12. UMA CAIPIRA ADORÁVEL.

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Hazel surgiu da porta, novamente atrás do balcão, arrancando suspiros exasperados de Max e Lily pela presença inesperada de um gatinho em seus braços. Ela explicou a toda a história do labirinto a eles, enquanto os acompanhava até a rua.

– Nossa, que doideira! – divertiu-se Max. – Mas tenho certeza que Greg entendeu. Ele gosta de gatos, já teve um montão quando criança – continuou.

Hazel imaginou aquele cara tão sério e taciturno se derretendo por gatinhos. Parecia impossível. Mas depois pensou no seu lindo paquerador de domingo e em como reagiria a um gatinho. Provavelmente com carícias.

Mas pensar naquele Greg sempre fazia com que seu rosto corasse inteiro, e ela estava o odiando demais agora para se permitir lembrar daquela primeira impressão obviamente alterada pelo álcool no seu próprio sangue. Ele nem era tão bonito assim quando estava mal humorado. Só um pouco. Ugh...

Não havia desculpas para ele, afinal, nem sequer lembrara dela.

Voltou a se dirigir a Max.

– Eu não teria tanta certeza de que ele vai ser compreensivo. Eu posso dizer que essa foi a pior entrevista de emprego que já aconteceu na face da Terra! – reclamou.

Os amigos a atropelaram de perguntas, querendo entender o porquê.

– Ele é uma pessoa difícil, eu sempre disse! – exclamou Lily.

– Bom, Lily, eu também não fui muito fácil – admitiu. – Sei lá, acho que só... estou em um dia ruim. Mesmo assim, duvido que eu seja contratada depois disso – concluiu Hazel, suspirando.

– Mas afinal, o que aconteceu? – a amiga quis saber.

– Não sei, as coisas fugiram um pouco do controle. Ele achou a minha história estranha, o que não posso culpá-lo. Mas ele foi um pouco sarcástico e eu não aceitei muito bem. Acabei sendo meio rude e deixei escaparem comentários maldosos sobre o temperamento dele, o conhecimento literário e até sua altura – explicou , fazendo uma careta de dor ao lembrar.

– O quê?! – Lily exclamou, exasperada. – Como tudo isso veio à tona? E em tão pouco tempo?

– Nem eu mesma sei dizer – respondeu, chateada.

Max soltou uma gargalhada muito longa, divertindo-se.

– Eu consigo imaginar, conhecendo Greg como o conheço. Daria tudo para voltar no tempo sendo uma mosquinha na parede durante essa entrevista. Mas, de qualquer forma, vai ser muito divertido ver vocês dois interagindo novamente – falou, entre risos.

– Não se eu puder evitar ver ele de novo! Me desculpe Max, não foi completamente culpa de seu amigo. Apenas tudo que poderia dar errado aconteceu, e eu vou me sentir constrangida pelo resto da vida na presença dele.

– Você terá que deixar isso para trás, já que irá trabalhar com ele de segunda à sexta – brincou Max.

Ela juntou as duas mãos ao rosto.

– Você enlouqueceu, Max? Ele não me contrataria nem que eu fosse a última pessoa do mundo disponível pra vaga!

Max riu e explicou sobre o temperamento do amigo, que o conhecia melhor que ninguém e que Greg sabia encarar qualquer desafio nos tratos com alguém. Que, na verdade, até se entusiasmaria em contratá-la para pôr isto à prova. Ela não sabia se considerava isso um alívio ou se a aterrorizava ainda mais.

E tinha todo o fantasma de tê-lo conhecido primeiro em uma das raras noites em que ele estava alterado. Decidiu que nunca abriria a boca com nenhum deles sobre isso. E talvez se nunca tivesse visto seu lado sedutor nem se sentiria tão nervosa na presença dele.

Além das AveleirasWhere stories live. Discover now