45. AMAZONA.

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Ela o olhou confusa, então corou, como Greg esperava que o faria. Afastou-se murmurando um pedido de desculpas, mas depois rindo de sua sonolência.

– Onde estão Lily e Max? – quis saber ela, com a voz rouca, espreguiçando-se.

– Sumiram juntos de novo... – respondeu ele.

– É melhor nos acostumarmos a isso – comentou ela, com uma careta.

Greg pôde ver ao longe alguém se aproximando, vindo da direção da fazenda. Era Gibs.

– Haze! Sabia que te encontraria aqui, sua preguiçosa! – caçoou ele, se aproximando.

Hazel riu e levantou-se, limpando as roupas das folhagens do chão.

– Só vim aqui avisá-la que cuidei de todos os cavalos mas deixei o Cthulhu para você – disse o irmão, pronunciando o nome do monstro de Lovecraft da mesma forma como Greg pronunciava.

– Ei, viu só? É "Cthulhu"! – zombou Greg, enquanto também levantava.

– O cavalo é meu, então a pronúncia oficial é aquela que eu decidir! – disparou ela de volta, cotovelando Greg e arrancando uma gargalhada do irmão.

Os três seguiram até o estábulo e cruzaram com Lily e Max, que voltavam da "procura pelo rio". Hazel estava animada porque queria montar naquele dia, estava bom para um trote à passeio.

Tio Fred acabara de ajudar a Srª White com a fabricação de vinho e agora se juntava a eles. O estábulo era de tamanho modesto, com seis separações, e apenas cinco estavam ocupadas. Gibs apresentou-os: Giuseppe, Khan e Phantom eram dois cavalos castanho avermelhado e um branco, um pouco menores que Bea, uma égua clarinha e muito bem cuidada, que era a queridinha do rapaz.

Na última separação se encontrava o cavalo mais escuro e mais robusto.

– Cthulhu! – saudou Hazel, acariciando o focinho dele e colando sua testa com a fronte do bichano, que relinchou em saudação à dona. – Meu amor! Sentiu saudades? – perguntou, entrando em sua separação e apanhando uma escova para escová-lo.

– Que grandalhão! – comentou Tio Fred.

– E arredio! – completou Gibs. – Um grande monstrengo teimoso, nunca o oferecemos para o passeio das visitas. A única que sabe lidar com ele é Hazel – concluiu, com uma careta.

– Ele não precisa de mais ninguém, não é mesmo, seu bobão? – balbuciou ela com voz de bebê para aquele enorme quadrúpede. – Se você se comportar bem durante a escovação e, principalmente, a limpeza dos cascos, eu lhe trago um balde cheio de cenouras e maçãs!

Todo o grupo se engajou um pouco no trato dos cavalos, apesar de já estarem todos muito bem cuidados. Tio Fred se encantou por Giuseppe, o cavalo da Srª White. Max e Lily cuidavam de Khan enquanto Greg ficou escovando Phantom, o branquinho. Já tinha uma breve experiência com montaria por causa dos clubes de verão que o pai e o tio frequentavam, mas nunca teve o próprio cavalo.

Hazel alimentava o seu velho amigo com maçãs quando Gibs sugeriu que selassem logo os cavalos e saíssem para um passeio. Ela prontamente selou Cthulhu e o guiou para fora, seguida por Gibs e os outros cavalos.

O grupo então decidiu por quem seguiria no passeio. Gibs colocou uma sela dupla em Khan para Lily e Max montarem juntos. A garota estava insegura pois nunca havia montado e Max, bem ou mal, tinha uma pequena experiência também num cavalo da família Mitchell. Tio Fred ficou com Giuseppe, já que a Srª White tinha afazeres. Sobrou para Greg o Phantom, quando Gibs e Hazel montaram Bea e Cthulhu.

Era impressionante como Hazel montava com facilidade naquele alto cavalo, mas ela já havia comentado suas habilidades em escalar, afinal. Todos seguiram o passeio a passo lento, descendo aquela mesma colina de mais cedo e passeando nas planícies verdejantes, próximos uns dos outros.

Além das AveleirasWhere stories live. Discover now