28. UM ENCONTRO ÀS LUZES DE BEWITT.

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Só levaram duas trocas de táxi até a casa de Hazel para despistar os paparazzi, que resolveram firmar residência em Bewitt para importunar John, o que era uma evolução até agora. Está certo que a garota morava muito perto do campus mas, ainda assim, ele esperava mais trocas.

Ao chegar no prédio onde ela morava, John entrou pelo portão da frente e logo avistou seu apartamento, no térreo, no número indicado pelas mensagens. Agora apenas uma porta azul o separava dela, na qual bateu.

John protelou um pouco esse avanço na relação que tinham, tanto porque queria desfrutar mais devagar da amizade dela, quanto porque acreditava que a garota teria mágoas para superar após aquele início conturbado que tiveram. Convidá-la para sair era certamente um desejo seu, mas talvez a provocação de Greg Mitchell fosse uma espécie de desafio que ele aceitou. Era um pouco desconcertante a forma como aquele rabugento agia ao redor de Hazel, e John não sabia explicar o porquê.

– Boa noite, John – saudou ela, ao abrir a porta. O tornozelo dela parecia estar totalmente bom, agora.

Estava muito bonita, com o cabelo meio preso para trás e um suéter azul de gola-v. Porém parecia casual o suficiente para a ocasião que fosse, visto que ele havia deixado como surpresa o que fariam.

Quando a chamou para sair, mais cedo, John realmente tinha dúvidas sobre a sua resposta. Foi uma surpresa incrível.

Agora ele precisou pedir a ela por uma saída pelos fundos, que certamente o prédio teria. Lembrou-se de que era acostumado a fazer esse tipo de fuga, mas Hazel ainda recebia aquelas coisas com surpresa.

Um carro alugado com seu motorista de confiança os esperava na quadra dos fundos do prédio.

– Tem certeza que você não é mesmo um agente secreto? – brincou a garota.

John riu. Ele se sentia um pouco mais James Bond quando estava com ela, com certeza.

A viagem foi curta, e quando o carro entrou em um estacionamento escuro de um prédio que Hazel pareceu não reconhecer, ela franziu o cenho.

– Não se preocupe, eu não vou raptar você – disse a ela, com um sorriso gozador.

A garota revirou os olhos.

– Não é como se eu tivesse medo de você, John. Eu obviamente venceria você em uma luta – caçoou, brincalhona.

– É mesmo? – perguntou ele, levantando uma sobrancelha e rindo, olhando a garota de cima a baixo.

– Eu me criei  montando cavalos, escalando árvores, cachoeiras e sou a única menina de cinco irmãos. E você deve ter, no máximo, brincado de "o chão é de lava" nos sofás do seu apartamento chique em Manhattan com a babá – disse, triunfante.

Ela estava... Certa.

– Eu não me atreveria a nada, de qualquer forma. Mas é bom lembrar disso – respondeu, risonho.

Então ele finalmente a guiou até um elevador, que dava em uma bela cobertura.

Era na verdade onde John estava trabalhando nas horas vagas, em sua música. Um velho estúdio musical, que foi alugado por ele para receber a banda após, na experiência dos ensaios do show das duas semanas atrás, terem considerado o auditório do campus inadequado. Ainda mais porque estavam em processo de gravação de um novo álbum.

Sim, por mais que John quisesse ter sua experiência universitária comum, ainda tinha um contrato a cumprir e uma gravadora que o cobrava constantemente. Em poucos dias teria de receber os colegas de banda novamente para iniciar as gravações de algumas demos, e aquele estúdio dava para o gasto por enquanto. Muitas vezes John passava a noite por lá, pois tinha alojamentos bem confortáveis, e acabava não voltando para seu dormitório.

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