CAPÍTULO 4

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Treze anos atrás (2006)- Alguns meses depois.

Leandro

Chegar do colégio nas sextas-feiras sempre me traz um alívio muito bem vindo. Durante a semana o meu tempo é curto com tantas coisas para fazer, além do colégio, aulas de inglês e o cursinho tomam bastante o meu tempo.

Encaminho-me até a cozinha para almoçar, a julgar pelo horário, todos já estariam a minha espera. Ao chegar à porta vejo meus pais e meu irmão Guilherme, já devidamente sentados e conversando.

—Leandro vem sentar! Seu pai e o Gui já estão esperando por você a um tempão! - Exclama minha mãe.

—Oi para todo mundo! Não precisam mais esperar, vamos todos comer.

Nesse momento meu pai me olha com o semblante preocupado, ele sabe que ultimamente a situação para o meu lado não está nada fácil com relação a minha mãe e minha escolha profissional. Tentando melhorar o clima, ele sorri e murmura:

—Tranquilo filho! Estou precisando mesmo perder essa barriga que adquiri com os anos.

Sento-me ao lado do meu pai e observo minha mãe começar a se servir, todos nós seguimos o mesmo processo. A comida estava uma delícia como sempre, Dona Sandra tem poderes nas mãos.

O almoço ocorre de forma tranquila, com os assuntos corriqueiros de sempre, até que em determinado momento minha mãe pergunta a Guilherme como estão as coisas nesse final de semestre na faculdade de engenharia civíl, ele pacientemente explica se dirigindo a todos nós que as coisas estão indo muito bem, apesar do curso ser difícil.

Nesse momento sei que irá acabar sobrando para mim, nem um minuto se passa e os olhos de Dona Tereza recaem sobre mim e ela começa com a sua falação de sempre.

—Viu só Leandro como engenharia é complicado?- Suspira e continua. —Você precisa se interar mais do assunto com o seu irmão se quiser passar logo de cara no vestibular!

Guilherme ao ouvi-la falar pergunta:

—Então você vai mesmo para engenharia Lê? Pode ficar tranquilo, você tirará de letra o vestibular!

—Não Gui, eu não vou para engenharia, continuo querendo cursar direito.

—Tenho certeza que você será um ótimo advogado filho.- Meu pai toca carinhosamente o meu braço.

—Mas isso é um absurdo! Como não vai fazer engenharia? Tendo uma empresa para ajudar a tocar em frente? - Rebate minha mãe.

—Mãe deixa ele escolher o curso que quiser, se for direito, devemos apoia-lo.- Guilherme me defende.

Levanto os meus olhos para o rosto dela, sua expressão demonstra o quanto está irritada e nervosa por estar sendo contrariada. Sustento seu olhar e afirmo:

—Cursarei direito mãe, já está decidido. Sempre quis ser advogado e não engenheiro.

—Você nem sabe o que quer, ainda é muito novo. Deve seguir os passos de seu avô, pai e irmão! - Sem alterar a expressão e o tom de voz ela rebate.

—Querida não é assim que as coisas funcionam.- Intervem meu pai. —Eu ficaria muito contente se os meus dois filhos seguissem o meu caminho, mas não decido nada por eles, Guilherme por decisão própria decidiu ser engenheiro e me alegro muito por tê-lo ao meu lado na empresa, todavia se Leandro quer ser advogado, então é o que será e eu ficarei muito orgulhoso por ele e por sua decisão.- Pousa suas mãos sobre as dela e finaliza.  —Devemos apoiá-los sempre, são nossos filhos.

Amores IntensosWhere stories live. Discover now