26. A GAROTA MAIS BONITA QUE JÁ VI.

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Greg chegou em casa um pouco molhado da chuva, com as compras em mãos. Largou as sacolas na ilha que separava a cozinha americana da sala e percebeu que Max já havia chegado, pois seus tênis estavam na frente do sofá, junto de sua mochila. Ele deve ter usado a chave reserva que tinha.

O barulho da descarga do banheiro anunciou sua chegada à sala.

– Ei, Greg! Está com fome? – saudou o amigo, alegre.

Greg sentou-se no sofá.

– Estou com sede. Me vê uma cerveja ali na sacola, por favor.

Max lhe jogou uma long neck, que ele prontamente abriu e tomou um longo gole. O amigo já tirava os ingredientes da sacola e os separava.

– Maravilha... Essa abóbora está ótima! – comemorou.

Greg riu.

– Você é mesmo uma gracinha. Eu não poderia pedir um marido melhor – brincou, quase sendo atingido por um limão que Max jogou nele em resposta.

– Eu falo sério, poxa. Cozinhar me traz uma alegria muito verdadeira – disse, balançando um pacotinho. – E essas avelãs são das melhores!

Greg suspirou e tomou mais um longo gole de sua cerveja, quase esvaziando a garrafa.

– Você sabia que elas são da... Fazenda da família de Hazel? – informou, tentando parecer despreocupado.

Max olhou o pacote, surpreso.

– Poxa, é mesmo! Como percebeu? – quis saber.

– Hã... Ela mesma falou. Eu a encontrei no mercado por acaso – contou, o que não era mentira, mas ele já havia percebido as informações do pacote antes mesmo de cruzar caminho com ela.

Max soltou um risinho.

– O que ela fazia por aqui pela zona sul? Achei que ela morava perto do campus – perguntou, enquanto se enrolava em um avental.

– Ela estava com o irmão, que mora por aqui. Acredita que ela é irmã do Matt? Aquele da monitoria de matemática, lembra?

– Matt! Sim, ele era tão legal. Como ele está? Mas espera... O sobrenome dele é Brandon – divagou.

Greg deu de ombros, mas ficou pensativo.

Max começou a preparar a massa da torta, enquanto Greg tentava escolher um canal na televisão, passando-os em milésimos de segundos, sem realmente olhar.

– Eu acho que sei qual é o problema – disse Greg, alguns minutos passados. – Hazel ficou muito desconfortável quando Tio Fred perguntou por seu pai, e eu até interrompi o assunto para poupá-la. Ela disse que a fazenda era de sua mãe, herança do avô materno. A fazenda leva esse sobrenome da família da mãe, White. Então Hazel usa o sobrenome da mãe porque deve ter algum problema com o pai, se é que Matt é seu irmão pelas duas partes... – divagou.

Max encarou o amigo, surpreso.

– Agora você deixou Sherlock Holmes no chinelo, hein? – disse, divertido. – Você parece muito interessado no assunto.

Greg bufou.

– Pois eu não estou, só achei curioso também, agora que você falou.

– Não, Greg, eu falo sério. Como você lembra de todas essas informações, para início de conversa? Como reparou nessas coisas? – indagou, com uma sobrancelha levantada, parecendo desconfiado.

Agora ele ficou bem incomodado com aquelas perguntas inquisidoras do amigo. Afinal, qual era o problema em reparar nessas coisas? Haviam acontecido há pouco tempo, era natural que lembrasse...

Além das AveleirasWhere stories live. Discover now