18. EXPERIÊNCIA EXTRACORPÓREA.

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Hazel não fazia ideia, mas John sabia exatamente como entrar no auditório. Sabia onde haviam seguranças guardando as portas, onde não haviam e qual era a melhor forma de entrar sem serem notados.

Mas haveriam outras pessoas tentando entrar também, fãs? E se elas o vissem? Seria melhor entrar por algum lugar falando com um dos seguranças, mas como falar com algum deles com Hazel ao seu lado?

Depois de pensar um pouco, o astro teve uma ideia: a porta que dava para os fundos do palco, a mesma de onde saiu do auditório mais cedo. Ali não tinha nenhum segurança guardando, pois poucos conheciam a existência dessa saída, só quem realmente tivesse de usá-la, como carregadores de instrumentos.

Porém, a porta os deixaria há poucos metros da banda, e eles teriam que contar com a sorte e a escuridão das laterais do palco para fugirem até um local mais longe e mais seguro, na plateia.

Quando ele abriu a porta, com a colega em seus calcanhares, espiou por uma fresta pequena.

A porta ficava à esquerda do palco, e toda a banda estava concentrada mais à direita, agora checando o repertório no livro e discutindo sobre algo.

John aproveitou a deixa e puxou Hazel pela mão, andando rápido e abaixado pela lateral do palco até uma escada onde eles poderiam descer para a plateia e se esconder nas últimas fileiras.

Pelo visto, os rapazes resolveram ensaiar mais sem ele. Frank estava tentando reproduzir o solo de guitarra que John era suposto a fazer na segunda música. Eles pareciam estar tentando se precaver contra algum fracasso vindo dele. Isso o fez sentir um pouco culpado.

A garota apontou uma espécie de mureta que separava a última fileira de cadeiras da entrada do auditório e parecia um bom lugar para se esconder. Os dois se acomodaram ali, sentados ao chão, e espiaram por sobre os encostos das últimas cadeiras para olhar a banda.

Agora eles tocavam a música de abertura novamente, seu mais novo sucesso. Como o vocalista não estava presente, apenas um cantarolar murmurante dos meninos que faziam o backing vocal – Finn e Frank – era audível no vocal da letra da música.

Hazel reparou.

– Ué! Qual deles é o vocalista? Eles não são quatro? – sussurrou.

John riu baixinho.

– Ele não está lá. Só os outros membros estão ensaiando – respondeu.

Os olhos dela passeavam pelo palco, pousando de um integrante ao outro. John a observava, e decidiu fazer as apresentações. Pousou uma mão em seu ombro e aproximou o rosto ao dela, apontando para Finn, que estava na extremidade esquerda, tocando o baixo.

– Está vendo aquele ali, magro de cabelos compridos e escuros com o baixo? Ele é o Finn, o baixista. Também compõe algumas melodias e faz backing vocal – explicou, aos sussurros.

Hazel o observou um pouco.

– Ele parece meio... De mal com a vida – ponderou, em dúvida.

John sorriu com a observação.

– Ele é assim mesmo. É o membro mais temperamental da banda e dá um bom trabalho pros consultores de imagem em entrevistas – explicou, temendo ter parecido muito íntimo.

– Um típico rockstar – observou ela.

Ele suspirou.

– Nem todos são assim, Hazel! – tentou consertar, apontando para Frank, na extremidade esquerda da formação – Veja o guitarrista, Frank. O cara italiano de jaqueta de couro e costeletas. Ele é muito... espiritualizado – tentou.

Além das AveleirasWhere stories live. Discover now