[Capítulo 04]. O homem vestido de branco (II)

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O sol brilhava em seu auge e era tão brilhante que poderia cegar uma pessoa, quando numa casinha no interior um jovem cultivador abriu os olhos e sentiu uma dor na cabeça horrível. A luz do sol atravessou o enorme buraco no teto de sua casa e acertou seu dono sem pudor.

Cai Xing, praguejou diversos nomes estranhos e xingamentos possíveis.

Ele queria dormir, porra!

A visão ainda desfocada e uma tontura inexplicável tomaram seu corpo, tornando-o ainda mais fraco. Ele encarou o sol pelo buraco do telhado. Pela posição da estrela, constatou que eram duas da tarde.

Ah! Isso era ótimo! Perder tempo na 'cama' foi uma boa sensação.

Cai Xing sentiu-se relaxado, como se estivesse flutuando num campo de ervas macias, daquelas que fabricavam as camas, nunca soube o nome delas. Mas, eles as chamavam popularmente de ervas do sonho. Ele as viu uma única vez e se encantou pela textura delas.

Em seus sonhos, elas eram pintadas em vermelho. Havia um campo inteiro delas em Jiu Tian Shang e todas foram arruinadas por ele. Alguns discípulos ainda colhiam aquela erva do sonho enquanto iam sendo decapitados um a um. Silenciosamente. O sangue espirrava nas ervas e elas absorviam o líquido vermelho e quando encharcadas, choravam sem regalias.

Cai Xing pegou uma erva e guardou no bolso. Mais tarde, descobriria mais sobre essa pequena e delicada planta. Depois disso, ele seguiu até o Salão Ancestral da seita e nunca mais retornou. Aquela erva permaneceu no bolso mesmo depois da morte.

Ele sacudiu a cabeça, desvencilhando dessas memórias. Certamente, não tinha orgulho delas, no entanto, nunca se arrependeu de ter feito nenhuma de suas atrocidades. Se pudesse voltar no tempo, faria exatamente o mesmo. Ele nunca foi um santo, fez o que prometeu a si mesmo e manteve sua palavras e seu objetivos em mente.

As seitas ortodoxas foram massacradas pelos seus crimes e ele nunca irá voltar atrás ou se arrepender. E ainda que isso lhe ocorresse, era tarde demais para isso também. Isso custou-lhe a vida e seu nome já não mais existia.

Cai Xing levantou relutante. Queria poder ficar mais tempo deitado sobre aquelas ervas do sonho espalhadas no chão. Então ele se lembrou que não era mais quem era servido. Se precisasse do mínimo, ele o teria que fazer. Ele voltava a época em que não fora recrutado pelo Pavilhão de Sangue.

— Cultivador Luo! — Uma voz masculina o chamou pelo lado de fora do casebre.

"Maldição! É difícil até ter paz nesse mundo?"

Cai Xing colocou a cabeça para fora do buraco usado como janela.

— Vejo que ainda não consertou a casa. — O homem, na verdade, se tratava do velho vendedor de ervas medicinais. — Se chover, irá desabar! — Apontou para cima, onde o telhado tinha a abertura.

Falhas Eternas -  Vol. 01Onde as histórias ganham vida. Descobre agora