CAPÍTULO 49

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"A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero".
Victor Hugo





Leandro

Assim que adentro a sala da casa dos meus pais, um aroma maravilhoso invade minhas narinas.

— Nossa, que cheiro bom. — digo, abraçando carinhosamente minha mãe.

— Que bom que chegou filho, e o seu pai?

— Ele deve estar chegando, mãe. Saímos praticamente juntos da empresa. Onde está a Amanda? — pergunto, enquanto cumprimento Rafaela e aperto a mão do meu irmão.

— Foi no mercado comprar um sorvete de kiwi com a Virgínia. Ela disse que te ligou, mas só dava caixa postal.

Meu pai aparece na porta da sala e Dona Tereza corre para abraça-lo.

Aproveito a distração de todo mundo e retiro meu celular do bolso. Só agora me dou conta de que o desligara quando fui falar com o delegado. Ligo o aparelho e digito uma mensagem rápida para Amanda, avisando que já cheguei e perguntando em qual supermercado estão. Recebo sua resposta logo em seguida. Virgínia já está passando o sorvete no caixa e logo chegarão. Trocamos mais algumas mensagens calorosas e repletas de amor e guardo o celular no bolso.

— Vou tomar um banho rápido para podermos jantar. — Meu pai informa e sai em direção às escadas.

Minha mãe se aproxima de mim e pergunta:

— Lê, você e a Amanda já decidiram quem serão os padrinhos de casamento? A cerimônia já está chegando.

— Nossa mãe, nós nem tivemos tempo suficiente para falarmos sobre isso.

— Pois então tratem de ter. Vocês precisam decidir isso logo, filho.

Converso por mais um tempo com Dona Teresa, até que Sandra invade subitamente a sala aos prantos, assustando todos nós.

— E-eu estava passando pelo corredor e vi o Senhor Oswaldo caído no chão e...

Suas palavras morrem no ar. Todos saímos correndo e desesperados. Minhas pernas começam a fraquejar conforme me aproximo do meu pai.

A cena que meus olhos vislumbram poderia ser apenas um show de horror, no entanto o choro e o desespero de minha mãe são completamente reais. Caído, desacordado e com o rosto completamente ensanguentado está o homem que me dera a vida.

Chorando copiosamente, minha se ajoelha ao lado do corpo desacordado e começa a gritar.

— Rafa, tire minha mãe daqui e leve-a para o quarto. — Meu irmão pede, com os olhos banhados em lágrimas.

Mesmo a contragosto, Rafaela consegue tirar minha mãe do chão e a leva aos prantos até o quarto.

Sandra, ainda em choque, olha para a cena com o rosto molhado pelo choro repentino.

— Ligue para a ambulância, agora. — peço para ela que me atende prontamente.

Corro até o banheiro, pego uma toalha limpa, ajoelho-me ao lado do meu pai e começo a limpá-lo. Tento estancar o sangramento de sua testa e, com as mãos trêmulas, pressiono o tecido em cima do corte. Suspiro audivelmente, tentando controlar minhas emoções. As lágrimas turvam minha visão e meu coração dói ao vê-lo assim.

— Ele está respirando, só está desacordado — Meu irmão diz, enquanto confere os batimentos cardíacos do nosso pai. — Não consigo entender o que aconteceu, irmão.

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