31. RESGATES E PROMESSAS.

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Lily matou aula descaradamente naquela manhã. Hazel estava com problemas, e como ela iria se concentrar em uma aula estúpida quando sua amiga está envolvida em uma rinha com participantes como o Access Hollywood?

No momento em que terminaram sua ligação telefônica ela já saiu a pedalar em direção ao apartamento da amiga. Com certeza foi um caminho bem mais tranquilo do quando o fez a pé, na chuva e sendo perseguida por Lance, no sábado. Mas agora quem precisava de ajuda era Hazel.

Ao chegar na frente do prédio, não avistou nenhum paparazzi ou jornalista. Então, logo entrou, encontrando a bicicleta de Hazel jogada no chão bem em frente à escada do hall de entrada. Ajeitou as duas bicicletas de pé nos fundos do corredor e foi bater à porta da amiga.

Quem atendeu não foi Hazel. Uma mulher que parecia ter por volta de uns trinta e poucos, negra, os cabelos presos em um coque, alta e elegantemente vestida em um terninho com louboutins. Ela sorriu para Lily cordialmente.

– Você que tem horário marcado para olhar o apartamento à venda hoje? – indagou, deixando Lily muito confusa.

– E-eu... Vim ver Hazel... – tentou.

– Quem? Olhe, me desculpe, mas teremos que cancelar a visitação. Parece que houve uma confusão relacionada com jornalistas e um endereço trocado... – começou a moça, mas foi interrompida pela voz de Hazel, ao fundo.

– Tudo bem, essa é minha amiga Lily. Pode deixá-la entrar – disse.

A moça então desmanchou a expressão de confusão que simulava e a deixou entrar, logo lhe estendendo uma mão.

– Muito prazer, Lily. Sou Cassandra Tiff, agente e consultora de imagem de John Slight – apresentou-se, agora com um sorriso mais caloroso e confiante.

Lily apertou sua mão.

– Prazer em conhecê-la, Srª Tiff. Você sabe onde foram parar os jornalistas? – quis saber, curiosa.

A moça sorriu, tranquilizadora.

– Pode me chamar de Cassandra. E quanto aos jornalistas... Bem, eu cuidei deles. Apenas não é prudente que Hazel seja vista nas redondezas por hoje.

– Como você conseguiu despistá-los? – quis saber Lily, impressionada.

Cassandra deu de ombros.

– É preciso ter jogo de cintura para ser agente de uma figura do escalão de John Slight. Eu tenho meus meios – explicou, parecendo tentar não soar petulante.

– Lily? – chamou a voz de Hazel.

Olhando por-sobre o ombro de Cassandra, a amiga estava sentada no sofá da sala, descalça e abraçando os joelhos. Seu gato brasino deitava-se encostado ao quadril dela.

– Ei, amiga... Tudo bem com você? Fiquei preocupada – disse, aproximando-se para sentar-se com ela.

– Estou bem. Cassandra me salvou – explicou, parecendo ainda um pouco atordoada.

A agente sentou-se na poltrona ao lado.

– Eu voei para Bewitt tão logo as notícias saíram, preciso ajudar John com a questão do uso do estúdio, que já foi descoberto, e negociar questões de segurança no hotel ao lado. Mas antes ele estava mais preocupado em resgatar a namorada dos abutres da imprensa – explicou ela.

– N-namorada? Ele disse isso? – Hazel perguntou, franzindo o cenho.

Cassandra riu.

– Não, eu que disse. Mas soa bem, não acha? – observou, bem humorada.

Além das AveleirasWhere stories live. Discover now