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Os olhos de Cai Xing cintilavam em apreensão desde a saída de Luo Cao. Até o barulho de uma abelha pousando numa flor poderia ser ouvido no jardim.
Shen Zhengyi subiu uma barreira ao redor de onde estavam e nenhum som poderia atravessá-la.
Cai Xing ponderou um pouco antes de começar a falar. Mas, todos os seus sentidos detectaram uma hostilidade vinda do lado de fora, além de um resquício minúsculo vindo da pessoa sentada a sua frente.
Ele fechou os olhos concentrando-se um pouco mais na dor que estava sentindo oriunda de sua cabeça. Enquanto circulava sua energia, ela deixava rastros de dor por todo o corpo, então decidiu parar. Depois de um tempo, ele abriu os olhos e encontrou o olhar profundo de Shen Zhengyi,
— Você mente descaradamente.
As três palavras trouxeram um sentimento antigo a Cai Xing. Perdeu a conta de quantas ocasiões que lhe expressavam esse descontentamento a ele e quão assustador essas palavras eram vindas de seu mestre.
Cai Xing cruzou os braços.
— Não é como eu gostasse de fazê-lo. Cao Dage é assustador quando deseja.
— Comigo aqui, não o tema. Cao-xiong não ousará fazer nada enquanto for meu discípulo. Provavelmente, seria possível a ele ofender a família do que tentar ficar contra mim, porém... — Shen Zhengyi fez uma pausa procurando as palavras corretas. — A hostilidade dele com você é incomum. Os crimes que possa ter cometido no passado não são suficientes para que haja rancor tão desmedido.
Shen Zhengyi olhou seriamente para o céu durante algum tempo antes de continuar.
— Há algo que eu precise saber?
A expressão de Cai Xing parecia calma, mas por dentro estava um turbilhão. Essas poucas palavras deixaram um sentimento de que ele estava nu na frente desse homem: ele era muito perceptivo.
Infelizmente, era uma lástima que nem mesmo ele saberia dizer o que poderia ser. Não conseguia se lembrar de quase nada, como se algo tivesse sido quebrado.
Durante esse tempo em Cheu, após uma breve investigação, descobriu que a possibilidade da alma de Luo Hang ter sido danificada antes de morrer era muito plausível. Relutantemente, ele respondeu com um tremor em sua voz:
— Nada tão grande que precise de atenção.
Pela aparência de seu discípulo, Shen Zhengyi decidiu não o forçar a uma resposta. Ele já estava quebrado demais para isso.
Naturalmente, esperava que em algum momento as palavras fossem ditas. Tendo isso em mente, tirou um frasco de jade branco e entregou a ele. Era um frasco luxuoso talhado uma fênix perfeitamente e a tampa de um material muito raro: a madeira de um salgueiro de mil anos banhada em água diluída com ouro. Apenas esse frasco, poderia sustentar uma família de cinco pessoas por uma década.
