27. DESPENCANDO COM GRAÇA.

36 8 12
                                    

Lily parecia bem na segunda-feira, quando Hazel a encontrou após a aula para que as duas almoçassem e fossem para o depósito juntas. Depois daquelas horas que passaram na delegacia no sábado, se sentia mais segura em relação à amiga, mas não tinha certeza se uma ordem de restrição que proibisse a aproximação de Lance era o suficiente para pará-lo.

– Não se preocupe, Hazel. Eu vou ficar bem agora, graças a você e Matt. E por falar nele, pode me contar mais sobre seu irmão? Onde mesmo que ele trabalha? – quis saber Lily, curiosa.

Ela lhe contou brevemente sobre o irmão, divertindo-se com o interesse da amiga. Logo elas terminaram o almoço e rumaram para o depósito, onde Hazel foi encarregada do caixa, novamente.

Greg normalmente era esquisito, mas hoje ele havia se superado. Estava muito estranho com ela, o que a deixou preocupada.

Estava arredio, constrangido. Não a olhou nos olhos por um único segundo sequer, nem quando lhe cumprimentou ou lhe atribuiu a função, a qual ela já esperava.

Hazel estava começando a se acostumar com o caixa pois era a tarefa que Greg mais dava a ela, variando com empacotamentos e o livro de registros. Ele nunca a atribuía nada no pavilhão de estoques, e já havia se passado quase três semanas desde que foi contratada.

Talvez ela realmente tivesse passado uma forte impressão de medo das escadas naquele primeiro dia de treinamento e ele estava levando aquela promessa esquisita de protegê-la a sério. Parece que Greg é aquele tipo de pessoa que coloca sua gentileza em atos para compensar suas palavras e seus modos bruscos.

Mas era muito otimista imaginar que ele se importava com ela tanto assim. Talvez fosse apenas o modo como as coisas se acomodaram. De qualquer forma, Hazel não conseguia evitar sorrir para si mesma ao pensar nisso.

Bem, não hoje. Ele estava evidentemente a ignorando, mesmo que tivesse de passar tantas vezes atrás dela no caixa. Será que teria algo a ver com aquele encontro com Matt no supermercado? Talvez eles tivessem alguma história... ?

Mas então preferiu tirar sua cabeça disso e concentrar-se no serviço. Algumas horas se passaram e uns poucos compradores apareceram para comprar aviamentos e papelaria por ali.

Quase ao final de seu turno, um senhor pediu algumas fitas para máquina de escrever. Não era algo corriqueiro, mas Hazel lembrava onde ficavam. Um pouco mais alto na estante atrás do caixa. Ela empoleirou-se na escada dobrável de apoio que ficava por ali à sua disposição e conseguiu os artigos para o senhor, que agradeceu e seguiu seu rumo.

Ao subir de volta na escada para devolver a caixa de fitas ao seu lugar na estante, Hazel perdeu um degrau e desequilibrou-se.

– Oops!

Seria uma queda considerável se não fosse imediatamente amparada por Greg, que passava por ali naquele instante.

Ok, agora ele a olhou nos olhos. Era difícil não olhar quando a proximidade de seus rostos faz com que seus narizes quase se toquem. Greg a segurava firme em seus braços, inclinado sobre ela enquanto sustentava seu peso. Os olhos deles eram tão escuros e pareciam tão intensos nos dela.

Hazel piscou. Greg piscou. Então ele a colocou de pé e afrouxou os braços ao redor dela.

– Você está bem? Se machucou? – quis saber, afastando-se um pouco mais para olhá-la.

– Hã... Sim, estou bem. Graças a você – agradeceu, corando um pouco.

Mas então sentiu um fincão no tornozelo e fez uma leve careta, olhando para baixo. Greg também olhou e viu o movimento que ela fez para testar a dor.

Além das AveleirasWhere stories live. Discover now