[Capítulo 01]. As lembranças desse venerável

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Ele se sentiu sortudo ao chegar próximo ao pátio que morava, a movimentação já era pouca e localizou apenas seus dois discípulos que não o abandonaram. Yu Mei sentiu-se aliviado por tal pensamento, vez ou outra havia alguns mortais limpando aqui e ali.

Mas, embora tal beleza existisse, era um local solitário. Tirando o par de discípulos e o próprio Yu Mei, a montanha estava vazia.As grandes construções e pátios que ficavam lotados no passado, tornaram-se escassos e vazios.

"Pelo Céus, apresentar-me aos meus discípulos dessa forma seria ultrajante!" Sua face não era tão grossa a deixá-lo fazer tal ação.

Apressou-se mais ao ouvir algumas conversas aproximando dos pequenos pavilhões avermelhados. Ele enterrou seu rosto entre as mangas da túnica branca, que agora em um estado lastimável, pintava-se em marrom, preto e vermelho. Isso estava em péssimo estado! Portanto, chegou a sua residência sem interrupções e sempre escondendo sua presença para que nenhum daqueles dois de instinto afiado o encontrasse.

Nos fundos de seu pavilhão, havia uma fonte termal que mantinha para si. Era o único lugar que sentia-se relaxado e em paz consigo mesmo.

Ao mergulhar na água quente foi como se tivesse tirado um peso de si. Yu Mei recostou a cabeça na beirada da fonte, feita de jade branca e pensou que poderia ficar por horas apenas relaxando com os olhos fechados.

O único problema seria que não poderia ficar por muito tempo, pois precisava se apressar e relatar. Alguns rumores estranhos o estavam preocupando. Mas, por hora ele decidiu tomar seu banho sem pensar nas tormentas. A agradável quentura da água relaxava os músculos e também sua alma marcial.

Foi quando de repente uma presença incomum e bastante desajeitada se aproximou. Yu Mei ficou alerta, pois apesar de tudo, não havia notado a aproximação.

Ela carregava um instinto assassino e contraditoriamente um sentimento de ternura e suavidade. Imediatamente, soube quem era assim. Aquela voz manhosa o chamou carinhosamente demonstrando um traço de tristeza.

— Dage!

O jovem cultivador de roupas vermelhas estava em cima de um galho do pessegueiro, sentado e a balançar suas pernas batendo-as contra a parede. Parecia inquieto. Yu Mei dispersou a fumaça formada pela água quente e viu Cai Xing. Ele não se assustou e apenas soltou um suspiro pesado.

Os roupões externos de Cai Xing estavam cobertos de sangue. Parecia que ele tinha mergulhado suas vestes num tambor de tinta. Seu rosto também estava manchado de vermelho e nas mãos trêmulas, um sabre quebrado. Cai Xing mantinha um semblante triste com os olhos marejados. Ele balançou aquela arma no ar, antes de começar a falar:

— Dage, eu fiz algo ruim.

Depois de algum tempo tentando entender aquela situação Yu Mei perguntou. Poderia ser relacionado aos rumores que estavam circulando na sociedade marcial?

— O que aconteceu, Lorde Cai?

— Cai Xing matou pessoas, muitas pessoas. — Ele gargalhou como louco.

A risada era horrível, era como uma sinfonia desorganizada intercalando entre agudos e graves muito desafinados. Demorou algum tempo até que aquela risada horrível desaparecesse dos ouvidos do ancião Yu Mei, que franziu o cenho, um tanto preocupado.

— Cai Xing irá atacar sua seita... Daqui a dois dias, primeiro tenho que recuperar meu poder espiritual, suspiro, dage... Eu não quero te machucar.

Yu Mei, no entanto, desacreditou. Cai Xing era uma pessoa instável demais. Ora mantinha atitudes carinhosas consigo, ora estava surto de raiva e em outras vezes tentava atacá-lo e possuí-lo. A sorte de Yu Mei era seu alto nível de cultivo, ele conseguia suprimi-lo, tendo certa dificuldade. E frequentemente aparecia em horas inusitadas, como aquela na fonte termal. Após alguns anos passando por essas diversas situações Yu Mei acabou se acostumando.

Falhas Eternas -  Vol. 01Where stories live. Discover now