Greg chegou em casa um pouco molhado da chuva, com as compras em mãos. Largou as sacolas na ilha que separava a cozinha americana da sala e percebeu que Max já havia chegado, pois seus tênis estavam na frente do sofá, junto de sua mochila. Ele deve ter usado a chave reserva que tinha.
O barulho da descarga do banheiro anunciou sua chegada à sala.
– Ei, Greg! Está com fome? – saudou o amigo, alegre.
Greg sentou-se no sofá.
– Estou com sede. Me vê uma cerveja ali na sacola, por favor.
Max lhe jogou uma long neck, que ele prontamente abriu e tomou um longo gole. O amigo já tirava os ingredientes da sacola e os separava.
– Maravilha... Essa abóbora está ótima! – comemorou.
Greg riu.
– Você é mesmo uma gracinha. Eu não poderia pedir um marido melhor – brincou, quase sendo atingido por um limão que Max jogou nele em resposta.
– Eu falo sério, poxa. Cozinhar me traz uma alegria muito verdadeira – disse, balançando um pacotinho. – E essas avelãs são das melhores!
Greg suspirou e tomou mais um longo gole de sua cerveja, quase esvaziando a garrafa.
– Você sabia que elas são da... Fazenda da família de Hazel? – informou, tentando parecer despreocupado.
Max olhou o pacote, surpreso.
– Poxa, é mesmo! Como percebeu? – quis saber.
– Hã... Ela mesma falou. Eu a encontrei no mercado por acaso – contou, o que não era mentira, mas ele já havia percebido as informações do pacote antes mesmo de cruzar caminho com ela.
Max soltou um risinho.
– O que ela fazia por aqui pela zona sul? Achei que ela morava perto do campus – perguntou, enquanto se enrolava em um avental.
– Ela estava com o irmão, que mora por aqui. Acredita que ela é irmã do Matt? Aquele da monitoria de matemática, lembra?
– Matt! Sim, ele era tão legal. Como ele está? Mas espera... O sobrenome dele é Brandon – divagou.
Greg deu de ombros, mas ficou pensativo.
Max começou a preparar a massa da torta, enquanto Greg tentava escolher um canal na televisão, passando-os em milésimos de segundos, sem realmente olhar.
– Eu acho que sei qual é o problema – disse Greg, alguns minutos passados. – Hazel ficou muito desconfortável quando Tio Fred perguntou por seu pai, e eu até interrompi o assunto para poupá-la. Ela disse que a fazenda era de sua mãe, herança do avô materno. A fazenda leva esse sobrenome da família da mãe, White. Então Hazel usa o sobrenome da mãe porque deve ter algum problema com o pai, se é que Matt é seu irmão pelas duas partes... – divagou.
Max encarou o amigo, surpreso.
– Agora você deixou Sherlock Holmes no chinelo, hein? – disse, divertido. – Você parece muito interessado no assunto.
Greg bufou.
– Pois eu não estou, só achei curioso também, agora que você falou.
– Não, Greg, eu falo sério. Como você lembra de todas essas informações, para início de conversa? Como reparou nessas coisas? – indagou, com uma sobrancelha levantada, parecendo desconfiado.
Agora ele ficou bem incomodado com aquelas perguntas inquisidoras do amigo. Afinal, qual era o problema em reparar nessas coisas? Haviam acontecido há pouco tempo, era natural que lembrasse...
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Além das Aveleiras
RomanceO que uma caipira, criada em uma fazenda de aveleiras no interior, pode esperar de morar sozinha na cidade? O calor de novas e imediatas amizades, muitas provas para estudar na faculdade e um triângulo amoroso com seu chefe e um astro do rock. Bem v...