[Capítulo 41]. A Felicidade da Soberba (IV)

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          Cai Xing não sabia como se aproximar de Xie Yan. Lembranças mórbidas 1clodiram uma após a outra em sua mente. Ainda que estivesse acostumado com todo tipo de situação nojenta e horripilante, passou-se muito tempo desde que precisou cuidar de alguém ferido. Ajudar alguém se tornou uma ilusão para ele.

Após conhecer aquele — verdadeiro — demônio, suas ações sempre se voltaram a matar, machucar e destruir, com a justificativa de sobrevivência. Jamais foram cuidar ou zelar, pois tal situação se tornava uma fraqueza e inquietude em sua vida. Exceto aquela vez por Yu Mei, nunca lhe ocorreu novamente. Tendo isso em mente, ele esperou por XiaoLin, que descia pela parede da caverna.

E se ele acidentalmente piorasse a situação de Xie Yan? Como ousaria retornar a Tian Cang? Seu estômago revirou.

Para ele, pedir ajuda também era estranho, pois Cai Xing quase sempre estava no topo ditando as ordens. Estar por baixo e na amargura do sofrimento terreno foi arrancado há muito tempo de seu coração e, frequentemente ficava sem jeito de estar pedindo um favor. Assim como agradecer alguém, o deixava desconfortável.

Cai Xing passou grande parte de sua vida praticamente sozinho, sem o suporte e o amparo de outras pessoas. Raramente teve alguém ao seu lado, e essa ausência deixou marcas profundas em seu coração. O medo de se aproximar novamente e arriscar perder tudo o assombrava constantemente. Ele sabia que um baque emocional poderia causar sua ruína de forma avassaladora.

Foi esse motivo que o fez se aproximar de You Xiaolin, deixando-os como irmãos jurados. Eles tinham pensamentos e vivências que se entrelaçavam em pontos cruciais. Entre eles, inexistia algo como desculpas ou obrigado. Havia um bom entendimento tático sobre isso.

You XiaoLin nunca o agradeceu por tê-lo salvado dos fantasmas gêmeos e este último também não o desejava. Cai Xing mantinha a ideia de achar repugnante um agradecimento, era ainda pior um pedido de desculpas. Sentia-se enjoado e enojado, embora, em boa parte da culpa dessa situação, fosse daquele homem.

Qi Seyoung tirou muito de sua vida.

— Gege, o que aconteceu? — XiaoLin perguntou ao se aproximar.

Cai Xing saiu de seu estupor, quando o mais novo tocou seu ombro com um semblante preocupado.

— Não sei o que fazer... — A resposta veio como um sussurro e ele não percebeu o tremor em sua voz quando respondeu. — Eu... não consigo fazer isso. Wei Qi irá ajudá-lo.

O jovem alquimista não hesitou em deixar esse irmão mais novo de fora. Tanto pelo seu estado quanto por precisar de alguém estável para lidar com Xie Yan corretamente. Ele não tinha experiência suficiente e alguém desestabilizado só iria atrapalhar.

— Não tente nada estranho em relação a ele ou eu vou desfiar sua carne e dar aos porcos. — Ameaçou.

Antes que Wei Qi protestasse, Cai Xing escalou a parede íngreme e escorregadia e tropeçou até a entrada da caverna. Ao sentir a claridade novamente, se sentiu mais tonto e enjoado. Ele sentiu o mundo girar e se escorou na parede da caverna para não cair e vomitou sangue.

Falhas Eternas -  Vol. 01Onde as histórias ganham vida. Descobre agora