CAPÍTULO 44

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"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar".
Machado de Assis


Amanda

Nunca pensara que fosse tão difícil fazer compras. Acredito fielmente que a única pessoa fácil de se presentear na vida, seja meu irmão Lucas. Seu gosto se resume a roupas pretas, bandas de rock e equipamentos musicais. Porém, com o restante da família, a tarefa é um pouco mais árdua.

Entro em uma loja de departamentos e me deleito andando e me aventurando pelos corredores à procura de algo que atraía minha atenção. Todos os natais são assim, parece até um déjà vu as pessoas deixarem para comprar os presentes na última hora.

Um bonito jogo de xícaras de porcelana  prende a minha atenção por completo. Agora que estou noiva e grávida começo a perceber o porquê dessas lojas fazerem tanto sucesso e viverem sempre abarrotada de pessoas. Quando as festividades do fim de ano cessarem, já sei onde irei equipar minha nova casa. Fico animada e entusiasmada só de pensar em planejar cada detalhe.

Perco um longo tempo escolhendo tudo que preciso comprar e depois de escolher o último presente, vou até o caixa e efetuo o pagamento. No caminho de volta para o estacionamento, minha barriga é tomada por um calafrio pulsante. Algo começa a se remexer dentro de mim.

Findo meus passos em meio aos carros estacionados e sem nem me dar conta, levo as duas mãos sobre o meu ventre. Foi tão breve e singelo, mas parece que tem alguém aqui querendo se fazer presente no natal. Fico emocionada e meus olhos se enchem de lágrimas. É a primeira vez que sinto meu bebe mexer. A sementinha que leva um pedaço de mim e do Leandro cresce a cada dia mais e, o amor que pulsa em minhas entranhas, fica ainda maior.

Respiro fundo para me recompor, entro no carro guardo as sacolas com os presentes no banco de trás, prendo o sinto de seguranças e mais uma vez, afago com todo carinho do mundo meu ventre enquanto murmuro, consumida no mais puro amor:

— Hoje é véspera de natal e você será apresentado para toda família e, quero que saiba desde já, que você é o melhor presente da minha vida.

(...)

Estamos todas reunidas na cozinha dos pais do Lê conversando sem parar, enquanto os homens, estão envolvidos em um bate-papo animado na sala. Estou muito feliz que minha mãe esteja aqui. Dona Irene se deu tão bem com os meus sogros e com o restante da família e eu não poderia estar mais feliz.

— Nossa Amanda, você está tão bonita com esse vestido vermelho! Sua pele está reduzindo, assim como os seus olhos. A roupa caiu como uma luva para você. — comenta minha sogra, fazendo-me corar instantaneamente.

— Obrigada Dona Tereza.

— Sandra, eu acho que esse peru já está quase no ponto, o cheiro está divino. — elogia Rafaela, que por sinal, também está lindíssima dentro de um vestido longo na cor verde.

Ela está coberta de razão. O aroma aqui na cozinha está espetacular. Minha boca chega saliva com vontade de experimentar tudo que Sandra e suas mãos de fada prepararam. Todas as vezes que vira comer aqui, me exbaldei com a deliciosa comida e,  agora que estou grávida, o desejo de degustar tudo que tiver pela frente só aumenta.

— Acho que já vou ir arrumando a mesa. — informo e pego uma pilha de pratos sobre a bancada de mármore.

Quando chego na sala de jantar, encontro meu noivo parado no batente da porta com os olhos fixos sobre mim, devorando-me sem pressa nenhuma. É impossível não perder o fôlego mais uma vez com a sua presença. Já o vira assim que cheguei, mas sua beleza e presença me desconcertam. Leandro está muito atraente. Usa uma calça jens preta que se molda divinamente nas coxas firmes e grossas, uma camisa branca com os três primeiros botões abertos, evidenciando ainda mais sua pele morena e bronzeada. Os cabelos densos e negros brilham assim como seus olhos. A mecha costumeira cai em sua testa, deixando-o mais sensual e tornando o olhar muito penetrante.

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