CAPÍTULO 2

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Treze anos atrás (2006)

Os finais de semana são sempre muito aguardados por mim, é quando eu tenho a chance de ir à casa dos meus avós e ficar um pouco longe da incansável falação da minha mãe

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Os finais de semana são sempre muito aguardados por mim, é quando eu tenho a chance de ir à casa dos meus avós e ficar um pouco longe da incansável falação da minha mãe.

Ultimamente ela vem de mal a pior pelo fato de encontrar-me no último ano do ensino médio. Dona Tereza está pirando com a possibilidade de eu não querer seguir a mesma carreira profissional do meu pai e do meu irmão, que já se enoncontra cursando a faculdade de engenharia cívil, enquanto eu cada vez mais penso em me tornar advogado.

Talvez seja pelo fato de eu ser tão apaixonado pelas aulas de história, estudar sobre o sistema político em que o Brasil veio sendo submetido ao longo dos séculos me fascina. Quero ser advogado para acima de tudo ajudar aqueles que são prejudicados dentro do sistema em que vivemos. Toda essa situação acaba deixando minha mãe estressada e mal humorada, como boa controladora que é não entende que não quero seguir com os negócios da família e sim ter a minha própria carreira construída do zero.

Enquanto a minha mente está divagando para longe, a voz do meu melhor amigo Henrique me traz de volta para à realidade:

—Chegamos Leandro! E ai, nos vemos na segunda?

Olho para ele e depois para seu irmão mais velho que está dirigindo o carro e noto que acabamos de parar em frente à minha casa:

—Claro! Valeu pela carona cara, até segunda.

Henrique e Jhonas me olham e acenam com a cabeça.

—Então até Lê, e se cuida!

Sorrio. Sempre gostei muito de Henrique, somos amigos desde que tinhamos 8 anos de idade e o considero um irmão. Ele é sempre bem atento, preocupado e sabe o que me aguarda ao entrar em casa, a temida dona Tereza Torres! Volto meu olhar para ele e digo:

—Pode deixar Rick. Até mais e boa noite para vocês.

Após o carro se afastar fixo o meu olhar para frente e me deparo com a minha casa. Ela é grande e bem cuidada, totalmente projetada pelo meu pai. Sempre gostei de morar aqui, sem dúvidas é uma bela casa, possui um quintal enorme e uma piscina deliciosa, apesar do ambiente ser muitas vezes hostíl.

Peguei minhas chaves, abri o portão e entrei. Ao atravessar o quintal olhei em volta e mais uma vez admirei aquele lugar, apesar de Natal ser uma cidade bem quente, fazia uma brisa gostosa naquele horário. Caminhei devagar até à porta, dei um longo suspiro e entrei.

Tudo estava bem quieto e escuro lá dentro, provavelmente todos já estavam dormindo, exceto pela luz do abajur da sala que se encontrava acesa e como eu já previa e esperava, lá estava minha mãe com um livro nas mãos, os olhos fixos em mim e uma expressão fechada. "De fato ela era o homem da casa".

Fui me aproximando dela devagar, pois já sabia o que me aguardava, a mesma inspeção de sempre. Minha mãe sempre fora assim comigo e com meu irmão Guilherme, buscando saber tudo, controlando nossas vidas, passos e até nossas ações e escolhas.

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