dar opção de escolha?

– Já falamos sobre isto, lembra-se?

– Ah sim, conversávamos sobre o destino... Já não sei mais se acredito que o destino não exista. Antes pensava no destino como uma força intangível com a qual não podíamos nos relacionar. Agora, estou enxergando como uma pessoa. Alguém com um imenso poder que manipula nossas vidas de acordo com sua vontade, de acordo com seus caprichos. Um sujeito doente que coordena nossas vidas para entreter-se, ou mesmo entreter outras pessoas.

– Não sei se estou acompanhando seu raciocínio, caro amigo.

– Nem eu! Estou confuso e não sei mais se acredito que nós somos realmente responsáveis pelo mundo através de nossas ações.

– Há pouco tempo você defendia a idéia! Lembra-se? Falava sobre a diferença que você fez na guerra contra os bestiais.

– É verdade, mas não sei mais se quem agiu fui eu, ou se fui impelido por alguém.

– Escreveram muitos livros sobre o assunto, centenas e centenas de páginas. Sabe qual foi a conclusão?

Não.

Nem eu! disse e sorriu, apesar de toda a desgraça. – Deixe de tolices e vamos pensar em uma forma de fugir deste lugar.

– Você está certo, sendo eu ou não, temos que escapar para tentar ajudar nossos amigos. Temos que ajudá-los para prosseguir com nossa jornada. Precisamos encontrar o oráculo, e com isso descobrir uma maneira de trazer nosso lar de volta à normalidade.

– Do jeito que você fala, até parece que tudo isso é possível.

– É claro, que sim. Temos Noran de nosso lado, esqueceu? Quando precisamos nos esconder em Lacoresh, ele pode fazê-lo. Aposto que poderemos tentar algo assim novamente.

– Certo Kyle, falaremos com ele quando acordar. Por hora é melhor que descansemos, acho que amanhã será um dia difícil para todos nós.

***

O sol brilhava intensamente, seu calor era incômodo para os que estavam acostumados com as temperaturas amenas ou frias de Lacoresh. Cedo, receberam um belo tratamento de higiene e ganharam roupas limpas. Para todos os homens fora uma rápida preparação. Para Mishtra e Kiorina, a preparação durou horas. Foram maquiadas, tiveram os cabelos penteados e receberam belos adornos.

Foram conduzidos ao Hebb, antes do final da manhã. Os Silfos do mar tinham um nome especial para um pequeno tablado oval, no qual eram expostos e vendidos escravos. Havia um Hebb no cruzamento de duas grandes ruas movimentadas. Silfos ricos, ou poderosos, eram carregados por escravos, em cadeiras suspensas ou mesmo cabinas inteiras, luxuosamente decoradas.

Após uma breve fiscalização e troca de papéis o espaço do Hebb foi liberado para o uso dos empregados de Shark. Exposta ao público que passava, Kiorina sentia-se humilhada. Kyle estava irado e os outros estavam apreensivos ou receosos.

Uma grande cabina carregada por cerca de doze homens muito fortes aproximou-se do local. Os escravos eram grandes, pareciam vir de locais distantes. Havia homens de pele morena bronzeada que Gorum, nunca havia visto nas terras de Lacoresh. Outros pareciam vir de Dacs e outros tinham feições Lacoresas. Colocaram a cabina cuidadosamente sobre o chão. Junto vinham guardas silfos providos com espadas delicadas e roupas de um grosso couro de escamas azuladas.

A porta da cabina abriu-se e dela saiu uma Silfa de aparência jovial, vestida luxuosamente. Sua roupa, colada ao corpo era composta por milhares de pequenos pontos de gemas reluzentes multicoloridas. Sobre a cabeça usava um tipo de chapéu cônico de ponta romba. De seu topo, brotavam seus cabelos dourados como uma cascata, que descia até seu quadril. Seu rosto trazia grande perfeição, acentuada por uma maquiagem artística. Possuía unhas longas e pintadas de cor púrpura profunda, que combinavam com a forte tonalidade depositada em seus lábios corretos.

Marcik reverenciou a silfa e lhe disse em sílfico. – Seja bem-vinda, madame Lefreishtra.

A silfa, que possuía um olhar frio, passou os olhos sobre os prisioneiros.

– Recebi um recado do Senhor Shark avisando-me a respeito de escravos interessantes. Não me impressionei. O que há de especial com eles?

Noran escutava a conversa atentamente e procurava sondar os pensamentos da rica silfa. Ao mesmo tempo ficara hipnotizado pela beleza e o exotismo dela.

Marcik subiu no Hebb aproximando-se de Kiorina. – Em primeiro lugar madame, temos aqui, uma moça humana iniciada nas artes mágicas e cujo corpo encontra-se imaculado.

– Interessante. O que mais?

– Temos essa bela escrava de nossa estirpe. Sabe bem a senhora, que escravos sílficos, quando podemos obter, são muito duráveis e podem prestar ótimos serviços com um nível de qualidade superior ao de qualquer humano.

– Ótimo.

– Aqui, temos um Chiris, como dizem, que possui ótimo domínio de várias línguas.

– Me parece bom. E quanto aos outros?

– Bem, os outros são marujos e guerreiros, treinados nas armas e que podem prestar serviços diversos. São fortes e bem dispostos.

– Exceto por aquele! – acusou a Silfa. – Não parece nada forte e possui um olhar intrigante. Além de possuir a testa tatuada... Possivelmente um tolo Tchiliano. Não gosto nada de seu olhar. Por este não pago.

– Está certa senhora. Se decidir levar todos estes, pode levar o tatuado de graça.

– Muito bem, então o levarei. Acerte os detalhes com meus homens. Haverá uso para todos nos meus novos negócios em Nish.

Kyle mal pode entender o que estavam dizendo, conhecia poucas palavras em sílfico e estava inquieto. Mishtra não gostava nada do que acontecia. Quando a rica Silfa a encarou sentiu um terrível calafrio e desviou o olhar.

Preocupada, Mishtra questionou, “Noran, você interferiu nessa negociação?”

“Não, a Silfa que nos comprou possui a mente muito fechada. Nada pude captar e tão pouco pude interferir. Ao que parece, decidiu comprar-nos por conta própria.”

“Mente fechada? Não sei, mas senti algo estranho vindo dela. Algo de ruim, ela me faz ter calafrios!.”

“Mesmo? Não pude captar nada assim.”

Pouco depois, foram conduzidos através da cidade até uma mansão enorme, maior que a própria fortaleza do Duque de Kamanesh. A mansão possuía muros altos, de rochas claras. O portão alto era gradeado e feito de metal. Cada uma das finas barras de metal, era torcida de maneira artística e havia uma dezena de brasões e diversas volutas metálicas ornamentando o portão.

Em seu interior, belos jardins com plantas e flores que nunca haviam visto antes. Em pequenos lagos artificiais, havia peixes coloridos e puderam avistar um par de escravos humanos trabalhando na manutenção dos jardins. Vestiam-se com roupas simples e amarrotadas e tinham os pés descalços. Mantinham as cabeças baixas, porém não cederam à curiosidade de observar o grupo que era conduzido para o interior da mansão.

Kyle imaginava uma maneira de escapar daquele pesadelo. E ao mesmo tempo, a idéia de que seria escravo novamente lhe evocava lembranças desagradáveis. Uma grande revolta surgia em seu âmago. Poderia perder o controle a qualquer momento. Perderia o controle certamente. Mas Noran, pode, através de suas faculdades, controlar seus impulsos irracionais. Kyle queria gritar, mas seus lábios não se moviam.

Seu pensamento gritava em seu lugar. “Sai! Sai da minha cabeça Noran! Eu vou acabar com eles e se você não sair... Vou acabar com você também!”

Eram conduzidos por uma dúzia de guardas que vestiam peculiares armaduras de couro com escamas azuladas. Um dos guardas notou o comportamento estranho de Kyle e cutucou-lhe o braço com a ponta da lança que tinha em mãos.

O efeito que Noran procurava produzir sobre Kyle não funcionava. Não conseguia acalmá-lo. Ao contrário sua, ira aumentava cada vez mais. Suor escorria por sua face e veias saltaram-lhe nas têmporas. Noran assustou-se e por um momento, achou que não poderia mais contê-lo. Decidiu realizar algo mais drástico e provocou no rapaz um desmaio.

Kiorina andava mais a frente e não percebia o que estava acontecendo. Por um momento, distraiu-se com a beleza do jardim. Virou-se ao escutar várias vozes se misturando e viu Kyle prostrado no chão. Os guardas se afastaram um pouco temerosos. Temiam que o humano pudesse estar com algum tipo de doença. Noran tranqüilizou seus companheiros explicando-lhes o que havia ocorrido através de pensamentos.

Em seguida, Gorum pegou Kyle levando-o no colo. Um terrível silêncio imperava entre os cativos. Sentiam-se acuados e sem ter o que fazer sob a mira de lanças e olhares cheios de malícia e ódio dos guardas sílficos. Como poderiam escapar de uma cidade tão bem vigiada? Nem mesmo tinham notícias de gente que após ter sido escravizada pelos Silfos do Mar, conseguiu ganhar sua liberdade novamente. Parecia que estavam condenados.

Kiorina olhava para o céu azul e seus olhos se encheram de lágrimas. Não chorava por Kyle, mas sim por An Lepard. Numa hora destas, ele já poderia estar morto.

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